10 julho 2007

Williams FW08C - Keke Rosberg (1983)

Esta miniatura pertence à colecção Grand Prix Mitos da Formula 1.
O Williams FW08C foi o modelo utilizado pela equipa de Frank Williams durante quase toda a temporada de 1983. Foi um período de transição para a Williams que tinha um acordo com a Honda para fornecer um motor turbo. Enquanto esperavam que o motor Honda Turbo estivesse pronto, o FW08C, com o motor Ford Coswosth DFY de 520 cv (última evolução do DFV), foi o carro que o finlandês Keke Rosberg, campeão de 1982, dispôs para defender o título. Só no último GP de 1983 é que a Williams estrearia o motor Honda Turbo. A Williams contratou o francês Jacques Laffite para fazer equipa com Rosberg em 1983. Laffite deixava assim a “sua” equipa de sempre, a Ligier, onde esteve desde o seu início na Formula 1 em 1976.
O Williams FW08C não era mais do que uma adaptação do FW08 (serviu de base) às alterações dos regulamentos que entravam em vigor em 1983. Era um monolugar bastante estável mas com pouca potência em comparação com os monolugares equipados com motores turbo. No entanto em alguns circuitos os carros de motor aspirado conseguiam anular a vantagem dos carros de motor turbo e lutar pela vitória. Nesses circuitos, citadinos (pistas sinuosas e lentas), os carros de motor turbo sentiam dificuldades em colocar a potência no asfalto. Enquanto que os motores aspirados eram mais progressivos e não necessitavam de tanta carga aerodinâmica como os turbos para transmitir a potência à pista.
Podemos verificar neste Williams FW08C algumas diferenças na concepção dos carros em relação aos do ano anterior, diferenças essas que foram originadas pelas alterações dos regulamentos. Foram proibidas as saias, impôs-se a obrigatoriedade dos carros terem o fundo plano e acabaram os subterfúgios dos depósitos de água. Com estas medidas os carros asa de efeito solo acabaram assim como se dificultou a vida dos carros aspirados. Com estas alterações nos regulamentos os motores atmosféricos (principalmente o Ford Cosworth DFV) tinham os dias contados porque deixavam de ser competitivos em comparação com os potentes motores turbos. No ano anterior tinham-se visto carros sem os ailerons dianteiros e os ailerons traseiros de pequenas dimensões porque o carro gerava a carga aerodinâmica necessária. Com o fim do efeito solo e a obrigação do fundo plano nos carros, os projectistas tiveram que conceber ailerons de dimensões maiores para obter mais carga aerodinâmica de modo a que o carro conseguisse colocar a potência no asfalto. Os pontões laterais (onde se gerava o efeito solo) deixaram de ser tão compridos e os carros tornam-se mais esbeltos com os pontões mais curtos. Ao nível dos pneus assistiu-se a uma maior competição entre as marcas e apareceram (?) os primeiros pneus de qualificação (duravam 3 ou 4 voltas).
Com estas alterações a FIA procurava obter uma redução da velocidade dos carros, facilitar mais as ultrapassagens e melhorar o espectáculo, o que nem sempre se veio a verificar no caso da redução da velocidade. Os pilotos também beneficiaram porque os carros se tornaram mais fácies de conduzir e não ficaram sujeitos às grandes forças que eram geradas pelo efeito solo, as suspensões deixaram de ser tão rígidas. E o mais importante, nesse ano de 1983 não houve acidentes fatais.


O campeonato de 1983 começava sob a influência do fim dos carros asas (efeito solo) e com uma divisão clara entre as equipas cujos carros utilizavam motores turbo (as principais: Renault, Ferrari e Brabham-BMW) e os que utilizavam motores aspirados (as principais: Lotus, Williams, McLaren, Tyrrell). No entanto para algumas equipas foi uma temporada de transição, como por exemplo, a McLaren (iria ter motor Porsche Turbo), a Lotus (iria ter motor Renault Turbo) e a Williams (iria ter motor Honda Turbo). Contudo no início do campeonato utilizaram os motores Ford Cosworth DFY, enquanto não dispunham dos respectivos motores turbo.
No início do campeonato, no GP do Brasil, o brasileiro Nelson Piquet (Brabham) mostrou que iria lutar pelo título. Efectua a melhor volta da corrida e vence a prova. Foi a sua primeira vitória no Brasil. Keke Rosberg, que fez a pole-position, liderou as primeiras voltas mas depois foi ultrapassado por Piquet, que ganhou tempo suficiente para ir às boxes abastecer e trocar de pneus e ainda regressar na liderança. Rosberg teve problemas, quando parou na box, devido a um incêndio. Rosberg saiu do carro e voltou a entrar quando o incêndio foi extinto. Ainda recuperou para terminar na segunda posição mas depois da prova foi desclassificado porque foi empurrado na box. O segundo lugar de Rosberg não contou para a classificação. O austríaco Niki Lauda (McLaren) terminou na terceira posição.
No GP de Long Beach (EUA), realizado num circuito citadino, a McLaren consegue uma dobradinha. O irlandês John Watson e Niki Lauda efectuaram uma recuperação brilhante. Partiram da 22ª e 23ª posição da grelha de partida e terminaram nos dois primeiros lugares! Julgo que seja a maior recuperação da história da Formula 1. Foi o ponto alto da McLaren no ano que não voltou a vencer. Apenas mais dois terceiros lugares ao longo do ano. René Arnoux (francês), agora na Ferrari, terminou em terceiro lugar.
No GP da França, Alian Prost (Renault), correndo em “casa”, aproveita para dominar a prova: pole-position, melhor volta e vitória. Piquet (Brabham) termina em segundo lugar e Eddie Cheever (americano) leva o segundo Renault ao terceiro lugar.
No GP de San Marino, a Ferrari vence pela primeira vez este ano. Patrick Tambay (francês) vence o seu segundo e último GP da sua carreira. Prost (Renault) termina em segundo lugar e Arnoux é terceiro no outro Ferrari.
No GP do Mónaco, visto que na véspera da corrida tinha chovido, a pista estava molhada e as equipas dividiram-se na decisão de utilizar pneus para chuva ou “slicks”. Rosberg (Williams) optou pelo “slicks”, decisão que se veio a revelar a mais acertada. Keke efectua um excelente arranque e passa de 5º para 1º ainda na primeira volta, afastando-se de Prost que tinha feito a pole-postion. Jacques Laffite (francês), que também iniciou de “slicks”, aproveitou a paragem nas boxes dos adversários (para mudança de pneus) e coloca-se em segundo lugar. Durante várias voltas os dois Williams ocuparam os dois primeiros lugares. Rosberg vence a prova, Laffite teve que abandonar com problemas na caixa de velocidades e Piquet (Brabham) fica com o segundo lugar. Prost terminou na terceira posição. A McLaren não conseguiu qualificar nenhum carro para a corrida!
Após cinco provas, Piquet liderava o campeonato com 21 pontos seguido de Prost com 19. A Ferrari era líder, nas marcas, com 25 pontos e a Renault esta em segundo lugar com 23 pontos.
(continua)

Os pilotos do Williams FW08C em 1983 foram: Keke Rosberg e Jacques Laffite.
Vitórias: 1 (K. Rosberg: 1)
Pole-position: 1 (K. Rosberg: 1)
Melhor volta : 0

1 comentário:

Schuey2007 disse...

Muito bom como sempre!

Passa por aqui:

www.mundo-rolamentos.blogspot.com
(é o meu)

Um Abraço