28 maio 2007

Ferrari 126CK - Gilles Villeneuve (1981)

Esta miniatura é da marca Brumm. Esta miniatura está referenciada pela Brumm como sendo o Ferrari 126CK que Gilles Villeneuve utilizou na vitória no GP do Mónaco de 1981.
O Ferrari 126CK de 1981 foi o primeiro modelo da Ferrari com motor turbo. A Ferrari seguia assim os passos da Renault ao enveredar pelos motores sobrealimentados.
Este motor turbo Ferrari era um V6 de 1496 cc com uma potência de 548 cv. Contudo e apesar de no aspecto dos motores turbos a Ferrari estar a seguir essa inovação da época, no que toca ao chassis este era convencional sem ser espectacular, bem pelo contrário. Enquanto que a McLaren já introduzia o chassis de fibra de carbono, com todas as vantagens, quer de segurança quer de rigidez necessária para o cada vez maior aumento de potência, a Ferrari obtinha com este chassis um design que não lhe dava a vantagem necessária para manter a competitividade. Mas, mesmo assim, o Ferrari 126CK conseguiu alguns resultados positivos embora estes fossem atribuídos mais ao génio de Gilles Villeneuve (canadiano) do que à máquina, como foram as vitórias em Espanha e no Mónaco. O ex-campeão sul-africano, Jody Scheckter, abandonou a Ferrari e a Formula 1 no final de 1980, após um ano negro da Ferrari. Para o substituir e fazer equipa com o canadiano contrataram o piloto francês Didier Pironi, que assim deixava a Ligier, para assinar contrato com a equipa do cavalinho rampante.


O campeonato de 1981 começava com algumas regras alteradas, como por exemplo, as “saias” foram proibidas e foi instituída uma altura mínima de 6 cm em relação ao solo que os carros deveriam ter quando fossem inspeccionados. Os carros equipados com o motor Ford Cosworth, com menor potência que os motores turbo, eram penalizados. Mas com o decorrer do campeonato ficou comprovado que a criatividade dos designers conseguiam contornar esta regulamentação levantando alguma polémica
No primeiro GP do ano, em Long Beach (EUA), começou com a polémica à volta do Lotus 88. Colin Chapman tentou voltar ao top da Formula 1 e para isso começou a desenvolver um novo projecto revolucionário, à semelhança do que tinha feito com o Lotus 78. O novo Lotus 88 tinha um chassis duplo, ainda apareceu nos treinos em Long Beach mas foi impedido de participar na corrida devido à pressão dos outros construtores. A história voltava a repetir-se... Em 1978 tinha sido o Brabham BT48B a ser banido das pistas. Mas a história do Lotus 88 continuaria por mais alguns GP’s. No entanto Gordon Murray, designer da Brabham, inventou um sistema hidráulico que mantinha o carro a 6 cm do solo quando este estava parado e que em andamento colava ao solo com a carga aerodinâmica.
A Williams venceu o GP com uma “dobradinha”, Alan Jones (australiano) foi o primeiro e Carlos Reutemann (argentino) foi o segundo. O piloto brasileiro, Nelson Piquet, da Brabham ficou no terceiro lugar do pódio.
No GP do Brasil, sob uma chuva torrencial, a Williams repetiu a “dobradinha” alcançada nos EUA mas com os seus pilotos a inverterem os lugares. Carlos Reutemann comandou a prova toda e ignorou as ordens da equipa para deixar Alan Jones vencer. Reutemann explicava no final da prova: “eu liderei a prova toda e ele nunca esteve em posição de me ultrapassar. Sei quais são os termos do meu contrato mas sempre comecei todas as corridas para vencer. Se o deixasse passar à 57ª volta, parava no meio da pista e ia para casa. Se levantasse o pé nessa altura era o meu fim. Deixava de ser piloto de competição”. Riccardo Patrese (italiano) conseguia um magnífico terceiro lugar com o Arrows. O Lotus 88 foi considerado, inicialmente, legal pelos Comissários Técnicos mas a FISA pressionou e o relatório foi alterado sendo também alterada a decisão da legalidade do Lotus 88 que era agora considerado ilegal novamente...
No GP da Argentina, Nelson Piquet faz a pole-position, lidera as voltas todas e vence a corrida efectuando também a melhor volta. Carlos Reutemann (Williams) fica em segundo lugar e Alain Prost (francês) é terceiro com o Renault. Foi o seu primeiro pódio na Formula 1 depois de na época anterior ter corrido pela McLaren. A McLaren estreava o chassis de fibra de carbono. O calvário do Lotus 88 continuava. Desta vez nem passou nas verificações técnicas...
No GP de San Marino, Piquet volta a ganhar. Patrese (Arrows) fica em segundo lugar e Reutemann (Williams) é terceiro.
No GP da Bélgica (Zolder) a tragédia voltou à Formula 1. Nos treinos de sexta-feira, um mecânico da Osella foi atingido mortalmente pelo Williams de Reutemann. Um acidente em que o piloto argentino não teve culpa. Na partida, alguns pilotos saíram dos respectivos carros em sinal de protesto. A associação dos pilotos pretendia a redução para 26 carros na qualificação mas como este pedido não foi aceite os pilotos resolveram protestar na altura mais mediática, que é a largada do GP, perante as televisões. Com toda esta confusão, o motor do Arrows de Patrese foi-se abaixo e um dos mecânicos saltou para a pista e agachado atrás do Arrows tentou por o motor a funcionar... enquanto a largada era dada!!!! Alguns carros conseguiram desviar-se de Patrese mas ouve um piloto, que tapado por outros carros, não conseguiu ver o Arrows de Patrese e a desviar-se bateu na sua traseira esmagando o mecânico da Arrows contra o carro de Patrese. Felizmente, o mecânico saiu deste horrível acidente apenas com as pernas partidas... A corrida foi interrompida só à terceira volta. Após a corrida seguiu-se uma série de acusações aos pilotos pela atitude tida de pararem os motores na grelha de partida tudo por causa da pressão da TV. Mário Andretti acusou os patrões das equipas de não estarem do lado dos pilotos e de os querer dividir para lhes poder pagar valores mais baixos.
Na corrida, a vitória foi para Reutemann (Williams). Jacques Laffite (francês) ficou em segundo com o Ligier e Nigel Mansell (inglês), com o Lotus 81B, conseguia os primeiros pontos e pódio da Formula 1, com a terceira posição.
No GP do Mónaco, Gilles Villeneuve vencia a corrida, era primeira vitória de um Ferrari turbo. Alan Jones (Williams) e Laffite (Ligier) ficaram no segundo e terceiro lugar. Reutemann ao não terminar a prova quebrou uma longa série de 15 pontuações consecutivas. Desde o GP da Bélgica do ano anterior que vinha sempre a pontuar. Este recorde manteve-se até 2003, sendo batido por uma série de 24 pontuações consecutivas de Michael Schumacher.
No GP de Espanha assistiu-se a um final de corrida dos mais disputados da história da Formula 1. Gilles Villeneuve (Ferrari) fez uma exibição memorável, liderando 67 das 80 voltas e conseguiu segurar atrás de si 5 pilotos. Jacques Laffite (Ligier), John Watson (McLaren), Reutemann (Williams) e De Angelis (Lotus) (segundo, terceiro, quarto e quinto classificados) terminaram separados por apenas 1,23 segundos!!
Após 7 provas, Reutemann estava em primeiro com 37 pontos, seguido de Jones com 24 pontos e Piquet com 22 pontos. Nos construtores, a Williams era líder destacada com 61 pontos, seguida da Ferrari com 26 pontos.

(continua)

Os pilotos do Ferrari 126CK em 1981 foram: Gilles Villenueve e Didier Pironi
Vitórias: 2 (G. Villeneuve: 2)
Pole-position: 1 (G. Villeneuve: 1)
Melhor volta : 2 (G. Villeneuve: 1; D. Pironi: 1)

2 comentários:

jocasipe disse...

Fantástico este carro!

José António disse...

Villeneuve conseguiu algumas brilhantes performances com este carro. Parece que o Ferrari 126CK não era grande coisa apesar de ter motor turbo.

Obrigado pela visita
JOsé