13 julho 2007

Brabham BT52 - Nelson Piquet (1983)

Esta miniatura pertence à colecção Grand Prix Mitos da Formula 1.
O brilhante Brabham BMW BT52, concebido pelo genial Gordon Murray (sul africano), foi o último carro da Brabham a conquistar um título mundial na Formula 1 tendo Nelson Piquet (brasileiro) se sagrado campeão do mundo, o primeiro com um carro equipa com motor turbo.
Quando se decidiu a proibição do efeito solo para a temporada de 1983, Gordon Murray já tinha o Brabham BT51 preparado e melhorado e pronto para esse ano. Os novos regulamentos vieram deitar todo esse trabalho por terra e Murray viu-se na contingência de ter de criar um novo modelo. E assim, seguindo os novos regulamentos técnicos, nascia o Brabham BT52 equipado com motor BMW turbo. Com a obrigatoriedade do fundo plano que acabava com o efeito solo, os pontões laterais ficavam bastante recuados e a forma do aileron dianteiro fazia com que o Brabham BT52 se assemelhasse a uma flecha. Outra das características do BT52 era o depósito de combustível de reduzidas dimensões porque Murray tinha estudado, como estratégia da corrida, a paragem durante a corrida para reabastecimento. Isto permitia que o carro estivesse mais leve durante a corrida e a utilização de pneus de compostos mais aderentes e macios.
No meio da temporada de 1983 (no GP da Grã-Bretanha), o BT52 foi ainda melhorado passando a designar-se BT52B, que obteve melhores resultados. As diferenças não era visíveis externamente sendo a distinção feita pelas cores que era invertidas no BT52B, isto é, onde era azul no BT52 passava a branco no BT52B e onde era branco no BT52 passava a azul no BT52B.
Contudo, a Brabham, na parte final do campeonato que coincidiu com a sua melhor forma, esteve envolvida numa polémica relacionada com os combustíveis que utilizou sendo acusada de ultrapassar os limites permitidos de octanas.
“A BMW trabalhou em conjunto com a Wintershall, filiada à BASF, e produziu um combustível notável que literalmente varreu a concorrência no final de 1983. A FISA declarou que o combustível estava dentro das regulamentações. Anos depois, foi revelado que o combustível utilizado naquele Outono era na realidade bem semelhante a combustível para foguetes.” In revista Formula 1 50 Anos Dourados.

(continuação)
No GP da Áustria, foi Alain Prost (francês) que acabou por levar a melhor depois dos outros candidatos ao título (Arnoux, Piquet e Tambay) também terem liderado a prova.
Prost (Renault) foi o primeiro, Arnoux (Ferrari) o segundo e Piquet (Brabham) o terceiro.
No GP da Holanda, Eddie Cheever (americano) realiza uma fantástica partida. Saindo da 11ª posição da grelha, Cheever (Renault) consegue, na largada, chegar à segunda posição logo atrás de Piquet que fez a pole-postion. Piquet liderou durante 40 voltas sendo seguido de Prost, até que o francês se envolve num acidente com o brasileiro. Os dois tiveram que abandonar. A Ferrari foi a mais beneficiada porque colocou os dois pilotos nas duas primeiras posições. Arnoux vence e Tambay é segundo. Foi a primeira e única dobradinha da Ferrari nesse ano. Aliás, além da Ferrari, só a McLaren já tinha conseguido uma dobradinha nesse ano, no GP de Long Beach. Foram as únicas dobradinhas desse ano. A McLaren estreou na Holanda o novo motor Porsche turbo.
No GP de Itália, Alain Prost, que era o líder no campeonato, volta a não pontuar devido a problemas no turbo e Piquet aproveita para reduzir a distância no campeonato. Piquet lidera praticamente desde o início e vence a prova italiana seguido de Arnoux e de Cheever.
No GP da Europa, em Brands Hatch, Nelson Piquet volta a vencer Alain Prost, que foi o segundo, reduzindo para 2 pontos a distância no campeonato. Nigel Mansell (inglês), com o Lotus, consegue um excelente terceiro lugar, o melhor resultado da Lotus nesse ano.
No último GP do ano, na Africa do Sul, com dois pontos de atraso em relação a Prost, se Piquet vencesse era campeão independentemente do resultado do francês. Arnoux ainda tinha (poucas) hipóteses de vencer mas estava já a 8 pontos de Prost. Neste final de campeonato, a Brabham e Piquet estavam em excelente forma. Piquet largou da segunda posição e logo ganhou a liderança da corrida sendo seguido por Patrese (Brabham). Prost ainda chegou ao terceiro lugar mas o Renault falhou no momento decisivo. Na 35ª volta o turbo do Renault de Prost falhou e Piquet sem o seu adversário em pista começou a gerir o esforço do Brabham. Piquet deixou Patrese passar para a liderança e a pensar mais no título terminou a corrida em terceiro lugar, conquistando os pontos suficientes para ser campeão. Patrese venceu a corrida e Andrea de Cesaris (italiano) levou o Alfa Romeo ao segundo lugar. Niki Lauda (austríaco) estava em segundo lugar, quando a 6 voltas do fim, teve que abandonar com problemas eléctricos no seu McLaren Tag Porsche. Seria um prenúncio para a temporada de 1984? Novas alterações estavam anunciadas para 1984: proibição dos reabastecimentos, combustível limitado aos 220 litros e peso mínimo de 540 kg.
Nelson Piquet sagrou-se campeão com 3 vitórias e 59 pontos, Prost foi o vice campeão com 4 vitórias e 57 pontos. A Ferrari foi novamente campeã com 4 vitórias e 89 pontos e a Renault, também aqui perdeu o título, ficou em segundo com 4 vitórias e 79 pontos. A Brabham terminou em terceiro lugar com 4 vitórias e 72 pontos.

Os pilotos do Brabham BT52 em 1983 foram: Nelson Piquet e Ricardo Patrese.
Vitórias: 1 (N. Piquet: 1) + 3 vitórias do BT52B
Pole-position: 0 + 2 poles do BT52B
Melhor volta : 3 (N. Piquet: 2; R. Patrese: 1) + 2 m. voltas do BT52B

4 comentários:

Schuey2007 disse...

Grande piloto...mais uma boa postagem.

Parabens meu caro amigo!

Grande Abraço

Anónimo disse...

Tenho uma igual a essa!!!!!!! Abraços

Anónimo disse...

Belo Blog, nota-se qu é feito só por paixão, parabéns!
Me lembro das corridas do Piquet com esta Brabham, largava bem mais leve e da-lhe botar tempo nos outros pilotos para para nos boxes, se não me engano seu companheiro de equipe era o Patrese.
De uma coisa não tenho dúvida, este é um dos carros mais bonitos e rápidos de toda história da F1.

José António disse...

Olá anónimo! Obrigado pelo comentário.

Sim o Patrese era o colega de Piquet nesta altura. Também concordo consigo, este é um dos F1 mais bonitos da F1.
O blog depende da minha disposição e tempo livre. A época dos anos oitenta é a minha preferida na F1 assim nota-se a paixão nos textos (acho eu).

Abraço