30 dezembro 2008

Citroen Saxo S1600 - D. Solà - A. Romaní (Rali da Catalunha de 2002)



Esta miniatura pertence à colecção RallyCar Collection.
Foi em 1996 que a Citroen lançou o modelo que viria a substituir o pequeno utilitário AX: o Citroen Saxo.
Um ano depois a Citroen homologou a versão desportiva, que seria utilizada em Fórmulas de Promoção, com o objectivo de descobrir e lançar novos talentos. Tratava-se do Citroen Saxo Super 1600. Através desses programas de promoção de novos talentos a Citroen descobriu aquele que é considerado o melhor piloto de ralis de sempre: o francês Sèbastian Loeb.
O Citroen Saxo Super 1600 dispunha de um motor de 1587 cc que debitava 207 cv às 8500 rpm. Nada mau para um pequeno desportivo. A competitividade do Citroen Saxo Super 1600 revelou-se praticamente desde que começou a competir. As vitórias, na sua categoria, surgiram rapidamente, tal como os títulos. O Citroen Saxo Super 1600 venceu o Mundial Júnior (destinado a carros de cilindrada inferior a 1600cc) por várias vezes, assim como venceu vários campeonatos nacionais um pouco por toda a Europa.
A miniatura de hoje é o Citroen Saxo S1600 de Dani Solà (espanhol) no Rali da Catalunha de 2002. Dani Solà classificou-se no 19º lugar da geral mas venceu na categoria Júnior e no final do ano sagrou-se campeão graças às três vitórias alcançadas (Catalunha, Alemanha e RAC) em 6 provas que compunham o Mundial Júnior. Depois deste título, Dani Solá já se sagrou campeão espanhol de ralis em 2006, ao volante de um Citroen C2.
Continuação do Campeonato do Mundo de Ralis de 2002
O Rali da Alemanha (o tal que ditou a exclusão do nosso rali), disputado em asfalto, estreou-se no Mundial com uma vitória de um piloto que se estreava também a vencer: Sèbastian Loeb. Realmente foi na estreia da Alemanha no Mundial que Loeb venceu pela primeira vez um rali do WRC. Loeb beneficiou da ausência, por lesão, do maior especialista de então em ralis de asfalto: o francês Gilles Panizzi. Loeb venceu à frente de dois Peugeot 206 WRC: Richard Burns (inglês) em segundo e Marcus Gronholm (finlandês) em terceiro. Como a Citroen não estava inscrita no mundial de marcas a Peugeot registou a sua sexta dobradinha da temporada mas não ficaria por aqui. Logo no rali seguinte, no São Remo, outro rali disputado em asfalto, a Peugeot, que já contava com Panizzi, recuperado da lesão, voltou a vencer e também com nova dobradinha. Não será difícil de advinhar: rali em asfalto e Panizzi recuperado, logo vitória do francês. Gronholm ficou em segundo, o que reforçou muito as suas hipóteses na conquista do mundial já que no conjunto destes dois ralis foi o mais regular dos candidatos ao título. Peter Solberg (norueguês) ficou em terceiro lugar com o Subaru Impreza WRC.
(continua)

27 dezembro 2008

Peugeot 206 WRC - M. Campos - C. Magalhães (Rali de Portugal de 2002)



Esta miniatura pertence à colecção Os Nossos Campeões de Ralis.
Depois de Adruzilo Lopes ter guiado o Peugeot 206 WRC no Rali de Portugal de 2001, chegou a vez de Miguel Campos o substituir para a edição de 2002. Não sei se será impressão minha mas recordo-me de na altura ter ficado com a sensação de que alguma injustiça terá sido feita a Adruzilo Lopes nesta substituição…
Assim Miguel Campos surgiu no Rali de Portugal de 2002 ao volante do Peugeot 206 WRC como um dos favoritos, se não à vitória pelo menos ao lugar de melhor português. Neste ano o Rali de Portugal não contava para o Mundial de Ralis logo a organização teve que convidar dois pilotos de qualidade mundial (Didier Auriol e Andrea Aghini) para animar a prova.
Desde muito cedo se percebeu que os pilotos nacionais começaram a pensar mais no campeonato nacional do que tentar discutir posições de relevo que obrigavam a lutas com pilotos que não interferiam no campeonato nacional. Foi o caso de Miguel Campos que optou por não lutar pelo segundo lugar com Andrea Aghini, escolhendo pensar primeiro no campeonato português. Desse modo Miguel Campos acabou por ficar no terceiro lugar, atrás de Aghini mas à frente dos seus adversários do campeonato nacional.
Esta miniatura é o Peugeot 206 WRC com o qual Miguel Campos conseguiu o terceiro lugar no Rali de Portugal de 2002.
Continuação do Campeonato do Mundo de Ralis de 2002
No sempre duro Safari a Ford deu uma grande demonstração de robustez, aliás já no anterior rali, na Grécia, também uma dura prova, a Ford tinha resistido magnificamente levando a melhor sobre os adversários. Foi através de Colin McRae (escocês) que a Ford logrou obter uma vitória no Safari. McRae manteve-se nos primeiros lugares e foi beneficiando de alguns abandonos dos seus rivais: o finlandês Tommi Makkinen (Subaru) abandonou na primeira etapa; na Peugeot os azarados foram Marcus Gronholm (finlandês) e Richard Burns (inglês) contudo Harri Rovamera haveria de levar o seu Peugeot 206 WRC ao segundo lugar, atrás de Colin. O sueco Thomas Radstrom conseguiu um belo terceiro lugar com o Citroen Xsara WRC. Falta referir que o Ford de Carlos Sainz (espanhol) não resistiu à dureza do Safari.
O Rali dos Mil Lagos marcou decisivamente o campeonato, a Peugeot interrompeu a sequência de três vitórias da Ford nos últimos três ralis e Gronholm obteve uma vitória difícil, distanciando-se dos seus adversários no campeonato. Os dois colegas de equipa de Gronholm, Burns e Rovampera, foram os grandes opositores do finlandês na luta pela primeira posição. Mas a sorte esteve do lado de Gronholm: Burns, que era primeiro, acabou por ter algumas dificuldades mecânicas sofridas num dos muitos saltos do Mil Lagos, o que ditou o atraso do inglês; e Rovampera partiu a suspensão dianteira. Assim Gronholm venceu um rali no qual a oposição veio de dentro da própria equipa. Burns ficou em segundo lugar e Peter Solberg chegou em terceiro com o Subaru Impreza WRC. A cinco ralis do fim do campeonato, Gronholm e a Peugeot eram os favoritos à vitória nos respectivos campeonatos.
(continua)

20 dezembro 2008

Subaru Impreza WRC - A. Lopes - L. Lisboa (Rali de Portugal de 2002)



Esta miniatura pertence à colecção Os Nossos Campeões de Ralis.
No post anterior referi que o Rali de Portugal de 2002 não fez parte do campeonato do mundo assim a organização optou por convidar alguns pilotos internacionais com o intuito de dinamizar a edição desse ano do rali.
No que diz respeito aos pilotos nacionais a lista era de qualidade: Rui Madeira (Ford Focus WRC), Miguel Campos (Peugeot 206 WRC) e Adruzilo Lopes (Subaru Impreza WRC). Esperava-se que estes três pilotos nacionais pudessem dar luta aos dois nomes internacionais que foram convidados: Didier Auriol (Toyota Corolla WRC) e Andrea Aghini (Subaru Impreza WRC). Mas tal não se verificou. Auriol venceria o rali sem oposição.
Na luta pelo lugar de melhor português, as coisas também não foram muito animadas. Desde muito cedo, Adruzilo Lopes se viu afastado das primeiras posições e não foi além de um modesto 15º lugar da geral. Adruzilo Lopes estava há meio ano afastado dos ralis e apostava muito neste regresso ao nacional de ralis. Rui Madeira também não esteve muito inspirado tendo realizado uma prova modesta. O melhor português acabou por ser Miguel Campos no Peugeot 206 WRC, terminado o rali na terceira posição, atrás de Auriol e Aghini.
Esta miniatura é a versão do Subaru Impreza WRC de Adruzilo Lopes no Rali de Portugal de 2002.
Continuação do Campeonato do Mundo de Ralis de 2002
O Rali da Argentina trouxe novos vencedores ao mundial de ralis. A Peugeot que tinha vencido os 4 últimos ralis via finalmente ser quebrada a sequência de vitórias. Curiosamente, iniciou-se aqui uma nova sequência de vitórias mas de uma outra marca: a Ford.
A vitória da Ford na Argentina acabou por ser “filha da sorte”, se é que assim posso chamar. A Peugeot viu os seus dois pilotos, Marcus Gronholm (finlandês) e Richard Burns (inglês), desclassificados e dessa maneira perderem um rali que esteve quase ganho. Gronholm foi desclassificado por ter recebido assistência numa zona proibida e Burns por causa de um volante motor que pesava menos 20 gramas do que o regulamento. O piloto espanhol Carlos Sainz acabou por ser um vencedor inesperado, o que na prática significou a primeira vitória da Ford na presente temporada. Peter Solberg, em Subaru, ficou em segundo lugar e Colin McRae foi o terceiro.
No Rali da Acrópole, os dois pilotos da Ford, haveriam de inverter as posições alcançadas no rali anterior. McRae era o favorito e confirmou ao impor o seu Ford aos adversários. A vitória não escapou a McRae apesar de Gronholm ter terminado a apenas 24 segundos do escocês. Assim, McRae ficou em primeiro, Gronholm em segundo e Sainz foi o terceiro. A meio do campeonato, a Ford parecia ter encontrado a boa forma, embora talvez um pouco tarde.
(continua)

17 dezembro 2008

Toyota Corolla WRC - D. Auriol - T. Barjou (Rali de Portugal de 2002)



Esta miniatura pertence à colecção Os Nossos Campeões de Ralis.
A edição do Rali de Portugal de 2002 continuou fora do calendário do Campeonato do Mundo de Ralis, este facto motivou a organização para convidar dois pilotos de renome internacional para participar na prova portuguesa.
Os pilotos convidados foram: o francês Didier Auriol (ex-campeão mundial) e o italiano Andrea Aghini.
Didier Auriol, já numa fase descendente da sua carreira, teria ao seu dispor o “velhinho” Toyota Corolla WRC. Andrea Aghini, que se previa vir a ser o seu rival na prova, pilotava um Subaru Impreza WRC.
O rali iniciou com Didier Auriol a assumir a liderança e sem que Aghini mostrasse capacidade para lutar com o francês pela vitória. Assim no que diz respeito à luta pela primeira posição, Auriol não teve oposição e foi sem grande surpresa que tenha alcançado a vitória. Aghini não esteve à altura de Auriol e os pilotos portugueses também não arriscaram muito e isto porque estava previsto que os dois pilotos convidados não retirariam pontos para o campeonato nacional. Deste modo os pilotos nacionais pensaram mais no campeonato do que em lutar directamente com Auriol e Aghini.
A miniatura que hoje apresento é a versão do Toyota Corolla WRC que Didier Auriol utilizou na vitória conseguida no Rali de Portugal de 2002.
Continuação do Campeonato do Mundo de Ralis de 2002
Depois da Suécia, o Mundial de Ralis rumou até ao Mediterrâneo para disputar mais uma edição da Volta à Córsega. Este rali foi a continuação do domínio da Peugeot, iniciado na Suécia, e isto apesar de os dois ralis serem de características completamente diferentes. Gilles Panizzi (francês), piloto especialista em asfalto, dominou e venceu o rali mas Marcus Gronholm (finlandês) manteve-se muito perto do seu colega de equipa e conquistou o excelente segundo lugar. A fechar o pódio ficou Richard Burns (inglês). A Peugeot conquistava assim os três primeiros lugares na Córsega, sem que a oposição pudesse fazer algo para contrariar o poderio da marca francesa.
No Rali da Catalunha, também disputado em asfalto, pressentia-se a continuação da excelente forma da Peugeot. Gilles Panizzi, novamente favorito, não deixou os seus créditos em mãos alheias, e carimbou nova vitória no asfalto da Catalunha. O seu colega de equipa, Richard Burns, ficou em segundo lugar. Mas desta vez o terceiro lugar não foi para a Peugeot, Peter Bugalski da Citroen ficou com o último lugar do pódio.
A Peugeot chegou ao Rali do Chipre embalada com 3 vitórias nos últimos 3 ralis e na verdade ainda não foi neste rali que os seus adversários conseguiriam quebrar a sua sequência de vitórias. A Peugeot conseguiu outra dobradinha mas desta vez a Ford deu bastante luta e esteve muito perto de vencer. Colin McRae (escocês), que era o líder, capota a dois troços do fim do rali e entrega a vitória a Marcus Gronholm (Peugeot). Burns ficou novamente em segundo lugar e Tommi Makinen (finlandês) termina em terceiro com o Subaru Impreza WRC.
(continua)

12 dezembro 2008

Ford Focus WRC - C. McRae - N. Grist (Rali da Acrópole de 2002)



Esta miniatura pertence à colecção 100 Anos de Desporto Automóvel.
Em 2002 a Ford manteve a mesma dupla de pilotos do ano anterior para tentar conquistar os dois títulos do Campeonato do Mundo de Ralis (WRC). Para tentar alcançar esse objectivo a dupla da Ford, o escocês Colin McRae e o espanhol Carlos Sainz, tinham ao seu dispor um dos melhores carros de ralis: o Ford Focus WRC.
O Ford Focus WRC ia já para o quarto ano de competição nos ralis, tinha estreado em 1999, logo a fase dos problemas de juventude do Focus à muito que tinha sido ultrapassada. Esperava-se desse modo que os títulos estariam muito perto de ser conquistados, até porque a grande qualidade dos dois pilotos era reconhecida mundialmente. No entanto, as coisas não iriam acontecer como se poderia esperar, principalmente porque a concorrência veio a revelar-se muito forte, nomeadamente a Peugeot e o finlandês Marcus Gronholm.
No final da temporada, dos 14 ralis a Ford apenas conseguiu vencer 3 e ficou em segundo lugar muito longe da Peugeot. O melhor período da Ford aconteceu sensivelmente a meio do campeonato quando conseguiu vencer 3 ralis consecutivos: Sainz venceu na Argentina e McRae na Acrópole e no Safari. No campeonato de pilotos Sainz ficou em terceiro e McRae foi quarto.
A miniatura apresentada representa o Ford Focus WRC de Colin McRae, vencedor do Rali da Acrópole de 2002. Nota: na colecção 100 Anos de Desporto Automóvel a miniatura está referenciada como sendo do ano de 2001, o que está errado. Depois de pesquisar alguns sites cheguei à conclusão que no ano de 2001, na Acrópole, McRae correu com o número 4 e não com o 5, número que utilizou em 2002.
Campeonato do Mundo de Ralis de 2002
O campeonato de 2002 trouxe algumas alterações na constituição das equipas, sendo que as principais foram as seguintes: Richard Burns (britânico), campeão de 2001, deixou a Subaru e assinou pela Peugeot, enquanto Tommi Makinen (finlandês), terminou a sua longa ligação à Mitsubishi e foi para a Subaru. No que diz respeito ao nosso rali, a FIA, sob o pretexto de problemas de organização, resolveu excluir o rali português e deu o seu lugar ao Rali da Alemanha.
No Rali de Monte Carlo, que deu início à temporada de 2002, a luta pela vitória foi intensa mas acabou por ser um erro a determinar o vencedor da prova. Tommi Makinen deu sinais de que ainda não estava em fim de carreira e mostrou a todos que a mudança de equipa poderia ser benéfica. Makinen lutou pela vitória com Sebástian Loeb (francês), o jovem piloto da Citroen. Os Peugeot estavam atrasados e já nada podiam fazer pela vitória. Os pilotos da Ford também nada puderam fazer senão aguardar pelo desfecho da luta entre Makinen e Loeb. O francês da Citroen poderia mesmo ter vencido não fosse ter sofrido uma penalização por ter trocado de pneus numa zona proibida. Penalizado com 2 minutos, Loeb acabou por ficar em segundo lugar sendo Makinen o grande beneficiado que lucrou com uma vitória que normalmente teria sido de Loeb. Sainz terminou em terceiro lugar a apenas 1 segundo de Loeb.
O Rali da Suécia foi uma prova em que os Peugeot dominaram completamente a concorrência. Marcus Gronholm apenas teve que se preocupar com o seu colega de equipa e compatriota Harri Rovampera. A Peugeot conquistava a sua primeira vitória desse ano e embalava para um ciclo de 3 ralis que lhes seria muito favorável ao nível de resultados. Gronholm foi o primeiro, Rovampera o segundo e Sainz repetia o terceiro lugar de Monte Carlo.
(continua)

06 dezembro 2008

Lancia Delta HF (1987)

Esta miniatura do Lancia Delta HF é uma das minhas mais recentes aquisições. A miniatura é da marca Mondo Motors e veio com a revista Quattroruotte – edição de Dezembro.
O Lancia Delta foi projectado por Georgetto Giugiaro e apresentado em 1979 tendo sido considerado o carro do ano de 1980. Actualmente ainda se produz este modelo do Lancia logo não é de estranhar que ao longo dos anos tenha sofrido algumas alterações e surgido novas gerações no Delta. A fama do Lancia Delta está intimamente ligada ao sucesso que alcançou nos ralis durante os anos 80 e início da década de 90. Durante o período de 1987 a 1992, o Lancia Delta dominou o Campeonato do Mundo de Ralis: venceu 46 ralis e a Lancia venceu 6 vezes consecutivas o mundial de construtores. O início desta era dourada do Delta teve origem em 1986 quando foi cancelado o Grupo B dos ralis e a Lancia aproveitou o Delta para o Grupo A. O resto é história…
Muito resumidamente aqui fica uma sequência deste modelo da Lancia: a primeira geração do Delta surgiu em 1979; nos ralis, a partir de 1987, utilizaram-se as seguintes versões: o Delta HF 4WD (parecido com o Delta HF Turbo), o Delta Integrale 8V, o Delta Integrale 16V, o Delta Integrale Evoluzione e o Integrale Evoluzione II; depois da Lancia abandonar os ralis, surgiu em 1993 a segunda geração do Delta, sendo que este já nada tinha a haver com o Delta dos ralis; e em 2006 surge a terceira geração do Delta.
Aqui fica o link da Wikipédia para mais informações sobre o Lancia Delta.

04 dezembro 2008

Williams FW18 - Damon Hill (1996)



Esta miniatura pertence à colecção Grand Prix Mitos da Formula 1.
A miniatura que hoje vos apresento é a do Williams FW18 com a qual Damon Hill se sagrou Campeão do Mundo em 1996. Esse feito permite que Damon Hill seja, ainda hoje, o único piloto filho de um campeão a conquistar também o título.
Damon Hill assumiu em 1994, após a morte de Ayrton Senna, a posição de primeiro piloto da Williams. Esta situação é algo idêntica ao que sucedeu com o seu pai, Graham Hill, na Lotus em 1968 a quando da morte de Jim Clark. Contudo só depois de dois campeonatos perdidos para Michael Schumcher, em 1994 e 1995, é que Damon Hill conseguiu conquistar o título de campeão.
Apesar de em 1996 Damon Hill ter à sua disposição o melhor carro do plantel da F1, alguma parte desse título também se deve ao facto de Schumacher ter deixado a Benetton, onde se tinha sagrado bicampeão, para correr pela Ferrari, numa altura em que a marca italiana se debatia com algumas dificuldades para regressar ao lote das equipas vencedoras de títulos da F1, e depositavam muitas esperanças no alemão para efectuar esse regresso. O que realmente veio a acontecer e da forma como sabemos mas apenas alguns anos depois.
O Williams FW18 foi da autoria do designer Adrien Newey, um dos principais responsáveis pela aerodinâmica na Williams desde o princípio da década de 90. Para além da qualidade do carro, a outra grande vantagem do FW18 estava no motor que equipava o monolugar: o motor Renault V10, cuja fiabilidade era incrível. Esta parceria com a Renault, que vinha já desde o ano de 1989, iria manter-se durante mais um ano.
Apesar de contar com o melhor conjunto carro/motor do plantel da F1, facto que aliado à situação de o bicampeão, Schumacher, estar agora numa nova equipa com a responsabilidade de a organizar para o futuro, levou a que Damon Hill não tivesse grande resistência dos pilotos das outras equipas mas encontrou alguma oposição dentro da sua equipa. Isso aconteceu porque a Williams contratou para segundo piloto Jacques Villeneuve, filho de outro piloto mítico: Gilles Villeneuve. Jacques Villeneuve vinha da Formula Indy, onde tinha obtido sucesso, e procurava agora adaptar-se à F1, o que aconteceu quase de imediato. O facto é que o piloto canadiano chegou a dar a sensação que poderia ter incomodado mais Damon Hill.
“A nova caixa de mudanças integrada no FW18 dispunha de uma embraiagem controlada electronicamente. Tratava-se de uma caixa de 6 velocidades semi-automática, construída pela Williams. Tal como a maioria dos monolugares de F1 da época, o Williams dispunha de umas patilhas atrás do volante para aumentar ou diminuir a marcha, e tinha outro comando para accionar a embraiagem. Jacques Villeneuve adaptou-se a este sistema e utilizou as patilhas junto ao volante. No entanto, Damon Hill preferiu utilizar o sistema tradicional, e contar no seu cockpit com os três pedais tradicionais. O britânico estaa habituado a travar com o pé direito, e uma mudança radical, no seu modo de conduzir, não podia para ele produzir bons resultados. Por isso, os engenheiros da Williams instalaram-lhe um pedal de embraiagem.” In fascículo Grand Prix Mitos da Formula 1 sobre o Williams FW18.
Damon Hill sagrou-se Campeão do Mundo em 1996 mas apenas confirmou o título no último GP do ano. Tal como tinha sucedido com os últimos três campeões da Williams (Nelson Piquet em 1987, Nigel Mansell em 1992 e Alain Prost em 1993) que deixaram a equipa após a conquista do título, também o inglês, que estava na Williams desde 1993, deixaria a equipa de Frank Williams no final do ano de 1996.
1996 – O Campeonato (continuação)
A quatro provas do fim do campeonato Michael Schumacher (alemão) e a Ferrari obtiveram uma bela vitória, isto após 5 GP’s consecutivos em que apenas conseguiram amealhar 3 pontos. A prova foi algo movimentada na liderança: o primeiro a liderar foi o canadiano Jacques Villeneuve (Williams), que partiu da pole-position, depois foi a vez dos pilotos da McLaren (primeiro o escocês David Coulthard e depois o finlandês Mika Hakkinen). Michael Schumacher sucedeu a Hakkinen na liderança mas Villeneuve volta a estar em primeiro contudo perderia essa posição para Schumacher a 11 voltas do fim da corrida. Nesse momento o alemão da Ferrari não mais deixou o primeiro lugar. Villeneuve ficou com a segunda posição e Hakkinen foi o terceiro.
O GP de Itália foi palco de nova vitória da Ferrari e logo em casa. Os pilotos da Williams tiveram uma corrida fraca em resultados. Hill abandonou muito cedo, à 5ª volta, quando liderava a corrida. Villeneuve não foi além do 7º lugar final. Após o abandono de Hill, foi o francês Jean Alesi, da Benetton, quem assumiu a liderança do GP. Alesi manteve-se no primeiro lugar até à 30ª volta, altura em que cedeu a liderança para Schumacher, que liderou até ao fim da corrida. Alesi ficou-se pelo segundo lugar e Hakkinen repetiu o terceiro lugar da Bélgica.
No GP de Portugal, os pilotos da Williams, dominaram completamente o fim de semana: Hill fez a polé-position e dominou dois terços da corrida, Villeneuve venceu a corrida, tendo dominado o último terço, e fez a melhor volta. A Williams logrou obter a sua sexta dobradinha da temporada. Foi também a última vez que a Formula 1 se deslocou até Portugal. Schumacher terminou na terceira posição.
No último GP da temporada, no Japão, apenas Hill e Villeneuve podiam chegar ao título. No entanto para Villeneuve chegar ao título necessitava de vencer a prova e Hill não podia pontuar. Tal não aconteceu sendo que foi precisamente o contrário que veio a acontecer: Hill dominou completamente o GP desde a primeira volta até à última e sagrou-se Campeão do Mundo. Schumacher terminou em segundo lugar e Hakkinen foi o terceiro.
Damon Hill sagrou-se campeão com 97 pontos (8 vitórias) seguido do seu colega de equipa, Jacques Villeneuve, com 78 pontos (4 vitórias).
A Williams venceu nos construtores com 175 pontos (12 vitórias) contra apenas 70 pontos (3 vitórias) da Ferrari.

Os pilotos do Williams FW18 em 1996 foram: Damon Hill #5 e Jacques Villeneuve #6.
Vitórias: 12 (D. Hill: 8; J. Villeneuve: 4)
Pole-position: 12 (D. Hill: 9; J. Villeneuve: 3)
Melhor volta : 11 (D. Hill: 5; J. Villeneuve: 6)

01 dezembro 2008

Minardi M195B - Tarso Marques (1996)



Esta miniatura é da marca Onyx.
Para a temporada de 1996 a Minardi optou por melhorar e utilizar o chassis do ano anterior: o M195. A equipa manteve os mesmos designers: Aldo Costa e Mauro Gennari. Depois de algumas alterações efectuadas para cumprir com os regulamentos, a versão de 1996 foi designada de M195B. O motor e os pneus utilizados continuaram a ser os mesmos do ano anterior: o motor Ford Cosworth V8 e os pneus Goodyear. É esta a miniatura que hoje apresento: o Minardi M195B do piloto brasileiro Tarso Marques.
A época de 1996 foi bastante fraca em resultados para a Minardi, que não tendo conseguido pontuar foi pior do que a anterior, onde conquistou um ponto. A equipa utilizou 4 pilotos ao longo dos 16 GP’s. Esta situação representa, nestas pequenas equipas, a existência de dificuldades financeiras, e que para fazer face à falta de liquidez recorrem aos pilotos “pagantes”.
No caso da Minardi, em 1996, foram utilizados os seguintes pilotos: Pedro Lamy (português), que fez a temporada completa; Giancarlo Fisichella (italiano), que participou em 8 GP’s; Giovanni Lavaggi (italiano) esteve presente em 6 GP’s, participou em 5 e não se qualificou para o último GP do ano; e Tarso Marques (brasileiro) que participou em 2 GP’s.
Tarso Marques nasceu a 19 de Janeiro de 1976 no Brasil. Este piloto brasileiro mostrou algum talento e sucesso nas formulas de promoção por onde passou. Mas essas boas indicações não se concretizariam. A sua estreia na Formula 1 aconteceu no GP do Brasil em 1996, com a Minardi. Tinha apenas 20 anos. Nesse ano ainda participa no GP seguinte, na Argentina. Em 1997, e ainda com a Minardi, participa em 9 GP’s, na segunda metade do campeonato. Os resultados são fracos, mesmo numa equipa como a Minardi, e Tarso Marques não consegue um contrato para correr na F1 em 1998. Nos anos seguintes vai para os EUA e participa no campeonato CART. Contudo os resultados também não são animadores. Inesperadamente consegue regressar à F1 em 2001 para guiar novamente para a Minardi. Nesse ano tem como colega de equipa o piloto espanhol Fernando Alonso. No entanto Tarso Marques enfrenta um ano terrível neste seu regresso à F1. É regularmente batido pelo seu colega de equipa e acaba dispensado ao fim de 13 corridas, depois do GP da Bélgica. Foi o fim da sua curta carreira na F1: 24 GP’s e nenhum ponto conquistado. O melhor resultado foi o 9º lugar em dois GP’s. Depois da F1, regressou ao CART mas ainda sem resultados de relevo. Em 2006 ainda houve a possibilidade de regressar novamente à F1 com a equipa Midland mas essa possibilidade não se concretizou.
1996 – O Campeonato (continuação)
Nos quatro 4 seguintes, a Williams continuou a sua senda vitoriosa e obteve outros tantos triunfos, divididos pelos seus dois pilotos: Damon Hill (inglês) e Jacques Villeneuve (canadiano).
No GP da França, Damon Hill, Jacques Villeneuve e a Williams dominaram uma corrida em que a oposição foi mínima. O alemão Michael Schumacher (Ferrari), que tinha efectuado a pole-position, ficou afastado da prova logo no início e o seu colega de equipa, Eddie Irvine, abandonou nas voltas iniciais. Com o afastamento da Ferrari coube aos pilotos da Williams fazer aquilo que se esperava: vencer. A Williams obteve mais uma “dobradinha”, com Hill em primeiro e Villeneuve em segundo. O francês Jean Alesi levou o Benetton até à terceira posição.
Jacques Villeneuve venceu o GP da Grã-Bretanha, uma prova em que Damon Hill não pontuou. Jean Alesi, que vinha sendo uma presença frequente no pódio, desta vez não pontuou, apesar de ainda ter passado pela liderança da prova, e viu o seu colega de equipa, Gerhard Berger (austríaco), terminar na segunda posição. Mika Hakkinen (finlandês) subia ao pódio pela primeira vez nesta época, ao ficar em terceiro lugar com o McLaren. Mais uma vez, os pilotos da Ferrari ficaram fora de prova nas voltas iniciais.
No GP da Alemanha esperava-se uma reacção da Ferrari e do piloto da “casa”, Michael Schumacher. Mas foram os pilotos da Benetton a dominar a primeira metade do GP. Berger e Alesi estiveram, na primeira e segunda posição, durante as primeiras 22 voltas. Depois seria a vez de Hill dominar 11 voltas seguintes até que Berger voltou à primeira posição. O austríaco acabou por se ver afastado de uma vitória quase certa quando o motor do seu Benetton cedeu a 3 voltas do fim. Hill acabou por vencer uma corrida quando já espera ser segundo classificado. Michael Schumacher acabou por fazer uma prova discreta e não foi além do quarto lugar. Alesi salvou a honra da Benetton ao ficar em segundo lugar, fraca consolação para a equipa quando esteve muito perto de vencer. A Benetton continuava a ser uma presença regular nos pódios mas faltava algo para conseguir chegar às vitórias. Villeneuve fez uma corrida regular e foi subindo até ao terceiro lugar.
No GP da Hungria, Schumacher e a Ferrari aproveitaram um circuito mais lento para dominar as primeiras 18 voltas. Mas depois os pilotos da Williams assumiram a liderança da prova, com principal destaque para Villeneuve. Hill ainda esteve na liderança da prova mas apenas em breves momentos. O canadiano venceu e Hill ficou em segundo lugar. Foi a 5ª “dobradinha” da época. Mais uma vez Alesi conquista outro pódio para a Benetton, ao terminar na terceira posição. Schumacher abandonou a 7 voltas do fim quando tinha quase certa a terceira posição.
Com 4 GP’s para o fim do campeonato, Damon Hill era o primeiro da tabela classificativa com 79 pontos seguido do seu colega de equipa com 62 pontos. O terceiro era Jean Alesi com apenas 35 pontos. Nos construtores a Williams liderava com 141 pontos e a Benetton estava em segundo com 51 pontos. Já ninguém tinha ilusões sobre quem seriam os campeões deste ano.
(continua)

Os pilotos do Minardi M195B em 1996 foram: Pedro Lamy, Giancarlo Fisichella, Tarso Marques e Giovanni Lavaggi
Vitórias: 0
Pole-position: 0
Melhor volta : 0