Esta miniatura
pertence à colecção Ferrari F1 Collection
– Fasc. Nº 10.
O novo monolugar
da Ferrari para o ano de 1986, desenhado por Mauro Forghieri e Harvey
Postlethwaite, tinha sido concebido com o novo limite de combustível para essa
temporada: 195 litros. Um verdadeiro desafio para as equipas uma vez que desde
1984, após a proibição dos reabastecimentos, que o limite da capacidade dos
depósitos vinha diminuindo a cada ano que passava.
O Ferrari F1-86
procurava ser melhor que o do ano anterior mas o que na teoria parecia ser
possível na prática revelou-se um verdadeiro quebra-cabeças para a equipa
italiana e seus pilotos. O Ferrari F1-86 apresentava melhorias ao nível das
suspensões, aerodinâmica e a utilização de instrumentos óptico-electrónicos com
um ecran digital que indicava os dados relativos ao consumo e distância. Tratou-se do primeiro passo rumo aos
volantes-computador da primeira década do século XXI. in fascículo nº 10 da
Ferrari F1 Collection, pag. 3.
O motor era o
mesmo do ano anterior, com ligeiras modificações, de seis cilindros turbo em
“V” a 120º e podia debitar 850 cv às 11500 rpm, logo mais potente do que no ano
anterior. “A dissipação do calor gerado
pelo motor exigiu amplas superfícies radiantes que ocupavam os painéis laterais
quase por completo.” in fascículo nº 10 da Ferrari F1 Collection, pag. 14.
Ao longo de toda a temporada o Ferrari F1-86 foi tendo uma série quase infindável de problemas mecânicos que atestam a sua pouca fiabilidade logo pouco competitivos nunca conseguir ser uma ameaça às principais equipas (Williams, McLaren e Lotus).
Ao longo de toda a temporada o Ferrari F1-86 foi tendo uma série quase infindável de problemas mecânicos que atestam a sua pouca fiabilidade logo pouco competitivos nunca conseguir ser uma ameaça às principais equipas (Williams, McLaren e Lotus).
A Ferrari
manteve os mesmos pilotos da época anterior: Michelle Alboreto (italiano), que
tinha sido o vice-campeão, e Stefan Johansson (sueco), que substituiu o francês
René Arnoux após o primeiro GP de 1985. Não seria pela qualidade dos seus
pilotos que a Ferrari deixaria de fazer um boa temporada. A comparação da
temporada da Ferrari de 1986 com a de 1985 é desastrosa: zero vitórias, zero pole-positions
e zero melhores voltar. Enquanto em 1985 a Ferrari ainda lutou pelos títulos em
1986 esteve muito longe de o poder fazer.
A miniatura de
hoje representa o Ferrari F1-86 que o piloto sueco Stefan Johansson utilizou
durante a temporada de 1986.
O campeonato de
1986
O GP do Brasil
foi o primeiro da época tendo Nelson Piquet (brasileiro) vencido a prova logo
na sua estreia pela equipa Williams. Piquet tinha deixado a Brabham no final de
1985 e assinou pela equipa de Frank Williams. Os dois Ferrari não tiveram sorte
e acabaram por desistir com problemas mecânicos. No GP de Espanha assistiu-se a
um final emocionante com o brasileiro Ayrton Senna (Lotus) a sagrar-se vencedor
com o inglês Nigel Mansell (Williams) a escassos centímetros do brasileiro. Os
Ferrari voltaram a desistir novamente com problemas mecânicos. No GP de Imola a
Ferrari conseguiu os primeiros pontos da temporada por intermédio do 4º lugar
de Johansson enquanto Alboreto registava novo abandono. A vitória foi para o
francês Alain Prost (McLaren), que teria sido a sua terceira vez consecutiva em
Imola caso no ano anterior não tivesse sido desclassificado.
No Mónaco os
Ferrari de Alboreto e Johansson desistiram novamente com problemas mecânicos,
no entanto o sueco ainda conseguiu classificar-se em 10º lugar. Alain Prost
venceu a prova pela terceira vez consecutiva.
No GP da Bélgica
os dois Ferrari terminaram nos lugares pontuáveis pela primeira vez neste ano:
Johansson em terceiro (primeiro pódio da Ferrari no ano) e Alboreto em quarto.
Nigel Mansell venceu a sua primeira corrida do ano, vitória que iria repetir no
GP seguinte no Canadá. A Ferrari por seu lado falhou novamente, Alboreto foi o
oitavo e Johansson desistiu, e iria desistir também no GP de Detroit. Alboreto
alcançou mais três pontos devido ao quarto lugar. Ayrton Senna conseguiu a sua
segunda vitória do ano em Detroit.
No GP da França,
Alboreto após um arranque falhado consegue recuperar até à oitava posição
enquanto Johansson viu o turbo do motor do seu Ferrari rebentar. No GP da
Inglaterra, Johansson envolveu-se num acidente na partida mas o seu carro foi
reparado a tempo da segunda partida contudo nada lhe valeu visto que viria
abandonar. Alboreto não teve melhor sorte e abandonou também. Nos GP’s da França
e Inglaterra o vencedor foi o mesmo: Nigel Mansell no Williams-Honda.
No GP da
Alemanha a Ferrari continuava a série negativa que vinha praticamente desde o
inicio do campeonato: Alboreto desistiu e Johansson, voltando a estar envolvido
num acidente na partida, termina na 11ª posição. A vitória foi para Nelson
Piquet, que já não vencia desde o primeiro GP do ano (Brasil). Nelson Piquet
voltaria a vencer na Hungria e Johansson voltou também aos pontos graças ao
quarto lugar. Alboreto não escapou à má sina da Ferrari e registou nova desistência,
desta vez por acidente.
Na Áustria a
Ferrari registou o melhor resultado do ano: Johansson foi o segundo e Alboreto
o terceiro. A vitória, essa foi para Alain Prost que assim ganhava fôlego para
manter as esperanças de revalidar o título. No GP de Itália Nelson Piquet volta
a vencer e a Ferrari consegue um novo pódio através do terceiro lugar de Stefan
Johansson. Alboreto desistiu. No GP de Portugal os dois Ferrari voltaram a
terminar contudo apenas nos últimos lugares pontuáveis: Alboreto foi quinto e
Johansson sexto. Mansell venceu a prova. Alguns dias depois da prova portuguesa
Enzo Ferrari anunciava a contratação de John Barnard da McLaren. Desejoso de
dar a volta à situação negativa que a sua equipa atravessava Enzo Ferrari dava
plenos poderes a John Barnard.
No México a nota
de maior registo foi a vitória de Gerhard Berger (austríaco) que vencia pela
primeira vez na F1 e dava também a primeira vitória à Benetton. Os Ferrari,
esses voltavam à lista dos abandonos. Na última prova do ano havia três pilotos
com possibilidades de vencer o título: os dois pilotos da Williams, Piquet e
Mansell, e Alain Prost da McLaren. E seria Prost a vencer a corrida e a sagrar-se
campeão do mundo, com alguma sorte, é verdade, mas também com muito mérito
visto que foi mantendo na luta até ao fim, quando claramente já não tinha o
melhor conjunto (carro/motor) do pelotão da F1, que era o Williams/Honda.
Stefan Johansson terminou em terceiro e Alboreto desistiu. Prost venceu ocampeonato com 72 pontos e a Williams venceu nos construtores com 141 pontos.
Stefan Johansson foi o 5º classificado com 23 pontos e Michele Alboreto o 8º
com 14 pontos. A Ferrari terminou o ano com 37 pontos e na 4ª posição.
Stefan Johansson
nasceu a 8 de Setembro de 1956 na Suécia. Johansson esteve envolvido em 104 GP’s
mas apenas participou em 79 GP’s. A sua primeira tentativa na F1 acontece em
1980 com a Shadow mas falhou a qualificação no Brasil e na Argentina. A sua
estreia apenas acontece em 1983 no GP da Inglaterra com a Spirit. Nesse ano participa
em 6 GP’s tendo obtido um sétimo lugar. Em 1984 participa em provas com a
Tyrrell que depois foi desclassificada por irregularidades nos carros e
posteriormente participa nos 3 últimos GP’s do ano com a Toleman. Na primeira
prova com Toleman, em Italia (substituía Ayrton Senna, castigado pela equipa
por ter assinado pela Lotus), Johansson alcança o quarto lugar. Para 1985,
Stefan Johansson efectua a primeira prova (Brasil) com a equipa Tyrrell mas
antes da segunda corrida (Portugal) é contactado pela Ferrari para substituir o
francês René Arnoux. Nas restantes 15 provas de 1985 Johansson consegue boas
performances e obtém dois segundos lugares. Em 1986, ainda na Ferrari, e com um
carro visivelmente inferior consegue 4 terceiros lugares terminado o ano em 5º
lugar e à frente do seu colega de equipa Michele Alboreto. Gerhard Berger entra
na Ferrari e Johansson sai para a McLaren. Assim em 1987 Stefan Johansson
consegue, com um carro que já estava ultrapassado, 2 segundos lugares e 3
terceiros lugares. Termina o ano na sexta posição e sai da McLaren para correr
pela Ligier em 1988. Estes foram os seus melhores anos na F1 (1985, 1986 e
1987). Na Ligier não consegue nenhum ponto mas a equipa já não era a mesma que
pontuava regularmente, não conseguindo inclusive qualificar-se em seis ocasiões.
Para 1989 Stefan Johansson tem um desafio ainda maior na pequena equipa da
Onyx, que fazia a estreia na F1 tendo que enfrentar as pré-qualificações
existentes na época devido à numerosa lista de inscritos que havia. No entanto
Stefan Johansson foi lutando e muitas das vezes não conseguia passar nas
pré-qualificações, contudo no GP de Portugal consegue qualificar-se e,
pasme-se, conseguiu um feito notável ao terminar na terceira posição (12º pódio
da sua carreira na F1). Foi sua penúltima corrida na F1. Nesse ano não
conseguiu qualificar-se para mais nenhuma prova. Em 1990, ainda na Onyx, tentou
por duas vezes qualificar-se, sem êxito, para duas provas. E por aqui se ficou
nesse ano. Em 1991 nos dois primeiro GP’s do ano tentou novamente
qualificar-se, desta vez na equipa AGS, mas falhou. Depois passou para a
Footwork e em quatro ocasiões apenas conseguiu a qualificação para o GP do
Canadá. Foi a sua última participação na F1. Stefan Johansson foi um bom piloto
da F1 que apesar de ter corrido pela Ferrari e pela McLaren, tal aconteceu em
alturas que as equipas se encontravam já em fases descendentes.
Depois da F1 Stefan Johansson esteve envolvido durante alguns anos no campeonato americano CART. Como muitos pilotos que passaram pela F1, Stefan Johansson também apresenta no seu currículo várias participações nas 24 Horas de Le Mans, na qual a mais importante tenha acontecido em 1997 quando venceu as míticas 24 Horas de Le Mans ao lado de Michele Alboreto (seu ex-colega na Ferrari nos anos de 1985 e 1986) e de Tom Kristensen num Porsche WSC-95.
Depois da F1 Stefan Johansson esteve envolvido durante alguns anos no campeonato americano CART. Como muitos pilotos que passaram pela F1, Stefan Johansson também apresenta no seu currículo várias participações nas 24 Horas de Le Mans, na qual a mais importante tenha acontecido em 1997 quando venceu as míticas 24 Horas de Le Mans ao lado de Michele Alboreto (seu ex-colega na Ferrari nos anos de 1985 e 1986) e de Tom Kristensen num Porsche WSC-95.
Os pilotos do
Ferrari F1-86 em 1986 foram: #27 Michele Alboreto (italiano) e #28 Stefan
Johansson (sueco).
Vitórias: 0
Pole-position: 0
Melhor volta: 0