29 fevereiro 2008

Ferrari 126C3 - René Arnoux (1983)

Esta miniatura é da marca Ixo – La Storia.
Esta semana recebi mais duas miniaturas para a minha colecção. São duas excelentes miniaturas da Ferrari mas o que mais me surpreendeu foram as embalagens nas quais as miniaturas ficam guardadas. Muito bom mesmo.
Bem, hoje vou falar aqui no Quatro Rodinhas sobre uma dessas miniaturas: o Ferrari 126C3 que René Arnoux utilizou no Campeonato do Mundo de Formula 1 em 1983.
A Ferrari terminou o anterior campeonato (1982) tendo vencido o campeonato de construtores mas sem conseguir vencer o de pilotos. Tal situação ficou a dever-se ao infortúnio dos seus pilotos: Gilles Villneuve (canadiano), considerado como o mais que forte candidato ao título de 1982, morreu nos treinos de qualificação para o GP da Bélgica, e Didier Pironi (francês) sofreu um grave acidente no GP da Alemanha que acabou com a sua carreira na Formula 1. Foi um trágico ano para a Ferrari, que teve nessa época 4 pilotos. Para além dos dois pilotos citados, a Ferrari contou com Patrick Tambay (francês) e Mário Andretti (norte-americano) para substituir Villeneuve e Pironi.
A Ferrari iria começar o ano de 1983 com os mesmos objectivos: vencer os dois títulos. Para conseguir atingir esses objectivos, a Ferrari manteve o piloto Patrick Tambay mas Mário Andretti, que apenas tinha sido contratado para fazer os últimos GP’s de 1982, foi substituído pelo francês René Arnoux, que deixava a Renault depois de ter entrado em conflito com o seu colega de equipa Alain Prost (francês).
A equipa de Maranello começou a temporada com uma evolução do modelo do ano anterior, o Ferrari 126C2B, com o qual faria os primeiros 8 GP, ou seja metade do campeonato.
O Ferrari 126C3, que seguia as linhas orientadoras dos anteriores modelos, foi da responsabilidade dos engenheiros Harvey Postlethwaite e Mauro Forghieri. O 126 C3 estreou no GP da Grã-Bretanha com a pole-position de René Arnoux e com o terceiro lugar final de Patrick Tambay.
Este foi o primeiro modelo no qual a Ferrari utilizou os materiais compósitos (kevlar e fibra de carbono) na construção dos seus carros. Esses materiais tornavam os carros mais rígidos e mais leves.
O Ferrari 126C3 venceu dois GP’s: Alemanha e Holanda, ambos por Arnoux. Conseguiu 4 pole-positions (3 para Tambay e 1 para Arnoux) e 2 melhores voltas (Arnoux).
No final do ano o título de pilotos voltou a escapar aos pilotos da Ferrari (Arnoux foi o terceiro e Tambay o quarto classificado). Mas o título de construtores voltou a ser conquistado pela Ferrari (4 vitórias, 8 pole-positions e 3 melhores voltas) com 89 pontos. Para uma mais pormenorizada descrição do campeonato de 1983 aconselho a leitura dos seguintes posts: aqui, aqui e aqui.
Após este ano a Ferrari passou longos anos sem vencer qualquer título. Só em 1999 voltaria a vencer o título de construtores, enquanto que a conquista do título de pilotos teve que ser adiada para o ano seguinte.
René Arnoux nasceu a 4 de Julho de 1948 em França. Arnoux foi um piloto formado pela Renault e pela Elf, tendo corrido nas categorias de formação da marca francesa. Arnoux faz a sua estreia na Formula 1 já com 30 anos, no GP da Bélgica de 1978 (martini MK23). Ao longo da sua carreira participou em 149 GP’s. Correu por quatro equipas: Martini (1978), Renault (1979 a 1982), Ferrari (1983 a 1985 – nesse ano apenas faz o primeiro GP da época e é despedido da Ferrari) e Ligier (1986 a 1989).
A sua primeira vitória aconteceu no GP Brasil de 1980. No palmarés tem 7 vitórias, as duas últimas com este Ferrari 126C3, 18 pole-positions, 12 melhores voltas e 181 pontos conquistados. A sua melhor classificação foi o terceiro lugar alcançado em 1983. O seu último GP foi na Austrália em 1989 quando já tinha 41 anos. Foi um piloto rápido mas dizem que era algo conflituoso (?). No final da sua carreira já era considerado um obstáculo em pista.
Os pilotos do Ferrari 126C3 em 1983 foram: Patrick Tambay #27 3 René Arnoux #28
Vitórias: 2 (R. Arnoux: 2)
Pole-position: 3 (R. Arnoux: 1; P. Tambay: 2)
Melhor volta : 2 (R. Arnoux: 2)

27 fevereiro 2008

Mercedes-Benz C-Klasse - Alexander Grau (DTM 1995)

Esta miniatura é da marca Minichamps.
Esta magnífica miniatura é uma das que mais admiro na minha colecção. A qualidade é excelente, está muito bem detalhada e com o pormenor de vir com a assinatura do piloto. Simplesmente perfeita.
O Mercedes-Benz C-Klasse chegou ao mercado em 1993 para substituir o anterior modelo da Mercedes-Benz, o 190. A versão desportiva do Mercedes-Benz C-Klasse estreou no DTM (Deutsche Tourenwagen Meisterchaft) em 1993 e logo se torna num caso sério de sucesso. Venceu o DTM em 1994 e 1995, e vence o ITC (International Touring Championship) em 1995 e 1996.
O Mercedes-Benz C-Klasse vinha equipado com um motor dianteiro de 8 cilindros, em V, de 4973cc que debitava 315 cv de potência. A sua tracção era traseira e dispunha de uma caixa de 6 velocidades.
Esta bela miniatura representa o Mercedes-Benz C-Klasse da equipa ProMarkt Zakspeed Team, pilotado pelo alemão Alexander Grau no DTM de 1995. Nesse ano, Grau ficou em 7º lugar enquanto o seu colega de equipa, o dinamarquês, Kurt Thiim foi o 4º classificado.
Alexander Grau nasceu na Alemanha, a 17 de Fevereiro de 1973. Apesar de ter poucas informações sobre a sua carreira desportiva, foi possível apurar o seguinte percurso no desporto automóvel, que muito certamente estará incompleto:
- Em 1993 foi o 13º classificado no DTM com um Mercedes 190 E 2.5 16 Evo2; ainda nesse ano fica em 16º no campeonato de Formula 3 num Dallara;
- Em 1994 ficou em 19º no DTM com um Mercedes;
- Em 1995 ficou em 7º no DTM com o Mercedes-Benz C-Klasse (2 pódios); no ITC foi o 9º classificado (1 pódio);
- Em 1996 foi apenas 22º no FIA International Touring Car Championship, num Mercedes-Benz C-Klasse;
- Em 1996 participa nas 24 Horas de Le Mans com um Lotus Elise GT1 mas não terminou a prova.
- Em 2002 foi o 7º classificado no Porsche Carrera Cup Germany (1 pódio).
E foi tudo o que consegui apurar sobre Alexander Grau (desconheço se ainda estará no activo).

22 fevereiro 2008

Renault Clio 16S - L. Jacquet - M. Poettoz (Volta à Córsega de 1991)

Esta miniatura é da marca Provence Moulage. Hoje a miniatura tem uma diferença em relação às outras da minha colecção. A escala continua a ser 1:43 mas a miniatura é um kit de resina, isto é, a miniatura foi adquirida tal como está nas fotos mas alguém a terá construído. Essa é a pequena diferença.
A miniatura representa o Renault Clio S16 da equipa Philips Car Stereo na Volta à Córsega de 1991. E tem a particularidade de ser uma equipa feminina e que era formada pela piloto Laurence Jacquet (suíça) e pela co-piloto Martine Poettoz. O resultado nesse rali pode não parecer significativo mas tendo em conta o carro acabou ser um bom resultado: o 16º lugar. E na sequência dos posts anteriores, nada mais sei sobre esta piloto.
Nesse ano o vencedor da Volta à Córsega foi o espanhol Carlos Sainz com o Toyota Celica GT Four mas foi Juha Kankunnen e a Lancia quem se sagrou campeão no final dos respectivos campeonatos.

21 fevereiro 2008

Audi V8 Quattro - Pierre-Alain Thibaut (1993)

Esta miniatura é da marca Minichamps. Infelizmente os decalques desta miniatura do Audi V8 Quattro já se encontram um pouco degradados.
O Audi V8 Quattro vinha inicialmente (1988) equipado com um motor de 3.6 litros mas em 1990 a Audi introduziu um motor de 4.2 litros (4172 cc) com uma potência de 280 cv. Tal como a versão anterior, tinha tracção às quatro rodas e uma caixa de 5 velocidades. O Audi V8 Quattro conseguia atingir os 250 km/h.
A Audi desenvolveu uma versão de competição (Grupo A) deste modelo para o DTM em 1990. Sob a equipa Schmidt Motorsport, cujos pilotos eram os consagrados Hans-Joachim Stuck, Walter Rohrl e Frank Jelinski, o Audi V8 Quattro venceria o campeonato desse ano (Stuck sagrou-se campeão).
A miniatura representa o Audi V8 Quattro de Pierre-Alain Thibaut, que disputou o Belgian Touring Car Championship em 1993. Nesse ano, este piloto de nacionalidade belga terminou em segundo lugar o Campeonato Belga de Turismo com 200 pontos, empatado com o primeiro classificado.
Sobre o Pierre-Alain Thibaut pouco sei. Desconheço este piloto belga e as poucas informações que consegui na internet sobre ele apenas me dizem que nasceu a 28 de Novembro de 1955, e sobre a sua carreira ficam aqui os seguintes registos:
- Em 1983 correu no European Touring Car Championship tendo sido o 5º classificado com um VW Scirocco GTi;
- Em 1993, tal como disse em cima, ficou em 2º lugar no Belgian Touring Car Championship com este Audi;
- E em 1996 ficou em 6º lugar no Belgian Touring Car Championship com um Opel Vectra.
E foi tudo o que encontrei sobre Thibaut.
Quem tiver mais algumas informações sobre este piloto pode deixar na caixa de comentários. Obrigado.

17 fevereiro 2008

Renault Clio Sport V6 - B. Winderickx (Clio Trophy 1999)

Esta miniatura é da marca Universal Hobbies.
Hoje o texto será curto devido à pouca informação que disponho sobre este carro e sobre o seu piloto.
A miniatura representa o Renault Clio Sport do Clio Trophy de 1999. O Renault Clio é um modelo da marca francesa com bastante sucesso, que já teve várias evoluções ao longo da sua vida. Como vai acontecendo ao longo dos tempos com a Renault foi criado um (ou vários ?) campeonato(s) específico(s) para o Clio.
Este Renault Clio Sport vinha equipado com um motor de 3 litros (2946 cc) de 6 cilindros e 24 válvulas. Tinha uma potência de 230 cavalos e uma caixa de 6 velocidades, atingindo uma velocidade máxima de 235 km/h (julgo que na versão de cliente). Em 2001 seria lançada uma nova evolução deste Clio que elevava a potência até aos 255 cv (se pretenderem podem ver aqui a miniatura dessa nova versão do Clio em versão de estrada). Entre 2003-2006 e na categoria em que estava inserido, o Clio V6 passou a ser o carro produzido em série mais potente do mundo.
O piloto é um belga, B. Winderickx, julgo que o “B” é de Bernard, e é me completamente desconhecido. As poucas informações que consegui recolher sobre Winderickx dizem que também terá participado nas 24 Horas de Le Mans e que era um piloto frequente nestes campeonatos de turismos/sport.
A miniatura está excelente, a decoração do Clio é muito elegante e está bem detalhada, quer no exterior como no interior.
Como a informação que recolhi sobre o piloto e sobre o Clio é limitada, se alguém tiver mais dados que possam completar este post podem deixar na caixa de comentários. Obrigado.

13 fevereiro 2008

McLaren MP4-5B - Ayrton Senna (1990)

Esta miniatura pertence à colecção Grand Prix Mitos da Formula 1.
Hoje apresento a miniatura do McLaren MP4-5B pilotado pelo brasileiro Ayrton Senna.
Para 1990 a McLaren não necessitou de construir um carro completamente novo. O que fez foi evoluir o McLaren MP4-5 de 1989. Um dos engenheiros chefes responsáveis pelo MP4-5 de 1989, Steve Nichols, passou para a Ferrari e assim foi Neil Oatley, outro dos responsáveis do carro de 1989, que se responsabilizou pelo MP4-5B que seria utilizado em 1990.
Em face dos conflitos internos entre os seus pilotos, Prost e Senna, e que determinaram a saída do francês para a Ferrari, a McLaren contratou o piloto austríaco, Gerhard Berger (ex-Ferrari) para o substituir. A McLaren acabaria por conquistar o título de construtores e Ayrton Senna sagrar-se-ia Campeão Mundial pela segunda vez. Embora essa conquista do brasileiro estivesse envolta em grande polémica, tal como tinha sido a do ano anterior. Os duelos entre os dois grandes rivais, Senna e Prost, atingiam níveis demasiado elevados e os conflitos, quase “bélicos”, entre os dois no ano anterior ainda não estavam completamente esquecidos. A polémica foi tal que fez correr muita tinta na imprensa especializada e não só… e ainda hoje se fala nesses conflitos Prost/Senna.
Mas durante a temporada de 1990, a McLaren sentiu algumas dificuldades (que não tinha tido nos dois anos anteriores), quer em fazer evoluir o MP4-5B, quer em preparar a temporada de 1991. Para tentar solucionar alguns problemas, Ron Dennis teve que, a meio do ano, contratar o engenheiro Gordon Kimball. Recordemos que a Ferrari conseguiu, sensivelmente a meio da temporada de 1990, três vitórias consecutivas que fizeram alguma mossa na McLaren. Essa contratação fez com que o MP4-5B evoluísse e se resolvessem alguns dos problemas que afectavam o monolugar da equipa de Ron Dennis. Assim e com o talento de Ayrton Senna, a McLaren conseguiu aquela vantagem necessária sobre os adversários para a conquista do terceiro título de construtores consecutivo, feito que apenas a Ferrari tinha conseguido entre 1975 a 1977.
O McLaren MP4-5B, que nunca conseguiu as performances dos anteriores modelos, dispunha de uma caixa de seis velocidades, o motor era o Honda V10 de 3500 cm3 com uma potência de 690 cavalos, o mais potente desse ano. Este modelo tinha uma característica particular: o exaustor traseiro era composto por um enorme arco central e quatro mais pequenos, situados dois a dois, de ambos os lados, que ficou conhecido como a Catedral. No entanto este exaustor foi abandonado por outro mais convencional e que facilitava a condução. Havia outros problemas: a caixa de velocidades era de utilização bastante delicada e com o depósito cheio o MP4-5B tinha um comportamento errático.
Informações retiradas do fascículo sobre o McLaren MP4-5B da colecção Grand Prix Mitos da Formula 1.

Os pilotos do McLaren MP4-5B em 1990 foram: Ayrton Senna (#27) e Gerhard Berger (#28).
Vitórias: 6 (A. Senna: 6)
Pole-position: 12 (A. Senna: 10; G. Berger: 2)
Melhor volta : 5 (A. Senna: 2; Berger: 3)
1990 - O campeonato continuação)
No GP da Alemanha, disputado no rápido circuito de Hockenheim, Ayrton Senna regressou às vitórias terminando com a sequência de três vitórias consecutivas da Ferrari e Prost. No entanto a vitória não foi fácil. O italiano Alessandro Nannini, num Benetton, causou alguma sensação e Senna teve que se empenhar para vencer o GP. O italiano da Benetton fez a prova toda sem mudar de pneus e quase que a sua táctica resultava. Nannini ficou em segundo lugar à frente de Berger (McLaren). A prestação da Ferrari foi uma desilução e Prost foi apenas o quarto classificado.
No GP da Hungria, desta vez a táctica de não mudar de pneus voltou a dar resultado. O belga Thierry Boutsen (Williams) conseguiu a sua primeira pole-position da carreira e fez a corrida toda sem mudar de pneus. Nas últimas voltas sofreu a pressão de Senna mas num circuito onde os locais para ultrapassar escasseiam acabou por beneficiar o belga. Senna não conseguiu ultrapassar Boutsen e assim a Williams voltava a vencer pela segunda vez neste ano. Patrese ao fazer a volta mais rápida da corrida completou o domínio da Williams. Senna ficou em segundo e Nelson Piquet (Benetton) foi o terceiro. Mesmo não vencendo, Senna beneficiou da desistência de Prost.
Nos dois GP’s seguinte (Bélgica e Itália) a McLaren e Aytron Senna obtêm duas vitórias decisivas para a conquista dos títulos. Senna ganha alguma vantagem sobre Prost embora o francês tenha minimizado as perdas ao terminar as duas corridas em segundo lugar. E no caso da McLaren, Berger ajudou com os pontos dos terceiros lugares conseguidos nas duas provas.
O GP de Portugal serviu para Mansell mostrar que, apesar do seu anúncio que iria abandonar a Formula 1, quando dispunha de um carro fiável era capaz de grandes performances. Mansell venceu a prova mas Senna conseguiu colocar-se entre os dois Ferraris ao terminar na segunda posição e impedir um eventual jogo de equipa. Prost ficou em terceiro lugar e perdeu mais dois pontos para Senna.
Apesar de Prost ter perdido 8 pontos para Senna nas três últimas corridas, o francês não baixou os braços e chegou ao GP de Espanha disposto a manter a chama pela discussão do título viva. E foi isso que aconteceu. Senna desistiu e Prost aproveitou ao máximo o azar do brasileiro. Prost vence a corrida com Mansell na segunda posição. Uma dobradinha para a Ferrari. A duas corridas para o fim do campeonato, ambos os títulos continuavam em disputa: Senna com mais 11 pontos que Prost e a McLaren com mais 18 pontos que a Ferrari.
A expectativa para o GP do Japão era grande: país da Honda e onde Senna era idolatrado. Para manter as hipóteses de chegar ao título Prost tinha que terminar à frente de Senna e ganhar pelo menos 3 pontos ao brasileiro. Se Prost não terminasse Senna era campeão.
A grande expectativa acabou por sair gorada já que depois da partida para o GP, Ayrton Senna, que era o pole-position, e Alain Prost colidiram ao entrar na primeira curva do circuito. Ambos abandonaram e Senna sagrava-se campeão pela segunda vez. Pelo segundo ano consecutivo estes dois pilotos colidiam no GP do Japão, instalando-se a polémica sobre quem seria o responsável… nós todos já sabemos quem foi o responsável: Senna foi o responsável para os fãs de Prost e Prost foi o responsável para os fãs de Senna. Se bem que uns anos depois o brasileiro tenha assumido a culpa. Foram actos que ainda tinham a sua génese na colisão do ano anterior.
Aaahh… já me esquecia, Nelson Piquet (Benetton) aproveitou para voltar a vencer um GP depois do jejum que já durava há dois anos e meio. Outro brasileiro, Roberto Moreno, também em Benetton terminou em segundo lugar. Obteve o seu primeiro e único pódio na Formula 1. Aguri Suzuki (Lola), piloto da “casa”, ficou num inédito terceiro lugar. Pela primeira vez na história da Formula 1 havia um piloto nipónico no pódio. E como nenhum piloto da Ferrari pontuou, a McLaren conquistou o título de construtores pela terceira vez consecutiva. Para a Honda era o quarto título consecutivo.
Com a questão dos títulos resolvida, o GP da Austrália serviu apenas para cumprir o calendário. Contudo realizava-se a 500ª corrida da Formula 1 desde 1950 e Nelson Piquet (Benetton) assinou o seu nome na história ao vencer a prova. Mansell foi o segundo e Prost o terceiro.
O campeonato de pilotos terminou com os seguintes três primeiros classificados:
1º Ayrton Senna (McLaren) - 78 pontos (6 vitórias);
2º Alain Prost (Ferrari) - 71 pontos (5 vitórias);
3º Nelson Piquet (Benetton) - 43 pontos (2 vitórias).

Entre os construtores, a classificação ficou assim:
1º McLaren – 121 pontos (6 vitórias)
2º Ferrari – 110 pontos (6 vitórias)
3º Benetton – 71 pontos (2 vitórias)

12 fevereiro 2008

Tyrrell 019 - Jean Alesi (1990)

Esta miniatura pertence à colecção Grand Prix Mitos da Formula 1.
Em 1990 a Tyrrell, sendo uma pequena equipa que vivia com um escasso orçamento e que não podia ombrear com as grandes equipas, procurava através da criatividade aquilo que não conseguia com os parcos recursos financeiros. Podemos dizer que foi a Tyrrell, esta pequena equipa do “Tio” Ken, a grande responsável pela mudança do aspecto aerodinâmico que actualmente os carros da Formula 1 apresentam.
O modelo da Tyrrell utilizado no campeonato de 1990 partia da base do Tyrrell 018 de 1989, sendo até bastante parecidos. Contudo havia uma grande diferença, o nariz do Tyrrell 019 de 1990 estava elevado. E essa foi a grande inovação da equipa de Ken Tyrrell e que posteriormente veio a ser copiada por todos os outros construtores. Actualmente e desde há muitos anos que esta é a norma para os “bicos” de todos os Formula 1.
O Tyrrell 019 foi da responsabilidade do britânico Harvey Postlethwaite e do engenheiro aeronáutico francês Jean-Claude Migeot. O motor era o Ford Cosworth DFR V8, que embora sendo menos potente que os V10 ou V12 da concorrência, era mais leve e ocupava menos espaço, daí que o Tyrrell 019 apresente uma aerodinâmica mais estilizada. O fornecedor de pneus para 1990 foi a Pirelli que substituiu a Goodyear, a marca utilizada em 1989.
Para o campeonato de 1990, Ken Tyrrell manteve na equipa de pilotos o jovem e promissor piloto francês Jean Alesi, que tinha sido contratado, sensivelmente, a meio do campeonato do ano anterior, ao qual se juntou o experiente, mas modesto, piloto japonês Satoru Nakajima. No entanto, seria ainda com o Tyrrell 018 de 1989, que estes dois pilotos participariam nas duas primeiras provas do ano.
O Tyrrell 019 só se estreou no GP de Imola (3ª corrida do ano), tendo participado nas restantes provas campeonato. No decorrer das provas ficou provada a sua competitividade. Embora não tenha vencido nenhuma GP, ficou em segundo lugar no Monaco, e permitiu a que Jean Alesi mostrasse o seu valor na maior categoria do automobilismo mundial, despertando o interesse das grandes equipas. Quer a competitividade de Alesi quer do Tyrrell 019 fica demonstrada no facto de o piloto francês ter-se qualificado para a grelha de partida dos GP’s quase sempre entre os 10 primeiros. No final do ano, Alesi termina o campeonato na 9ª posição com 13 pontos (dois segundos lugares e um sexto) e com um contrato para guiar pela Ferrari no ano seguinte. Enquanto Nakajima é 15º com 3 pontos (três sextos lugares). A Tyrrel fica em 5º lugar com 16 pontos.
Eis então a miniatura do Tyrrell 019 de 1990, aqui na versão do piloto francês Jean Alesi. Infelizmente e não é inédito nestas colecções, há um erro nesta miniatura. Como disse em cima, a Tyrrell utilizou neste ano pneus da marca Pirelli e a miniatura exibe, erradamente, a marca Goodyear nos pneumáticos.


1990 - O Campeonato
Terceiro ano consecutivo da batalha entre Ayrton Senna (brasileiro) e Alain Prost (francês). Se nos dois anos anteriores os dois pilotos se encontravam na mesma equipa, para este ano havia uma mudança. Prost mudou de equipa e encontrava-se agora na Ferrari, ao lado de Nigel Mansell (britânico). Senna manteve-se na McLaren e tinha agora como colega o austríaco Gerhard Berger (ex-Ferrari).
O campeonato começou nos E.U.A., no GP de Phoenix, e logo com algumas surpresas: Berger fez a pole-position na sua primeira corrida com a McLaren e Senna era apenas o 5º da grelha de partida. O segundo era Perluigi Martini (italiano) num Minardi, o terceiro era Andrea de Cesaris (italiano) num Dallara e o quarto era Alesi num Tyrrell. Prost, em Ferrari, era apenas o 7º e Mansell, no outro Ferrari, o 17º!
Na largada, Alesi, que utilizava o Tyrrell 018 do ano anterior, surpreendeu e assumiu a liderança. Um chassis muito bem equilibrado e os pneus Pirelli muito competitivos permitiram que Alesi efectuasse uma excelente prova. Berger, que era segundo, cometeu um erro e abandonou devido a um despiste. Entretanto Senna começava a reagir e conseguiu ultrapassar Alesi chegando á liderança a meio da prova. Mas o piloto da Tyrrell respondeu e em acto imediato ultrapassa o brasileiro, surpreendendo-o. Senna reage na volta seguinte e ultrapassa Alesi e desta vez não se deixa surpreender. Senna vence a corrida e Alesi fica em segundo lugar apenas a 8 segundos do brasileiro. O belga Thierry Boutsen (Williams) é o terceiro. Nenhum Ferrari terminou a corrida. Satoru Nakajima ficou em 6º lugar com o outro Tyrrell. Excelente início de campeonato para Ken Tyrrell.
No GP do Brasil, na estreia do Autódromo José Carlos Pace, esperava-se a primeira vitória de Senna no Brasil. Contudo a Ferrari mostrou que tinha andamento para a McLaren. A luta pela vitória foi renhida e a vitória só ficou definida quando Senna cometeu um erro ao tentar ultrapassar Nakajima, tento batido na roda traseira do Tyrrell e destruindo a secção dianteira do McLaren. Prost venceu a prova brasileira, Berger ficou em segundo lugar e Senna foi o terceiro.
No final do GP de Imola, o campeonato conhecia o terceiro vencedor em três corridas: o italiano Riccardo Patrese (Williams). O italiano já não vencia um GP há quase 7 anos, desde os seus tempos na Brabham. Senna foi o primeiro líder mas desistiu com uma jante partida. A liderança passou para Boutsen (Williams) mas uma passagem de caixa falhada ditou o abandono do belga. Patrese aproveitou os problemas que afectaram Senna e Boutsen para atacar Berger (McLaren), que era agora o líder. A subida de forma dos Williams-Renault confirmou-se com a ultrapassagem ao McLaren de Berger, que nada pode fazer. Patrese venceu a corrida, Berger ficou em segundo lugar e Alessandro Nannini (italiano) em Benetton completou o pódio. Prost ficou na quarta posição. Alesi, que estreou o Tyrrell 019, terminou na sexta posição.
Nos dois GP’s seguintes, Monaco e Canada, a vitória foi para o mesmo piloto: Ayrton Senna. No Monaco, Senna obteve a sua quarta vitória no tortuoso circuito monegasco. O domínio do piloto brasileiro foi total: vitória (liderou da primeira à última volta), melhor volta e pole-position. Contudo, por pouco a vitória quase que lhe escapou. Nas últimas voltas o motor do McLaren de Senna começou a falhar e Alesi aproximou-se de tal maneira que se a corrida tivesse mais uma volta teria ultrapassado o brasileiro. Alesi terminou em segundo lugar a 1 segundo de Senna. Berger foi o terceiro. No GP do Canada, Senna sentiu algumas dificuldades devido a uma afinação para chuva porque a pista se apresentava com o piso molhado mas que posteriormente veio a secar. Mas mesmo assim conseguiu uma vitória, seguido de Nelson Piquet (brasileiro) num Benetton e de Nigel Mansell (Ferrari).
No GP do México assistiu-se uma corrida emocionante e bastante disputada. A luta, nas últimas voltas, entre Mansell e Berger foi fantástica. Berger efectuou uma excelente corrida mas Mansell conseguiu uma ultrapassagem brilhante sobre o austríaco, que lhe valeu o segundo lugar atrás de Prost. Prost fez uma corrida tacticamente irrepreensível; partindo da 13ª posição da grelha de partida, Prost soube gerir o desgaste dos seus pneus de tal maneira que não fez uma única paragem para trocar de pneus. A sua corrida foi uma lenta evolução na classificação mas no fim a vitória não lhe escapou… Foi uma dobradinha da Ferrari: Prost e Mansell.
No GP da França a Ferrari festejou a sua centésima vitória na Formula 1. Alain Prost “assinou” desta maneira o seu nome na história da Ferrari. Tal como no GP anterior, Alain Prost iniciou a prova num ritmo calmo de modo a poupar a mecânica do carro e os seus pneus. Se por um lado Senna passava por algumas dificuldades inesperadas nas boxes, por outro havia quem estivesse a surpreender ao efectuar uma excelente corrida: Ivan Capelli (italiano) num Leyton House. Prost não tinha a oposição de Senna, seu rival de sempre, mas o italiano da Leyton House estava na frente do GP e quase que resistiu aos ataques do francês da Ferrari. A vitória acabou nas “mãos” de Alain Prost e a Ferrari festejou a sua vitória número 100 na Formula 1. Capelli ficou com o segundo lugar e Senna ficou em terceiro.
Ao chegar à Inglaterra, para disputar a oitava prova do ano, Alain Prost, talvez inspirado com as duas vitórias nas duas últimas corridas, aproveitou a embalagem e superou os seus adversários para vencer o terceiro GP consecutivo de 1990. Mansell fez a pole-position mas Senna fez uma excelente partida e ganhou a liderança. Contudo, Senna sentiu algumas dificuldades para aguentar Mansell. Até que comete um erro e faz um pião que o obrigou a ir às boxes e que lhe retirou quaisquer hipóteses de lutar pela vitória. Mansell acabaria por abandonar numa altura que poderia ter dado a dobradinha à Ferrari. No final da prova, anunciaria a sua retirada das competições no fim do campeonato. Alain Prost venceu a prova, Boutsen foi o segundo e Senna o terceiro.
Decorrida a primeira metade do campeonato, entre os pilotos Prost era o primeiro com 41 pontos seguido de Senna com 39 pontos. Nos construtores a McLaren estava em primeiro lugar com 64 pontos com a Ferrari a 10 pontos de distância.
(continua)

Os pilotos do Tyrrell 019 em 1990 foram: Satoru Nakajima (#3) e Jean Alesi (#4).
Vitórias: 0
Pole-position: 0
Melhor volta : 0

06 fevereiro 2008

Mercedes-Benz 300 SL "Gullwing" (1954)

Esta miniatura pertence à colecção Mercedes-Benz. É uma das mais recentes aquisições para a minha colecção de miniaturas à esca. 1/43. Estas colecções são uma oportunidade para coleccionadores de miniaturas pouco abonados (como eu) que assim podemos ampliar as nossas colecções com miniaturas a uma relação preço/qualidade bastante apreciável. Normalmente comigo tem sido isso o que se passa com as colecções que vou fazendo, principalmente as cujo tema é o desporto automóvel. Como muitas vezes acontece aproveito o preço de lançamento para adquirir algumas miniaturas que normalmente não compraria devido ao carácter mais desportivo da minha colecção. No entanto desta vez tive algum azar com a miniatura, que mesmo sendo a um preço reduzido (€ 2,99) tem uma qualidade bastante fraca. Não sei se o resto da colecção será da mesma qualidade mas se estivesse interessado em comprar as miniaturas desta colecção ficava desde já muito desiludido. Acontece que a miniatura tem duas falhas: não vinha com o espelho retrovisor (terá caído) e as 4 rodas não assentam no chão.

A miniatura representa o mítico Mercedes-Benz 300 SL “Gullwing”, que esteve em produção entre 1954 e 1957 tendo sido construídas 1400 unidades.
O motor a quatro tempos de 2996 cm3 debitava 215 cavalos de potência e atingia uma velocidade máxima entre os 235 e 250 km/h. Este modelo era marcadamente desportivo e, como seria de esperar, só quem tivesse capacidade financeira o poderia adquirir, mas ao que parece nunca faltou quem o quisesse comprar.
O engenheiro Rudolf Uhlenhaut, tendo partido da base do Mercedes W194 de corrida, criou o mítico e fascinante 300 SL. A particularidade do Mercedes 300 SL que sobressai são as duas portas que abrem para cima. Devido a isso, o 300 SL também ficou conhecido por “Gullwin” (asas de gaivota). As iniciais SL significam “SPORT” e “LEICHT” (sport e ligeiro).
A apresentação do 300 SL ao público aconteceu em Fevereiro de 1954, no New York Motor Sport Show.