23 maio 2007

Renault RE20 - René Arnoux (1980)

Esta miniatura pertence à colecção Grand Prix Mitos da Formula 1.
A equipa Renault viria a tornar-se numa das equipas protagonistas para o campeonato da Formula 1 em 1980.
Quando a Renault se estreou na Formula 1 em 1977 (GP da Grã-Bretanha), introduzindo a tecnologia dos motores turbo, a outras equipas pouca atenção lhe deram julgando que os motores turbo não iriam vingar na Formula 1.
Contudo a Renault tinha delineado um plano, que começara anos antes, para alcançar o sucesso na Formula 1 utilizando a tecnologia dos motores turboalimentados. Esse plano consistia em várias fases. Numa primeira fase, o sucesso passou pelos ralis e que foi atingido com a vitória no campeonato de 1973 com o Alpine-Renault A110. A fase seguinte passava pela conquista da mítica prova das 24 Horas de Le Mans. Esse objectivo foi atingido em 1978. Restava agora a Formula 1. Em 1979, a Renault conseguiu a primeira vitória na Formula 1 de um motor turbo. No entanto, nem tudo corria bem. Desde a sua estreia na Formula 1, a Renault lutava com grandes dificuldades de fiabilidade dos seus modelos. As quebras mecânicas e roturas dos motores foram muitas até ao início de 1980. Nesse campeonato de 1980, a Renault continuou a ter várias quebras mecânicas e dos motores mas já não eram tantas como anteriormente e quando os carros resistiram conseguiram alcançar algumas vitórias, 2 para René Arnoux (francês) e 1 para Jean-Pierre Jabouille (francês), assim como várias pole-position e melhores voltas conquistadas. Isso fez com que os chefes das outras equipas vissem os motores turbo de outra maneira e se calhar estava ali o futuro da Formula 1. O árduo caminho estava feito e tinha sido feito pela Renault...
O Renault RE20 de 1980 foi um carro construído segundo o conceito em voga na época, o efeito solo. Tinha um motor turboalimentado de 1500 cc e dois turbocompressores (um para cada três cilindros). Como o consumo era maior do que os motores aspirados, tinha um depósito maior (240 litros), o que se repercutia num maior peso e numa posição do piloto mais avançada do que a normal.
Para 1980 mantiveram-se os mesmos pilotos de 1979, os franceses René Arnoux e Jean-Pierre Jabouille.

O campeonato de 1980, com 14 provas, começou no GP da Argentina. O australiano Alan Jones, da Williams, que na segunda parte do campeonato de 1979 tinha demonstrado uma grande evolução, confirmou com a vitória que a Williams era a nova força dominante da Formula 1. O jovem brasileiro, Nelson Piquet (Brabham) ficou em segundo lugar. Era o seu primeiro pódio na Formula 1. A Brabham, que tinha trocado os motores Alfa-Romeo pelos Ford Cosworth DFV na parte final do ano anterior, começava agora a mostrar resultados positivos. Talvez Niki Lauda (austríaco), que tinha abandonado a Brabham e a Formula 1 no meio dos treinos do GP do Canada de 1979, se tenha precipitado. Nunca o saberemos... Keke Rosberg (finlandês) consegue o seu primeiro pódio na Formula 1 ao ficar em terceiro lugar com um Fittipaldi. Alain Prost (francês) estreava-se na Formula 1, com um sexto lugar, na equipa McLaren que nestes anos atravessava uma grande crise de resultados.
No GP do Brasil, Jabouille (Renault) faz a pole-postion e Arnoux (Renault) vence a corrida. O italiano Elio de Angelis (Lotus) termina na segunda posição, é o seu primeiro pódio na Formula 1. Jones (Williams) é terceiro.
No GP da Africa Sul, a Renault repete a vitória do Brasil. Arnoux vence, Jacques Laffite (Ligier) é segundo e Didier Pironi é terceiro. Os três pilotos do pódio são franceses que guiam para equipas francesas. A Renault liderava o campeonato de construtores e Arnoux liderava o de pilotos.
Nelson Piquet (Brabham) vence o seu primeiro GP, nos EUA, dominando completamente o evento. À vitória juntou também a pole-position, a melhor volta e a liderança de todas as voltas da corrida. Riccardo Patrese (italiano) fica em segundo lugar com o Arrows. Emerson Fittipaldi (Fittipaldi) fica em terceiro, a festa brasileira era completa.
No GP da Bélgica, o francês Didier Pironi (Ligier) estreava-se a vencer na Formula 1, que à semelhança de Piquet no GP anterior, liderou as voltas todas da corrida. Os dois pilotos da Williams completaram o pódio, Jones foi segundo e Carlos Reutemann (argentino) foi o terceiro. Reutemann estava agora na Williams, tendo deixado a Lotus que se encontrava agora num período negativo.
No GP do Mónaco, Reutemann (Williams) beneficiou, primeiro da desistência de Jones (Williams) quando seguia em segundo lugar e depois de Pironi (Ligier), que dominou grande parte da corrida, para vencer a prova monegasca. Laffite (Ligier) ficou em segundo lugar e Piquet (Brabham) foi o terceiro.
No GP da França, Alan Jones (Williams) volta a vencer, seguido dos dois pilotos da Ligier, Dironi e Laffite, segundo e terceiro, respectivamente. Na grelha de partida, os três primeiros eram franceses, Laffite fez a pole-position, seguido de Arnoux (Renault) e de Pironi (Ligier).
Estava decorrida a primeira metade do campeonato, Alan Jones liderava com 28 pontos seguido de Piquet com 25 pontos. A Williams era líder entre os construtores com 44 pontos e a Ligier seguia em segundo com 39 pontos.
(continua)

Os pilotos do Renault RE20 em 1980 foram: René Arnoux e Jean-Pierre Jabouille.
Vitórias: 3 (R. Arnoux: 2; J.-P. Jabouille: 1)
Pole-position: 5 (R. Arnoux: 3; J.-P. Jabouille: 2)
Melhor volta : 4 (R. Arnoux: 4)

1 comentário:

jocasipe disse...

Sempre tive um carinho muito especial pela Renault! "apaixonei-me" pelo Prost nos anos em que por lá andou.