27 março 2009

Ferrari 250 Testa Rossa (1957)



Esta miniatura pertence à colecção Ferrari – O Mito.
A colecção é composta por 20 miniaturas Ferrari, saiu aos sábados com os jornais Diário de Notícias e O Jogo. O texto que vou publicar foi retirado do fascículo nº 3 que acompanha a miniatura:

Modelo Ferrari 250 Testa Rossa – Ano 1957
O 250 Testa Rossa de 1957 é a prova de como a Ferrari sempre teve grande consideração pelos clientes desportistas. O carro foi, de facto, estudado, projectado e realizado à medida do “gentleman driver” que tantos louros trouxeram à casa de Maranello. Os pilotos que tinham experimentado o famoso 500TRC, como Testa Rossa dispunham de um carro mais ou menos igual – a carroçaria era mesma assim como a notável maneabilidade – mas com um motor muito mais potente. De facto, uma vez mais, Enzo Ferrari foi astuto: sabia que os regulamentos iam ser alterados e que a cilindrada máxima da categoria protótipos seria reduzida para 3000 cc, pelo que utilizou o indestrutível 12 cilindros em V do 250 Gran Turismo, reviu radicalmente a sua estrutura, adoptou 6 carburadores de duplo corpo e aperfeiçoou ainda outros pormenores. O carro alcançou uma potência recorde de 300 cavalos. E baralhou literalmente a concorrência levando para casa o Título Mundial de Construtores de 1958.

O Projecto Estilístico
Os túneis de vento ainda estavam longe de existir mas Ferrari já havia percebido que ligando o perfil do piloto com a traseira se obtiam umas prestações aerodinâmicas excepcionais.
Nos Ferraris de corrida nada era deixado ao acaso e a carenagem dos faróis era fundamental para reduzir a resistência aerodinâmica. Um detalhe que, no entanto, se mostrava incrivelmente atraente do ponto de vista estilístico. A entrada de ar para o motor era de um requinte extraordinário: os carburadores saíam mesmo do capôt e eram cobertos por uma cúpula em vidro de plástico que os deixava à vista de uma forma bela. Os limpa pára-brisas dos Ferrari sport eram cuidadosamente estudados para desviarem o fluxo de ar para cima da cabeça do piloto: ainda que aparentemente baixos, a grande velocidade ofereciam uma óptima protecção mesmo contra a chuva, sempre perigosa nas longas corridas de resistência.
In fascículo nº 3.

25 março 2009

Peugeot 206 WRC - R. Burns - R. Reid (Rali de Monte Carlo de 2003)



Esta miniatura pertence à colecção RallyCar Collection.
O Peugeot 206 WRC tem no seu palmarés inúmeras vitórias, dois títulos de pilotos (Marcus Gronholm em 2000 e 2002) e três de marcas (2000, 2001 e 2002). Excelente currículo para um modelo que foi utilizado a nível oficial durante 4 anos.
No ano de 2003, a Peugeot iniciava o campeonato de ralis com o objectivo de defender os títulos conquistados no ano anterior. Para tal, a Peugeot manteve na equipa os dois últimos campeões do mundo: o campeão em título, Marcus Gronholm (finlandês) e o inglês Richard Burns, que conquistou o título de campeão em 2001 com a Subaru.
O Peugeot 206 WRC, que ia fazer em 2003 fazer a sua 4 temporada completa no mundial de ralis, deparou-se nesse ano com um excelente adversário disposto a terminar com o seu reinado. Curiosamente, ou talvez não, esse adversário era a Citroen e vinha do mesmo grupo (PSA) ao qual pertencia a Peugeot.
A miniatura que apresento é o Peugeot 206 WRC que Richard Burns utilizou no Rali de Monte Carlo de 2003. Esperava então um duelo entre duas marcas do Grupo PSA. A Citroen dispunha de uma equipa de luxo composta por Sebastian Loeb (francês), que já era a estrela emergente dos ralis, e dois ex-campeões, Carlos Sainz (espanhol) e Colin McRae (escocês). Do outro lado estava a Peugeot, com Marcus Gronholm, Richard Burns e Cedric Robert (francês). O duelo esperado não aconteceu e o rali foi dominado pela Citroen sendo que a sua superioridade sobre a Peugeot ficou evidenciada com a conquista dos três primeiros lugares: Loeb, McRae e Sainz. Richard Burns foi o melhor piloto da Peugeot ao ficar no 5º lugar.
No campeonato, a Peugeot ainda conseguiu mostrar porque é que tinha conquistado os títulos do ano anterior, chegando mesmo a liderar a classificação de marcas ao meio da temporada. No entanto na segunda metade da época a Citroen mostrou-se mais forte e levou o título de marcas. A Peugeot ficou em segundo lugar com 145 pontos (4 vitórias). Richard Burns ficou em 4º lugar com 58 pontos (nenhuma vitória).

Richard Burns nasceu a 17 de Janeiro de 1971 em Inglaterra. A sua carreira teve início em 1988 e a sua estreia no mundial de ralis aconteceu em 1990 no RAC. Nos três anos seguintes apenas participa no RAC. Em 1993 sagra-se campeão de Inglaterra com o Subaru Legacy. A partir de 1994, Richard Burns passa a participar em vários ralis do WRC. Em 1994 e 1995 conduz um Subaru Impreza. É no ano de 1995 que Burns consegue o seu primeiro pódio da carreira: foi o terceiro no RAC. Em 1996 passa para a Mitsubishi onde se mantêm até 1998. A sua primeira vitória acontece em 1996 no Rali da Nova Zelândia mas a prova apenas conta para os carros de 2 litros. No ano seguinte apenas consegue um pódio graças ao segundo lugar no Safari. Em 1998 vence pela primeira vez um rali do WRC, aconteceu no Safari. Durante o resto do campeonato não voltou ao pódio mas na última prova desse ano, no RAC, Burns volta a vencer. Termina o campeonato com 33 pontos (2 vitórias) e classifica-se em 6º, a sua melhor posição até então. Em 1999 muda para a Subaru e melhora substancialmente o seu currículo, soma mais 3 vitórias (Grécia, Austrália e RAC) e outros pódios e termina o campeonato na segunda posição com 55 pontos. No ano seguinte (2000), ainda na Subaru, vence 4 ralis (Safari, Portugal, Argentina e RAC)e volta a ficar em segundo lugar no campeonato (60 pontos). Em 2001, o último na Subaru, apenas vence um rali (Nova Zelândia) mas consegue uma sequência de bons resultados que lhe permite conquistar o título de campeão. Após isso muda para a Peugeot, onde corre nos dois anos seguintes (2002 e 2003), mas não volta a vencer nenhum rali. No fim de 2003, quando já tinha assinado contrato para regressar à Subaru em 2004, foi-lhe diagnosticado um tumor no cérebro. Richard Burns lutou nos dois anos seguintes contra a doença mas acabaria por falecer a 25 de Novembro de 2005. Tinha 34 anos.

22 março 2009

Ferrari 166 MM (1948)



Esta miniatura pertence à colecção Ferrari – O Mito.
Esta colecção é composta por 20 miniaturas Ferrari, saiu aos sábados com os jornais Diário de Notícias e O Jogo. Mais uma vez, saliento os excelentes pormenores desta miniatura. Podem confirmar pelas fotos.
O texto que vou publicar foi retirado do fascículo nº 15 que acompanha a miniatura:

Modelo Ferrari 166 – Ano 1948
As Mil Milhas, já se sabe, era uma corrida muito particular: rapidíssima, disputada em estradas normais e sobretudo incrivelmente longa. Enzo Ferrari foi o primeiro a perceber que uma competição deste género exigia carros expressamente concebidos para essa corrida. Assim, em 1948, de Maranello surge o extraordinário 166 MM: ninguém no mundo pode oferecer um carro de corrida deste género. Este Ferrari é de facto muito leve, praticamente uma pluma: pesa apenas 650 kg, mas ao mesmo tempo propõe uma notável rigidez de torção graças ao método de construção denominado “Superligeiro” da carroçaria Touring. Além disso este Ferrari é particularmente aerodinâmico, tem um V12 de 140 cavalos alterado para um V12 modificado alimentado a gasolina normal, como imposto pelo regulamento, e um reservatório de 90 litros. Também o jovem Gianni Agnelli não resistiu ao fascínio do 166 MM e pediu um exemplar bicolor para ser utilizado em estradas normais abertas ao tráfego.

O Projecto Estilístico
A gigantesca entrada de ar permitia assegurar a refrigeração fundamental do motor de 12 cilindros. O 166 MM era muito leve: pesava apenas 650 kg, mas propunha, ao mesmo tempo, uma notável rigidez de torção graças ao método de fabrico da carroçaria Touring denominado “Superligeiro”. O depósito tinha a capacidade para 90 litros, necessários para enfrentar as corridas de resistência, como as Mil Milhas.
In fascículo nº 15.

19 março 2009

Skoda Octavia WRC - D. Auriol - D. Giraudet (Rali de Monte Carlo de 2003)



Esta miniatura pertence à colecção RallyCar Collection.
Sem conseguir resultados dignos de registo (vitórias), a Skoda foi mantendo uma longa ligação aos ralis. O departamento de competição da Skoda (Skoda Motorsport) foi criado em 1991, altura em que a marca se associou ao grupo Volkswagen. No entanto, a Skoda já tinha um vasto historial na competição automóvel.
Quando a Skoda Motorsport foi criada, os primeiros modelos a serem utilizados nos ralis foram os Skoda Favorit, sendo substituídos posteriormente pelo Skoda Felicia. A Skoda venceu o campeonato de 1994 para carros de dois litros com o Favorit. Em 1995 apareceu o kit car Felicia e foi com este modelo que a Skoda conseguiu o primeiro pódio num rali por Stig Blomqvist no RAC de 1995, apesar de nesse ano este rali não contar para o Mundial.
Depois da experiencia acumulada nos anos noventa, a Skoda resolveu dar o passo seguinte e apresentou em 1999 o novo Skoda Octávia WRC para disputar o Mundial.
Durante os 4 anos seguintes o Octavia defendeu as cores da Skoda embora os resultados não tenham sido os esperados. As grandes dimensões do Octavia penalizavam muito as suas performances. O melhor resultado alcançado foi o terceiro lugar no Safari de 2001 por Armin Schwarz. Foram vários os pilotos que conduziram o Skoda Octavia WRC, sendo de destacar os seguintes: Armin Schwarz, Luiz Clement, Didier Auriol, Tony Gardemeister, Kenneth Eriksson, Bruno Thiry.
Em 2003 a Skoda ainda utilizou o Octavia mas já tinha um novo modelo preparado e que se estreou a meio do campeonato: o Skoda Fabia WRC.
Esta miniatura representa o Skoda Octavia WRC de Didier Auriol (francês) no Rali de Monte Carlo de 2003. Didier Auriol foi o único piloto da Skoda a conseguir terminar o Monte Carlo de 2003. Apenas conseguiu a nona posição final enquanto o seu colega de equipa, Toni Gardemeister, registou um abandono devido a problemas no motor.
No final do ano a Skoda termina o campeonato na 5ª posição com apenas 23 pontos, à frente da Hyundai, que foi a última classificada. Didier Auriol terminou o campeonato em 13º lugar com apenas 4 pontos.

13 março 2009

Ford Focus WRC - M. Martin - M. Park (Rali de Monte Carlo de 2003)



Esta miniatura pertence à colecção RallyCar Collection.
A Ford é uma das marcas com mais historial no mundo dos ralis mas em 2003 apenas tinha no seu currículo um título de marcas e um de pilotos, conquistados em 1980, com o Escort e com Bjorn Waldegaard.
Actualmente, conta com mais um título de marcas conquistado em 2006 com o Ford Focus (já de outra geração). Em 2003, quatro anos após da estreia do Ford Focus, a equipa da marca oval azul partia para o campeonato com algumas expectativas de que poderia ser o ano deles. A equipa de pilotos era composta por Markko Martin (estónio), François Duval (francês), Mikko Hirvonen (finlandês), Jari-Matti Latvala (finlandês).
Esta miniatura é representativa do Ford Focus de 2003 que Marko Martin utilizou no Rali de Monte Carlo de 2003. A prova foi dura para a Ford, quer devido às quase sempre difíceis condições meteorológicas, quer pelos adversários de grande qualidade como a Peugeot e a Citroen. Efectivamente e após 4 anos desde a estreia do Focus, a Citroen e a Peugeot dispunham de modelos que estavam um passo acima do Focus da Ford. Markko Martin tudo fez ao longo do rali para obter uma boa classificação mas cedo se apercebeu que não tinha argumentos para lutar pelos dois primeiros lugares. Ainda lutou pelo terceiro lugar, posição que chegou a ocupar, contra o espanhol Carlos Sainz (Citroen) mas nos dois últimos troços o piloto espanhol foi mais rápido e Markko Martin acabou por ficar no quarto lugar a 3 segundos de Sainz.
No final do campeonato a Ford ficou em 4º lugar com 93 pontos (duas vitórias) e Markko Martin ficou em 5º com 49 pontos (duas vitórias).
Outros post sobre o Ford Focus WRC:

Markko Martin nasceu a 10 de Novembro de 1975 na Estónia e desde muito novo acompanhava o seu pai, que também era piloto de ralis. A sua estreia nos ralis aconteceu aos 18 anos, tendo vencido o campeonato nacional da Estónia em 1997 e 1998 num Toyota Celica. A estreia no mundial de ralis aconteceu em 1997 com a Toyota. Em 1998 continuou com na Toyota. No ano seguinte faz dois ralis com o Ford Escort e os restantes com o Toyota Corolla WRC. No ano de 2000 fez quase todo o campeonato com o Corolla mas já efectuou um rali com o Subaru Impreza, modelo que conduziria em 2001. A sua ligação à Ford começou em 2002 e foi nesta equipa que Markko Martin alcançou os seus melhores resultados da carreira: subiu pela primeira vez ao pódio, ao ficar em 2º lugar no RAC de 2002. As primeiras vitórias surgiram em 2003 (duas vitórias). Em 2004 venceu três ralis e ficou em terceiro lugar no campeonato, a sua melhor classificação. No ano seguinte mudou para a Peugeot mas apenas conseguiu alguns pódios ao longo do campeonato. No RAC desse ano sofre um acidente do qual resultou a morte do seu co-piloto, Michael Park. Abalado com a morte de Park, que era seu co-piloto desde 2000, Martin anunciou de imediato a sua retirada dos ralis, já não participando nos restantes 4 ralis que faltavam para o fim do campeonato.

10 março 2009

Hyundai Accent WRC - F. Loix. S. Smeets (Rali de Monte Carlo de 2003)



Esta miniatura pertence à colecção RallyCar Collection.
A Hyundai estreou-se nos ralis em 1997 tendo como objectivo vencer o campeonato de Formula 2 (carros de 2 litros e duas rodas motrizes). Contudo este objectivo ainda não tinha sido alcançado quando a Hyundai elevou a “fasquia” para os WRC, em 2000. No ano de 1999 a Hyundai ficou em segundo lugar, atrás da Renault que se sagrou campeã, no campeonato de Formula 2.
Mesmo não dispondo de um orçamento com o qual pudesse ombrear com as outras grandes marcas oficiais, a Hyundai foi dando pequenos passos evolutivos que lhes permitiram alcançar alguns resultados positivos, embora longe das vitórias. Em 2002 obteve a sua melhor classificação no mundial de marcas: 4º lugar. Contudo o ano de 2003 foi o último ano da Hyundai no Mundial de Ralis. A Hyundai teve ao seu serviço pilotos como Juha Kankkunen, Kenneth Eriksson, Armin Schwarz, Alister McRae e Freddy Loix.A miniatura representa o Hyundai Accent WRC de 2003, com o qual o piloto belga Freddy Loix disputou o Rali de Monte Carlo. A prova não correu de feição ao piloto belga e à marca coreana porque Loix teve uma saída de estrada violenta que o obrigou a abandonar o rali.
No final do ano a Hyundai classificou-se em sexto com 12 pontos e abandonou os ralis; Freddy Loix ficou em 14º lugar com apenas 4 pontos.
Freddy Loix nasceu na Bélgica a 10 de Novembro de 1970. A sua estreia no Mundial de Ralis aconteceu em 1993 no Rali de San Remo ao volante de um Opel Astra. Na sua carreira, para além do Opel, Freddy Loix correu com a Toyota, Mitsubishi, Hyundai e Peugeot. Nunca chegou a vencer um rali e o melhor resultado que conseguiu obter foram 3 segundos lugares (Portugal 1996, 1997 e Espanha 1998). No Campeonato do Mundo de Ralis a sua melhor classificação que conseguiu foi o 8º lugar por 3 vezes (1996, 1998 e 1999).

05 março 2009

Fiat Punto S1600 - M. Ligato - R. Garcia (Rali de Monte Carlo de 2003)



Esta miniatura pertence à colecção RallyCar Collection.
O Fiat Punto 1600 (kit car) estreou-se nos ralis em 2000, o que significou o regresso da Fiat à competição. Contudo a Fiat não iria participar na categoria máxima (WRC) mas sim no Grupo Super 1600.
O Fiat Punto partia da base do 1.8 16V do HGT de série mas para cumprir o regulamento do grupo Super 1600 a cilindrada foi reduzida para 1579 cc modificando-se o curso dos cilindros. (fonte fascículo nº 21 RallyCar Collection).
A miniatura apresentada representa o Fiat Punto S1600 de Marcos Ligato (argentino) no Rali de Monte Carlo de 2003. O piloto argentino, Marcos Ligato, efectuou uma prova cautelosa procurando adaptar-se ao carro e ao rali. Ao longo das etapas do rali foi evoluindo na classificação. Ligato terminou o rali no terceiro lugar do Grupo Super 1600, atrás do francês Brice Tirabassi (Renault Clio) e do finlandês Kosti Katajamaki (VW Polo), que posteriormente seria desclassificado (?). Na classificação geral do Rali de Monte Carlo Ligato foi o 18º classificado. O terceiro lugar nos Super 1600 davam a Ligato alguma esperança de poder lutar pelo campeonato mas no final da temporada o italiano ficou-se pela 10ª posição no Grupo. Nesse ano Ligato também participou no Mundial do Grupo N com um Mitsubishi Lancer Evo 7 tendo terminado o campeonato em 7º lugar.

Nota
Na miniatura apresentada fiquei com a seguinte dúvida: não sei ao certo se Marcos Ligato é italiano ou argentino, nas fotografias do fascículo a bandeira do piloto é a de Itália mas em alguns sites que pesquisei a sua nacionalidade é argentina. Talvez possua a dupla nacionalidade.