Esta miniatura pertence
à colecção Ferrari F1 Collection – Fasc.
Nº 13.
O Ferrari 625 F1
com o francês Maurice Trintignant ao volante deu à equipa de Enzo Ferrari a
primeira vitória no circuito monegasco no ano de 1955. Com essa vitória, também,
Trintignat tornou-se no primeiro piloto francês a vencer uma corrida de Formula
1. A Ferrari teve de esperar mais 20 anos para voltar a vencer no Mónaco, em
1975 com o austríaco Niki Lauda. A Ferrari conta com 60 participações no GP do Mónaco
mas só por 8 vezes é que venceu a prova. A última vitória aconteceu em 2001 com
o alemão Michael Schumacher.
O Ferrari 625 F1
foi a evolução do 500 F2, tendo sofrido múltiplas alterações ao longo dos ano
de 1954 e 1955. O motor era um quatro cilindros em linha de 2500 cm3 montado em
posição dianteira. Debitava 210 cv às 7000 rpm. O motor era alimentado por dois
carburadores Weber. O 625 F1 dispunha de dois depósitos de combustível
colocados nas laterais. Pesava 600 kg. O chassis era tubular de aço. As
suspensões dianteiras eram independentes, com quadriláteros transversais. A suspensão
traseira era um eixo De Dion, com push-road duplos. O Ferrari 625 F1 utilizava
travões de tambor. Os pneus utilizados eram Englebert. A velocidade máxima era
de 270 km/h.
O Ferrari 625 F1
foi utilizado ao longo do ano de 1954 e em algumas provas de 1955. A estreia do
625 F1 aconteceu no GP da Argentina de 1954, tendo obtido a pole-position por
Giuseppe Farina (italino) que terminou a prova em segundo lugar. A primeira
vitória do 625 F1 foi obtida no GP da Inglaterra (1954) por Jose-Froilan
Gonzalez (argentino). O Ferrari 625 F1 só venceu mais uma prova, a do Mónaco em
1955 com Trintignant.
A miniatura
representa o Ferrari 625 F1 de 1955 no GP do Mónaco com o qual o piloto francês
Maurice Trintignant obteve a vitória.
O Campeonato de
1955 começou com a certeza de que a equipa a bater era a Mercedes, que tinha
vencido o campeonato do ano anterior. O piloto em destaque era o argentino, Campeão
do Mundo de 1954, Juan Manuel Fangio. A Ferrari preparava a época com
esperanças de que o novo Ferrari, o 555, pudesse fazer frente aos poderosos Mercedes
W196. Contudo como se iria verificar a Mercedes manteve o domínio, tendo a
Ferrari utilizado ao longo dessa época dois modelos, o 625 F1 do ano anterior e
o 555 F1. O campeonato era constituído por 7 provas: Argentina, Mónaco,
Indianápolis, Bélgica, Holanda, Grã-Bretanha e Itália. Juan Manuel Fangio
venceu 4 provas (Argentina, Bélgica, Holanda e Itália) sagrando-se Campeão do
Mundo novamente (era o seu 3º título), Stirling Moss (inglês) venceu na
Grã-Bretanha e ficou em segundo lugar no campeonato. Maurice Trintignant venceu
no Mónaco e ficou em quarto lugar no campeonato. A prova monegasca teve um
domínio inicial de Juan Manuel Fangio com Stirling Moss em segundo lugar, enquanto
os pilotos da Lancia Alberto Ascari e Eugenio Castelloti (ambos italianos)
perseguiam os dois pilotos da Mercedes. Tudo parecia correr bem para a
Mercedes, mesmo quando Jean Behra (francês), num Maserati, chegou a ultrapassar
os dois pilotos da Lancia. Castelloti acabaria por se atrasar com uma ida às
boxes, o mesmo aconteceu a Behra. Sensivelmente a meio da prova a transmissão do
Mercedes de Fangio partiu o que levou à desistência do argentino, passando a
liderança para Moss. A 20 voltas do final da prova Stirling Moss vê-se obrigado
a desistir com um pistão partido no motor do seu Mercedes. A liderança passou
neste momento para Ascari contudo este sofreu um acidente ao perder o controlo
do seu carro caindo ao mar. Ascari foi salvo pelos mergulhadores sofrendo
apenas algumas escoriações. Infelizmente, Ascari seria vitimado por um acidente
na semana seguinte, em Monza. Após a desistência de Ascari, apareceu Maurice
Trintignant na liderança do GP do Mónaco, que vinha a realizar uma prova
regular, cortando a meta em primeiro lugar. Outro destaque vai para Louis
Chiron que se tornou no piloto mais idoso a participar num GP, Chiron terminou
a prova em sexto lugar. Em Indianápolis venceu um piloto americano, visto que
esta prova era basicamente disputada só pelos pilotos americanos.
Maurice
Trintignant nasceu em França a 31 de Outubro de 1917 e faleceu a 13 de
Fevereiro de 2005 (tinha 87 anos). Este piloto francês teve um longa carreira
no deporto automóvel. O seu currículo mostra que foi em 1938 que começou a
participar em provas automobilísticas. O carro utilizado foi um Bugatti Type
51. Com o início da Segunda Guerra Mundial, Trintignant viu-se obrigado a
interromper a sua carreira desportiva durante seis anos. Foi só depois de
terminar a guerra que Maurice Trintignant voltou, em 1946, à competição e
novamente com um Bugatti. Durante aos anos anteriores à criação do Campeonato
do Mundo de F1 em 1950, Trintignant utlizou carros como, além do Bugatti, Maserati,
Delange até ser contratado por Amedée Gordini em 1948 para guiar para a sua
equipa. Durante essa época Trintignant sofreu um grave acidente tendo sido dado
como morto contudo o seu coração voltou milagrosamente a bater. Ficou em como
alguns dias até que recuperou completamente. Voltou às pistas em 1949 e obteve
mais algumas vitórias. Na primeira época da F1, em 1950, participou, sem
resultados de registo, em duas provas com o Simca-Gordini. Contudo obteve
algumas vitórias em provas que não contavam para o mundial. Em 1951 a situação
foi idêntica à de 1950, sem resultados na F1 e algumas vitórias em provas extra
mundial. Os anos de 1952 e 1953 correm um pouco melhor para Trintignant, alguns
quintos e sextos lugares na F1. Para 1954, Trintignant deixou a equipa Gordini
(após 3 anos) e assinou um contrato com a equipa Écurie Rosier, uma equipa que
utilizava carros da Ferrari. Uma boa prestação no GP da Argentina, 4º lugar,
chamou a atenção a Enzo Ferrari que o contratou de imediato para o GP seguinte.
Trintignant correu em Le Mans pela Ferrari e venceu a mítica prova. Na F1
obteve dois pódios (2º na Bélgica e 3º na Alemanha). No ano seguinte é segundo
na Argentina (num carro partilhado) e venceu o GP do Mónaco (a sua primeira vitória
na F1). Para 1956, Trintgnant arrisca na sua paixão, a Bugatti, e tenta levar a
equipa à F1. Contudo apenas participa num GP com a Bugatti, tendo registado um
abandono. As restantes provas da F1 são ao volante da Vanwall, no entanto
também só regista abandonos. Em 1957 regressou à Ferrari para realizar 3 GP’s.
Aos 41 anos, Maurice Trintignant assinou um contrato de dois anos (1958 e 1959)
com a Walker Racing Team. Maurice Trintignant voltou a vencer o GP do Mónaco
(1958) com o Cooper T45 Climax da Walter Racing Team e obteve alguns resultados
de relevo durante esse ano e no seguinte, contudo não voltaria a vencer mais
nenhum GP. Para os anos de 1960 e 1961, Trintgnant continuou a utilizar os
modelos da Cooper em várias equipas como a Walker Racing Team, Scuderia Centro
Sud, Scuderia Serenissima. Em 1962 voltou para a Walker Racing Team, que agora
utilizava os Lotus, mas as coisas não correram bem para Trintignant. Em 1963
tem apenas 3 participações em GP’s e a sua última época foi em 1964 com 4
participações em GP’s num BRM privado. Mas ainda assim ficou o registo, na sua penúltima
participa em GP’s no GP da Alemanha, da obtenção de um honroso 5º lugar.
Maurice
Trintignant participou em 81 GP’s, venceu apenas duas vezes (ambas no Mónaco),
não obteve nenhuma pole-position, apenas uma melhor volta e 10 pódios.
Conquistou 72,33 pontos. A sua melhor classificação num mundial foi em 1954 e
1955, em ambas as ocasiões ficou em 4º lugar.
Como curiosidade,
extra F1, fica o facto de Maurice Trintignant ser o avô de Jean-Louis
Trintignant, um dos mais famosos actores franceses.
Os pilotos do
Ferrari 625 F1 em 1955 foram: Giuseppe Farina, Umberto Maglioli, Jose-Froilan
Gonzalez, Maurice Trintignant, Mike Hawthorn e Eugenio Castelloti.
Vitórias: 1 (M. Trintignant: 1)
Pole-position: 1 (J.-F.Gonzalez:
1)
Melhor volta: 0