12 fevereiro 2008

Tyrrell 019 - Jean Alesi (1990)

Esta miniatura pertence à colecção Grand Prix Mitos da Formula 1.
Em 1990 a Tyrrell, sendo uma pequena equipa que vivia com um escasso orçamento e que não podia ombrear com as grandes equipas, procurava através da criatividade aquilo que não conseguia com os parcos recursos financeiros. Podemos dizer que foi a Tyrrell, esta pequena equipa do “Tio” Ken, a grande responsável pela mudança do aspecto aerodinâmico que actualmente os carros da Formula 1 apresentam.
O modelo da Tyrrell utilizado no campeonato de 1990 partia da base do Tyrrell 018 de 1989, sendo até bastante parecidos. Contudo havia uma grande diferença, o nariz do Tyrrell 019 de 1990 estava elevado. E essa foi a grande inovação da equipa de Ken Tyrrell e que posteriormente veio a ser copiada por todos os outros construtores. Actualmente e desde há muitos anos que esta é a norma para os “bicos” de todos os Formula 1.
O Tyrrell 019 foi da responsabilidade do britânico Harvey Postlethwaite e do engenheiro aeronáutico francês Jean-Claude Migeot. O motor era o Ford Cosworth DFR V8, que embora sendo menos potente que os V10 ou V12 da concorrência, era mais leve e ocupava menos espaço, daí que o Tyrrell 019 apresente uma aerodinâmica mais estilizada. O fornecedor de pneus para 1990 foi a Pirelli que substituiu a Goodyear, a marca utilizada em 1989.
Para o campeonato de 1990, Ken Tyrrell manteve na equipa de pilotos o jovem e promissor piloto francês Jean Alesi, que tinha sido contratado, sensivelmente, a meio do campeonato do ano anterior, ao qual se juntou o experiente, mas modesto, piloto japonês Satoru Nakajima. No entanto, seria ainda com o Tyrrell 018 de 1989, que estes dois pilotos participariam nas duas primeiras provas do ano.
O Tyrrell 019 só se estreou no GP de Imola (3ª corrida do ano), tendo participado nas restantes provas campeonato. No decorrer das provas ficou provada a sua competitividade. Embora não tenha vencido nenhuma GP, ficou em segundo lugar no Monaco, e permitiu a que Jean Alesi mostrasse o seu valor na maior categoria do automobilismo mundial, despertando o interesse das grandes equipas. Quer a competitividade de Alesi quer do Tyrrell 019 fica demonstrada no facto de o piloto francês ter-se qualificado para a grelha de partida dos GP’s quase sempre entre os 10 primeiros. No final do ano, Alesi termina o campeonato na 9ª posição com 13 pontos (dois segundos lugares e um sexto) e com um contrato para guiar pela Ferrari no ano seguinte. Enquanto Nakajima é 15º com 3 pontos (três sextos lugares). A Tyrrel fica em 5º lugar com 16 pontos.
Eis então a miniatura do Tyrrell 019 de 1990, aqui na versão do piloto francês Jean Alesi. Infelizmente e não é inédito nestas colecções, há um erro nesta miniatura. Como disse em cima, a Tyrrell utilizou neste ano pneus da marca Pirelli e a miniatura exibe, erradamente, a marca Goodyear nos pneumáticos.


1990 - O Campeonato
Terceiro ano consecutivo da batalha entre Ayrton Senna (brasileiro) e Alain Prost (francês). Se nos dois anos anteriores os dois pilotos se encontravam na mesma equipa, para este ano havia uma mudança. Prost mudou de equipa e encontrava-se agora na Ferrari, ao lado de Nigel Mansell (britânico). Senna manteve-se na McLaren e tinha agora como colega o austríaco Gerhard Berger (ex-Ferrari).
O campeonato começou nos E.U.A., no GP de Phoenix, e logo com algumas surpresas: Berger fez a pole-position na sua primeira corrida com a McLaren e Senna era apenas o 5º da grelha de partida. O segundo era Perluigi Martini (italiano) num Minardi, o terceiro era Andrea de Cesaris (italiano) num Dallara e o quarto era Alesi num Tyrrell. Prost, em Ferrari, era apenas o 7º e Mansell, no outro Ferrari, o 17º!
Na largada, Alesi, que utilizava o Tyrrell 018 do ano anterior, surpreendeu e assumiu a liderança. Um chassis muito bem equilibrado e os pneus Pirelli muito competitivos permitiram que Alesi efectuasse uma excelente prova. Berger, que era segundo, cometeu um erro e abandonou devido a um despiste. Entretanto Senna começava a reagir e conseguiu ultrapassar Alesi chegando á liderança a meio da prova. Mas o piloto da Tyrrell respondeu e em acto imediato ultrapassa o brasileiro, surpreendendo-o. Senna reage na volta seguinte e ultrapassa Alesi e desta vez não se deixa surpreender. Senna vence a corrida e Alesi fica em segundo lugar apenas a 8 segundos do brasileiro. O belga Thierry Boutsen (Williams) é o terceiro. Nenhum Ferrari terminou a corrida. Satoru Nakajima ficou em 6º lugar com o outro Tyrrell. Excelente início de campeonato para Ken Tyrrell.
No GP do Brasil, na estreia do Autódromo José Carlos Pace, esperava-se a primeira vitória de Senna no Brasil. Contudo a Ferrari mostrou que tinha andamento para a McLaren. A luta pela vitória foi renhida e a vitória só ficou definida quando Senna cometeu um erro ao tentar ultrapassar Nakajima, tento batido na roda traseira do Tyrrell e destruindo a secção dianteira do McLaren. Prost venceu a prova brasileira, Berger ficou em segundo lugar e Senna foi o terceiro.
No final do GP de Imola, o campeonato conhecia o terceiro vencedor em três corridas: o italiano Riccardo Patrese (Williams). O italiano já não vencia um GP há quase 7 anos, desde os seus tempos na Brabham. Senna foi o primeiro líder mas desistiu com uma jante partida. A liderança passou para Boutsen (Williams) mas uma passagem de caixa falhada ditou o abandono do belga. Patrese aproveitou os problemas que afectaram Senna e Boutsen para atacar Berger (McLaren), que era agora o líder. A subida de forma dos Williams-Renault confirmou-se com a ultrapassagem ao McLaren de Berger, que nada pode fazer. Patrese venceu a corrida, Berger ficou em segundo lugar e Alessandro Nannini (italiano) em Benetton completou o pódio. Prost ficou na quarta posição. Alesi, que estreou o Tyrrell 019, terminou na sexta posição.
Nos dois GP’s seguintes, Monaco e Canada, a vitória foi para o mesmo piloto: Ayrton Senna. No Monaco, Senna obteve a sua quarta vitória no tortuoso circuito monegasco. O domínio do piloto brasileiro foi total: vitória (liderou da primeira à última volta), melhor volta e pole-position. Contudo, por pouco a vitória quase que lhe escapou. Nas últimas voltas o motor do McLaren de Senna começou a falhar e Alesi aproximou-se de tal maneira que se a corrida tivesse mais uma volta teria ultrapassado o brasileiro. Alesi terminou em segundo lugar a 1 segundo de Senna. Berger foi o terceiro. No GP do Canada, Senna sentiu algumas dificuldades devido a uma afinação para chuva porque a pista se apresentava com o piso molhado mas que posteriormente veio a secar. Mas mesmo assim conseguiu uma vitória, seguido de Nelson Piquet (brasileiro) num Benetton e de Nigel Mansell (Ferrari).
No GP do México assistiu-se uma corrida emocionante e bastante disputada. A luta, nas últimas voltas, entre Mansell e Berger foi fantástica. Berger efectuou uma excelente corrida mas Mansell conseguiu uma ultrapassagem brilhante sobre o austríaco, que lhe valeu o segundo lugar atrás de Prost. Prost fez uma corrida tacticamente irrepreensível; partindo da 13ª posição da grelha de partida, Prost soube gerir o desgaste dos seus pneus de tal maneira que não fez uma única paragem para trocar de pneus. A sua corrida foi uma lenta evolução na classificação mas no fim a vitória não lhe escapou… Foi uma dobradinha da Ferrari: Prost e Mansell.
No GP da França a Ferrari festejou a sua centésima vitória na Formula 1. Alain Prost “assinou” desta maneira o seu nome na história da Ferrari. Tal como no GP anterior, Alain Prost iniciou a prova num ritmo calmo de modo a poupar a mecânica do carro e os seus pneus. Se por um lado Senna passava por algumas dificuldades inesperadas nas boxes, por outro havia quem estivesse a surpreender ao efectuar uma excelente corrida: Ivan Capelli (italiano) num Leyton House. Prost não tinha a oposição de Senna, seu rival de sempre, mas o italiano da Leyton House estava na frente do GP e quase que resistiu aos ataques do francês da Ferrari. A vitória acabou nas “mãos” de Alain Prost e a Ferrari festejou a sua vitória número 100 na Formula 1. Capelli ficou com o segundo lugar e Senna ficou em terceiro.
Ao chegar à Inglaterra, para disputar a oitava prova do ano, Alain Prost, talvez inspirado com as duas vitórias nas duas últimas corridas, aproveitou a embalagem e superou os seus adversários para vencer o terceiro GP consecutivo de 1990. Mansell fez a pole-position mas Senna fez uma excelente partida e ganhou a liderança. Contudo, Senna sentiu algumas dificuldades para aguentar Mansell. Até que comete um erro e faz um pião que o obrigou a ir às boxes e que lhe retirou quaisquer hipóteses de lutar pela vitória. Mansell acabaria por abandonar numa altura que poderia ter dado a dobradinha à Ferrari. No final da prova, anunciaria a sua retirada das competições no fim do campeonato. Alain Prost venceu a prova, Boutsen foi o segundo e Senna o terceiro.
Decorrida a primeira metade do campeonato, entre os pilotos Prost era o primeiro com 41 pontos seguido de Senna com 39 pontos. Nos construtores a McLaren estava em primeiro lugar com 64 pontos com a Ferrari a 10 pontos de distância.
(continua)

Os pilotos do Tyrrell 019 em 1990 foram: Satoru Nakajima (#3) e Jean Alesi (#4).
Vitórias: 0
Pole-position: 0
Melhor volta : 0

3 comentários:

Anónimo disse...

Foi um duelo ÉPico entre Senna e Alesi no GP dos EUA. ALesi querendo mostrar serviço e Ayrton mostrando porque ele é o campeão ! Lindo carro. Gostei muito ! Em Mãrço vamos falar bastante de Ayrton Senna.

Abraços

José António disse...

Bom dia, Fleetmaster!

Foi um belo espectáculo, sem dúvida. Este ano de 1990 teve muitas outras corridas com bastante emoção também! Foi um ano "vintage"!
Cumprimentos e obrigado pela visita.

Anónimo disse...

Tirando esse pequeno detalhe na fornecedora de pneus, o Tyrrell 019 "bigode" é muito lindo!!!