26 setembro 2013

Renault Colorale (1951)

 
Esta miniatura pertence à colecção Táxis do Mundo - Fasc. nº 1.
De tempos a tempos aparecem na minha colecção de miniaturas algumas que "fogem" ao tema central das miniaturas que colecciono, as que dizem respeito ao desporto automóvel. A razão porque tal acontece é porque normalmente compro o primeiro fascículo da colecção uma vez que o preço de lançamento é sempre inferior ao dos restantes fascículos. E esta é uma dessas miniaturas.
O Renault Colorale, e aqui confesso a minha completa ignorância sobre este modelo da marca francesa, pertence a uma época muito próxima da II Guerra Mundial; foi apresentado em 1950 para tentar responder às necessidades dessa altura. A sua produção durou 7 anos (de 1950 até 1956) e durante esse tempo foram feitas algumas alterações, como por exemplo em 1953 com a utilização de um motor de 2 litros (1997 cc) com 58 cv de potência e com uma velocidade máxima de 105 km/h. Inicialmente o Renault Colorale vinha com um motor de 2,4 litros de cilindrada com 46 cv de potência e que muito dificilmente atingia os 100 km/h. O Renault Colorale estava disponível em versão berlina, furgão, pick-up e táxi e ainda era possível adaptar duas ou quatro rodas motrizes. Contudo o Renault Colorale ficou aquém do esperado.
A miniatura representa o Renault Colorale em versão de táxi português de 1951.
Partindo da base da berlina de quatro portas e seis janelas laterais chamada Prairie, a versão táxi dispunha de sete lugares: o do condutor e mais seis na parte de trás. Estes lugares repartiam-se entre o banco corrido posterior e outros três pequenos bancos dobráveis situados numa divisória que separava o lugar de condução do habitáculo traseiro. Estes três lugares extra, apesar de bastante incómodos, possibilitavam a deslocação de grupos de entre três e seis pessoas num único veículo. Outras das modificações desta variante era o porta-bagagem, dividido em dois espaços: o traseiro, com acesso por uma porta que se abria em dois na horizontal, e a dianteiram que ocupava o lugar do acompanhante, ao lado do condutor, de onde se tinha eliminado o banco. in fasciculo nº 1, pags. 6 e 7 da colecção Táxis do Mundo.

05 setembro 2013

Ferrari 156-85 - Michele Alboreto (1985)

 
Faz hoje sete anos que iniciei o blog 4Rodinhas, e embora já não tenha a mesma dinâmica desses tempos, em parte porque a colecção já se encontra aqui exposta, a vontade de dar continuidade a este projecto continua intacta. O que sucede actualmente é que agora apenas vou postando as novas aquisições para a minha colecção de miniaturas à escala 1/43.
No entanto não quero deixar de assinalar esta ocasião e aproveitar o facto para agradecer a todos os visitantes que por aqui passam e convidá-los, caso queiram, a fazer uso da caixa de comentários para dar as suas opiniões.
Bem hajam a todos!


Esta miniatura pertence à colecção Ferrari F1 Collection – Fasc. Nº 12.
A temporada de 1985 foi a última a que Enzo Ferrari assistiu com vida em que a sua equipa esteve perto de conquistar os títulos em disputa. Enzo Ferrari viria a falecer em 1988 mas este ano de 1985 foi de facto o ano em que a sua equipa com um piloto italiano estiveram grande parte do campeonato na liderança contudo na parte final (ultimo terço) do campeonato as coisas inverteram-se e todos os esforços foram em vão no sentido de chegar à conquista do(s) título(s).
O monolugar da Ferrari para o ano de 1985 era completamente novo e Enzo Ferrari depositava grandes expectativas para essa temporada. Concebido pelo engenheiro britânico Harvey Postletwaite, o Ferrari 156-85 dispunha de um motor turbo V6 de 1496 cm3 com uma potência máxima de 780 cv às 11500 rpm. Para a qualificação o motor podia atingir os 1000 cv de potência (facto que era também muito comum nos motores adversários). O chassis era um monobloco, compósito de kevlar e fibras de carbono. A caixa era manual e dispunha de 5 velocidades. Na época os F1 estavam limitados a um consumo máximo de 220 litros de combustível por prova.
A miniatura representa o Ferrari 156-85 do piloto italiano Michele Alboreto no campeonato de 1985.
A equipa de pilotos da Ferrari era a mesma que tinha participado no campeonato de 1984: Michele Alboreto (italiano) e René Arnoux (francês). Foi com estes dois pilotos que a Ferrari se apresentou no inicio do campeonato no Brasil. Contudo entre a prova brasileira e o GP de Portugal o piloto francês foi substituído pelo sueco Stefan Johansson. As razões do sucedido nunca foram explicadas e até hoje o mistério do despedimento de Arnoux continua.
No Gp do Brasil os pilotos da Ferrari obtiveram um resultado positivo: Alboreto fez a pole-position (a única na temporada) e foi o segundo classificado na corrida, atrás do francês Alain Prost em McLaren; Arnoux foi o quarto classificado. Após este resultado Arnoux foi substituído por Johansson.
O GP de Portugal realizou sob condições atmosféricas adversas, contudo Alboreto conseguiu novamente o segundo lugar atrás do Lotus de Ayrton Senna (brasileiro) que vencia pela primeira vez uma prova na F1. Johansson na sua primeira prova pela Ferrari, sem grande tempo de adptação ao 156-85, ficou-se pela oitava posição.
No circuito de Imola, uma prova que causava alguns problemas ao nível do consumo de combustível, os Ferrari estiveram entre o “céu e o inferno”, Alboreto desistiu (mas efectuou a volta mais rápida) no entanto Johansson esteve muito perto de vencer a prova mas ficaria pelo sexto lugar. A quatro voltas do fim Senna, que liderava a prova desde o inicio, fica sem combustível e entrega a liderança a Johansson que ao fim de mais uma volta fica também sem combustível. Prost herda a liderança e vence a prova praticamente já sem combustível também. Mas nas horas seguintes é desclassificado e Elio de Angelis (italiano) num Lotus é declarado o vencedor do GP de Imola com Thierry Boutsen (belga) em segundo lugar num Arrows..
No GP do Monaco Alboreto soma o seu terceiro segundo lugar em 4 provas; Prost é o vencedor; Johansson desiste num acidente logo na primeira volta. Alboreto volta a fazer a volta mais rápida da prova.
O GP do Canadá “deu” à Ferrari a sua primeira e única dobradinha da temporada: Alboreto vence a corrida com Johansson em segundo lugar. No GP dos EUA, Keke Rosberg (finlandês) vence a prova num Williams, Stefan Johansson fica em segundo e Alboreto é terceiro. Com seis provas realizadas, Alboreto é o primeiro classificado do campeonato com 31 pontos seguido de De Angelis com 24 pontos e Prost com 22 pontos.
O GP da França não foi favorável a Alboreto que teve que desistir com o motor partido mas o seu colega de equipa conseguiu um quarto lugar. Nelson Piquet (brasileiro) venceu a prova francesa com o Brabham e Prost foi o terceiro classificado atrás de Rosberg.
No GP da Grã-Bretanha Alain Prost vence a corrida com Michele Alboreto em segundo lugar. Na prova seguinte, disputada na Alemanha, estes dois pilotos inverteram as posições: Alboreto obtêm uma bela vitória com Prost em segundo lugar. Nestas duas provas Johansson não conseguiu pontuar. Alboreto liderava o campeonato com 46 pontos mais 5 que Prost.
No GP da Áustria Prost acabaria por alcançar Alboreto no campeonato ao vencer a prova tendo o italiano da Ferrari terminado a prova em terceiro lugar. Johansson foi o quarto classificado. Nesta fase do campeonato a McLaren demonstrava uma clara e significativa subida de forma que ficaria mais uma vez demonstrada no GP da Holanda. Por outro lado a Ferrari dava sinais de alguma estagnação causando preocupação para o resto do campeonato. A corrida holandesa “deu” a última vitória da carreira de Niki Lauda (austriaco) num McLaren tendo Prost, seu colega de equipa, terminado em segundo lugar. Alboreto ficou em quarto lugar. Foram os seus últimos pontos conquistados em 1985.
Alain Prost venceu o GP de Italia; Alboreto não pontuou e Johansson, que não pontuou na Holanda, arrecadou dois pontos pelo quinto lugar. Na Bélgica, Prost fica em 3º lugar e a vitória foi de Ayrton Senna. Mais uma vez nenhum Ferrari pontua. No GP da Europa, disputado no circuito de Brands Hatch, Alain Prost finalmente conquista o título de campeão ao terminar na quarta posição. O britânico Nigel Mansell num Williams vence a prova, a sua primeira da carreira. A Ferrari volta a não pontuar. Com dois GP’s para terminar a época, há a registar duas vitórias para a Williams: na África do Sul para Mansell e em Adelaide (estreia da Austrália na F1) para Rosberg. Johansson é o único piloto da Ferrari a pontuar: quarto na África do Sul e quinto na Austrália.
O campeonato termina com Alain Prost campeão (73 pontos e 5 vitórias) e Michele Alborteto em segundo lugar com 53 pontos (2 vitórias). Stefan Johansson fica em 7º lugar com 26 pontos e Arnoux em 18º lugar com 3 pontos. A McLaren sagra-se campeã com 90 pontos (6 vitórias) e a Ferrari termina em segundo lugar com 82 pontos (2 vitórias).

Michele Alboreto nasceu a 23 de Dezembro de 1956 em Itália. Depois de ter passado pelas formulas de formação e da conquista do título de Formula 3, a sua estreia na Formula 1 aconteceu no Gp de Imola de 1981 pela equipa Tyrrell. A equipa de Ken Tyrrell já não era a mesma que no final dos anos 60 e início dos anos 70 lutava pelos títulos mas Ken Tyrrell continuava a saber escolher os jovens pilotos com potencial para serem campeões na F1, como era o caso de Michele Alboreto.
Nesta primeira temporada de F1 nada de relevante se passou para Alboreto a não ser a sua aprendizagem na categoria máxima do desporto automóvel. Em 1982 os resultados começaram a aparecer até que na última prova da época Alboreto chega à vitória, a sua primeira na F1, no GP de Las Vegas. No ano seguinte, em 1983, Alboreto continua com a Tyrrell e vence mais uma prova. Os bons resultados chamam a atenção a Enzo Ferrari que o contrata para 1984. Assim Alboreto chega à Ferrari com a esperança de ser o próximo campeão do mundo italiano na F1. O último tinha sido Alberto Ascari em 1953. Em 1984, num ano dominado pela McLaren, Alboreto vence apenas uma prova com a Ferrari. O ano de 1985 trazia melhores e maiores esperanças. De facto foi a melhor oportunidade que Alboreto teve para se sagrar campeão no entanto a parte final do campeonato foi bastante adversa para o italiano que viu as suas hipóteses a esfumarem-se num ápice. Termina a época como vice-campeão com duas vitórias, não voltaria a vencer na F1. A partir daqui a sua carreira na F1 entra em declínio. De 1986 a 1988, ainda na Ferrari consegue alguns pódios mas fica sempre atrás dos seus colegas de equipa. Em 1989 regressa à Tyrrell onde ainda obtêm um terceiro lugar no México mas problemas com patrocínios levam-no para a Lola, sem grandes resultados. Nos 3 anos seguintes (1990 a 1992) Alboreto corre pela Footwork, tendo conquistado pouco mais de meia dúzia de pontos nesses anos. Em 1993 faz 9 Gp’s pela Lola mais uma vez sem grandes resultados. Em 1994 efectua a sua última temporada na F1 pela Minardi, tendo como melhor resultado o sexto lugar alcançado no Mónaco; um belo resultado na mítica prova e com um fraco carro. Ao todo Michele Alboreto participou em 194 GP’s, tendo vencido apenas 5 provas, 2 pole-positions e 5 melhores voltas. Obteve 23 pódios e conquistou 186,5 pontos.
Resumidamente, depois da Formula 1 Michele Alboreto redirecciona a sua carreia para o DTM (1995), Indy Racing League (IRL) em 1996, ainda participou no IMSA (1997). Em 1997 vence as 24 Horas de Le Mans, com Tom Kristensen e Stefan Johansson (seu ex-colega da F1 na Ferrari) com um TWR Porsche. Depois na Audi ainda tentou vencer novamente as 24 Horas de Le Mans em 1999 e 2000. Em 2001 ainda vence as 12 Horas de Sebring com a Audi. Mas depois nuns testes em Lausitzring (Alemanha) quando conduzia o Audi R8, um rebentamento de um pneu causou o acidente que o vitimaria. Foi a 25 de Abril de 2001, Michele Alboreto tinha 44 anos.

Os pilotos do Ferrari 156-85 em 1985 foram: #27 Michele Alboreto (italiano), #28 René Arnoux (francês) e #28 Stefan Johansson (sueco).
Vitórias: 2 (M. Alboreto: 2)
Pole-position: 1 (M. Alboreto: 1)
Melhor volta: 2 (M. Alboreto: 2)