21 julho 2015

Ferrari 640/F1-89 - Nigel Mansell (1989)




Esta miniatura pertence à colecção Ferrari F1 Collection – Fasc. Nº 33.
O Ferrari 640/F1-89 foi o primeiro monolugar da Formula 1 a ser equipado com uma caixa eletrohidráulica no volante, isto significava a eliminação dos mecanismos da caixa manual, prescindindo-se da alavanca das mudanças, sendo que o piloto passava a efectuar as mudanças das velocidades nas duas palhetas que estavam dispostas atrás do volante. Contudo esta inovação iria ter os seus custos no campeonato; a Ferrari sofreu vários problemas devido à nova tecnologia ao longo da temporada. Posteriormente todas as equipas iriam adoptar esta nova tendência que ainda hoje é utilizada.
John Barnard foi o designer responsável pelo Ferrari 640/F1-89, aliás Barnard já vinha desenvolvendo os monolugares da Ferrari desde 1987 e iria manter-se em Maranello até 1990.
O Ferrari 640/F1-89 foi um monolugar inovador no aspecto da caixa mas para além disso destacava-se também pela sua inconfundível estética salientando-se o bico do monolugar (bico-de-pato). O motor atmosférico de 12 cilindros debitava 600 cv às 12500 rpm.
Para a temporada de 1989 a Ferrari contratou o piloto inglês Nigel Mansell (ex-Williams) e manteve o austríaco Gerhard Berger.
A miniatura apresentada representa o Ferrari 640/F1-89 de Nigel Mansell para a temporada de 1989.
Nigel Mansell nasceu a 8 de Agosto de 1953 na Inglaterra. O seu palmarés na Formula 1 é um dos mais ricos contudo apenas foi campeão uma única vez. Mansell estreou-se na Formula 1 no GP da Áustria de 1980 pela Lotus. Participou em 187 GP’s, obteve 31 vitórias, 32 pole-positions e 30 melhores voltas, sagrando-se campeão em 1992 pela Williams.
Nigel Mansell era um piloto agressivo, ousado e rápido mas por vezes pouco inteligente na gestão da sua corrida. Era um piloto que dava tudo o que tinha, cativando o público por isso mesmo. Depois de disputar os campeonatos de acesso à F1, nos quais Mansell pouco brilhou mas conseguiu captar numa ou noutra ocasião a atenção de Colin Chapman (Lotus), que lhe proporciona a estreia na F1 na sua equipa aos 27 anos. No ano de 1980 Mansell participa em 2 GP’s. Colin Chapman vê potencialidades em Mansell e contrata o piloto inglês para 1981. Mansell iria manter-se na Lotus durante 4 temporadas, tendo obtido o primeiro pódio em 1981, a primeira melhor volta em 1983 e a primeira pole-position em 1984, contudo não conseguiu vencer nenhum GP pela Lotus (o melhor que conseguiu nestes 4 anos na Lotus foram 5 terceiros lugares); nestes anos na Lotus, Nigel Mansell teve como colega de equipa o italiano Elio de Angelis e foi sempre batido por este no campeonato: 14º lugar em 1981; 14º em 1982; 13º em 1983 e 10º em 1984. No final de 1984 Nigel Mansell sai da Lotus e assina pela Williams, onde permanece durante 4 anos: na Williams vence o seu primeiro GP em 1985 (GP da Europa disputado no circuito de Brands Hatchs). Em 1985 é 6º no campeonato (2 vitorias), em 1986 é 2º no campeonato (5 vitorias), em 1987 é 2º (6 vitorias), perdendo o título para o seu colega de equipa Nelson Piquet (brasileiro) e em 1988 é 9º no campeonato. Para Mansell é tempo de mudar de equipa e assina pela Ferrari por dois anos. A aventura era difícil porque a Ferrari não vencia o campeonato de pilotos desde 1979. Em 1989 Mansell tem como colega de equipa Gerhard Berger e fica em 4º lugar com 2 vitórias. Mas no ano seguinte o seu colega de equipa é o francês Alain Prost e a sua situação na equipa torna-se desconfortável ficando apenas em 5º lugar no campeonato (1 vitória) e atrás de Prost, que lutou pelo título até ao fim do campeonato com o brasileiro Ayrton Senna (McLaren). Desmotivado, ainda antes do fim da temporada de 1990, Mansell anuncia que vai abandonar a F1. Posteriormente muda de ideias e acreditando no projecto de Frank Williams assina pela sua equipa com a convicção que ainda poderia ser campeão na F1. Em 1991 termina a época em 2º lugar com 5 vitórias e em 1992 Nigel Mansell, com 39 anos, sagrou-se finalmente campeão da Formula 1 com 9 vitórias, um record na época. O monolugar da Williams era fantástico. Nesse ano de 1992 Alain Prost tinha feito uma pausa na carreira mas anuncia que para 1993 iria correr pela Williams. Mansell não terá gostado da ideia de voltar a ter como colega de equipa o francês e decidiu abandonar a F1 mas continuar a carreira nos EUA na Formula IndyCar, campeonato que viria a vencer nesse mesmo ano. Na Formula 1, Nigel Mansell ainda participou em 4 GP’s pela Williams no ano de 1994 (1 vitória) e mais 2 GP’s em 1995 pela McLaren. Apesar de nos anos seguintes ter havido mais algumas tentativas (testes) de regressar à F1 as participações de Mansell na categoria terminaram em 1995.

O campeonato de 1989
A estreia do Ferrari 640/F1-89 no GP do Brasil foi excelente para a equipa de Maranello: Mansell venceu a corrida logo na estreia do novo carro e no seu primeiro GP pela Ferrari. Contudo o outro piloto da Ferrari, Gerhard Berger, teve um acidente e desistiu. Gerhard Berger iria sofrer uma série infindável de desistências durante as 10 primeiras provas do ano (4 dessas desistência relacionadas com a nova caixa de velocidades). Nas 4 corridas seguintes (San Marino, Monaco, México e EUA) o Ferrari de Nigel Mansell sofreu sempre do mesmo mal causando o seu abandono: problemas na caixa de velocidades. Ayrton Senna (McLaren) venceu as provas de San Marino, Monaco e México. Alain Prost (McLaren) venceu nos EUA.
No Canadá a vitória sorriu ao piloto belga Thierry Boutsen (Williams) que assim vencia pela primeira vez na F1. Nigel Mansell foi desclassifido. Nos GP’s da França, Grã-Bretanha e Alemanha a McLaren foi sempre vencedora (Prost vence na França e na Grã-Bretanha e Senna na Alemanha). Na Ferrari as coisas começaram a melhorar um pouco e Mansell conseguiu o segundo lugar na França e na Grã-Bretanha (onde quase venceu) e o terceiro lugar na Alemanha. A prova deste bom momento da Ferrari aconteceu no GP da Hungria que Mansell venceu partindo do 12º lugar da grelha, fazendo uma fantástica recuperação num circuito onde é difícil ultrapassar. No GP da Bélgica Nigel Mansell conseguiu terminar no terceiro lugar.
Depois de 5 GP’s com bons resultados Nigel Mansell não conseguiu terminar mais nenhum das 4 últimas corridas da época. Pelo contrário, Gerhard Berger, o seu colega de equipa, que vinha de uma série negra de 10 desistências nos 10 primeiros GP’s do ano, conseguiu finalmente quebrar a maré de azar e terminou o GP de Itália em segundo lugar (Prost venceu a prova).
No GP de Portugal Mansell esteve envolvido num acidente polémico com Senna, numa altura da prova em que Mansell já tinha visto a bandeira negra mas que optou por continuar em pista durante mais algumas voltas. Gerhard Berger venceu a prova portuguesa e ficou em segundo lugar no GP da Espanha que Senna venceu. De salientar que nestas 3 provas (Italia, Portugal e Espanha) Berger partiu sempre do 2º lugar da grelha de partida. O Ferrari 640/F1-89 nunca conseguiu alcançar a pole-position, pelo que estes 3 GP’s foram os melhores resultados em termos de qualificação para o 640. Mansell nunca conseguiu melhor que o 3º lugar na grelha de partida (em 7 ocasiões).
Nos dois últimos GP’s da temporada, Berger voltou às desistências; no Japão houve o polémico acidente, já por demais debatido, entre Prost e Senna, que ditou o campeonato para o piloto francês da McLaren. A vitória foi para o piloto italiano Alessandro Nannini da Benetton. Na Austrália o vencedor foi Boutsen da Williams.
No final da temporada Prost sagrou-se campeão (4 vitorias). Nigel Mansell foi o 4º classificado com 38 pontos (2 vitórias) e Gerhard Berger ficou em 7º com 21 pontos (1 vitória). A McLaren venceu o campeonato (10 vitórias) e a Ferrari ficou em 3º lugar com 59 pontos (3 vitórias).

Os pilotos do Ferrari 640/F1-89 em 1986 foram: #27 Nigel Mansell (italiano) e #28 Gerhard Berger (austríaco).
Vitórias: 3 (Mansell: 2; Berger: 1)
Pole-position: 0
Melhor volta: 4 (Mansell: 3; Berger: 1)