12 fevereiro 2009

Williams FW19 - Jacques Villenueve (1997)



Esta miniatura pertence à colecção Grand Prix Mitos da Formula 1.
Para a temporada de 1997 a Williams, que tinha conquistado os dois títulos de 1996, voltava a prescindir dos serviços do piloto campeão, neste caso de Damon Hill (inglês). Aliás esta situação não era nova no seio da equipa Williams. Já tinha acontecido com Nelson Piquet (brasileiro) em 1987, com Nigel Mansell (inglês) em 1993 e com Alain Prost (francês) em 1993. Estes três pilotos conquistaram o título de pilotos pela Williams, saindo logo a seguir da equipa. E agora acontecia com Damon Hill.
Assim, após a saída de Damon Hill, foi o canadiano Jacques Villeneuve que, na sua segunda época na Formula 1, assumiu a posição de líder dentro da Williams. Para substituir Damon Hill, Frank Williams contratou o alemão Heins-Harald Frentzen (ex-Sauber).
Adrien Newey foi o responsável pelo Williams F19, com o qual a equipa iria defender os títulos conquistados no ano anterior. Foi também o último monolugar de Newey na Williams, antes de ingressar na McLaren.
O Williams FW19 mantinha os conceitos utilizados por Newey na concepção dos monolugares da Williams: simplicidade de linhas e eficácia aerodinâmica. O motor utilizado continuava a ser o Renault, o RS9. Mas neste aspecto já se sabia que a Renault iria fazer em 1997 a sua última temporada na F1. A aliança de nove anos entre a Renault e a Williams terminaria no final da temporada. Diga-se uma aliança de bastante sucesso: 5 títulos de construtores (1992, 1993, 1994, 1996 e 1997) e 4 títulos de pilotos (1992, 1993, 1996 e 1997).
Apesar do excelente projecto que envolvia a Williams, a temporada de 1997 não foi fácil. A Ferrari e Michael Schumacher (alemão) deram uma boa réplica à Williams e a Villeneuve. Houve alguns momentos, ao longo da época, em que erros de Villeneuve e algum rendimento aquém das expectativas do monolugar da Williams, fizeram com que se pensasse que os títulos poderiam escapar à equipa inglesa. O título de construtores foi confirmado ainda antes do fim do campeonato no entanto o de pilotos apenas ficou decidido na última prova… e de que modo. Villeneuve sagrou-se campeão logo na sua segunda temporada. O canadiano entrou na Formula 1 pela “porta grande” em 1996, sagrou-se campeão em 1997 e depois disso foi entrando em declínio, ano após ano. Quase se pode dizer que a sua carreira teve apenas um sentido: sempre a descer. Ao contrário de outros pilotos, que normalmente começam por baixo, sobem e atingem o apogeu, e depois começa o declínio até à retirada. Com Jacques Villeneuve foi diferente, começou por cima, muito rapidamente atingiu o título e depois começou o declínio. Mas nesta altura, em 1997, ainda nada disso se sabia…
1997 – O Campeonato (continuação)
O GP da Hungria foi uma corrida surpreendente. Na qualificação Michael Schumacher (alemão) colocou o Ferrari na pole-position mas a surpresa veio do terceiro lugar de Damon Hill (inglês) com o modesto Arrows. Talvez fosse um prenúncio para a corrida. No arranque, Schumacher começou por liderar, levando atrás de si Damon Hill. Mas à 11ª volta Damon Hill consegue passar Schumacher. Pouco tempo depois o canadiano Jacques Villeneuve (Williams) imitou o inglês e passou também Schumacher. Nas voltas seguintes, Hill foi ganhando alguma vantagem continuando a sua excelente corrida na liderança. Mesmo nas paragens nas boxes, tudo correu bem para a Arrows e Hill. Na parte final da corrida, Hill e Villeneuve seguiam colados, lutando pela vitória. E quando a vitória parecia que já não escaparia a Hill, na última volta, houve algum problema afectou o Arrows. Desse modo Hill pouco pode fazer a Villeneuve, que venceu a prova nos últimos instantes. Hill teve que se contentar com o segundo lugar, quando a vitória esteve mesmo ao seu alcance. Johnny Herbert (inglês) em Sauber ficou em 3º lugar.
O GP da Bélgica foi mais uma corrida que se disputou com a presença da chuva. A largada foi efectuada com o pace car em pista. Quando o pace car saiu, Michael Schumacher mostrou porque era considerado um dos melhores pilotos em provas de pista molhada. O alemão da Ferrari efectuou uma prova irrepreensível. Enquanto os outros pilotos optavam por trocar de pneus para os slicks, Schumacher manteve sempre a calma necessária para controlar a corrida, liderando confortavelmente. Nem nas paragens nas boxes perdeu o primeiro lugar. Schumacher venceu a prova, Giancarlo Fisichella (Jordan) ficou em segundo lugar e Mika Hakkinen (McLaren) foi o terceiro.
No GP de Itália o francês Jean Alesi (Benetton) fez a pole-position e foi o primeiro líder da corrida. Jean Alesi, Heins-Harald Frentzen (Williams) e David Coulthard (McLaren) seguiram juntos, nas três primeiras posições, até ao momento de pararem nas boxes. Após esses momentos, quem ficou na liderança foi o piloto da McLaren, David Coulthard, seguido de Alesi. A McLaren começava já a dar sinais evidentes de que se poderia tornar outra vez numa equipa vencedora. Assim Coulthard conseguiu manter a primeira posição, vencendo a prova. Alesi ficou com o segundo lugar e Frentzen completou o pódio. Após a prova soube-se que Hakkinen tinha sido desclassificado do GP da Bélgica, perdendo o terceiro lugar conquistado. Jacques Villeneuve foi suspenso em uma corrida por não ter respeitado as bandeiras amarelas no warm-up.
Na partida para o GP da Aústria, Hakkinen lidera por breves momentos, até ao motor do seu McLaren-Mercedes ceder ainda antes da primeira volta terminar. O italiano Jarno Trulli (Prost) assume a primeira posição, seguido do brasileiro Rubens Barrichello (Stewart) mas pouco depois Villeneuve ultrapassa o brasileiro. Estas posições mantiveram-se até às paragens nas boxes. Nessa altura, Villeneuve consegue passar para primeiro. Villeneuve esteve sempre em posição de controlar a corrida. Trulli, muito perto do fim, acabou por perder o segundo lugar devido à quebra do motor. Villeneuve venceu, Coulthard (McLaren) foi o segundo e Frentzen o terceiro. Nota: Damon Hill anunciou que para o ano seguinte iria pilotar para a Jordan.
O GP do Luxemburgo foi disputado no circuito de Nurburgring. Hakkinen efectua a pole-position e é o primeiro líder na prova, seguido do seu colega de equipa, David Coulthard. Nas primeiras curvas, houve uma grande confusão, envolvendo alguns toques, e alguns carros acabaram por sai de pista. Entre as vítimas da confusão estava Schumacher que se viu obrigado a desistir com a suspensão danificada. A boa forma dos McLarens era confirmada com a manutenção dos dois primeiros lugares. Com a paragem nas boxes Coulthard passa pelo comando da prova mas Hakkinen recupera a posição na vez de Coulthard parar nas boxes. Tudo correr bem à McLaren, aliás nem tudo, a fiabilidade ainda não é a melhor. Coulthard desiste com problemas no carro e quase imediatamente Hakkinen desiste também com o mesmo problema. A McLaren vê-se assim, em poucos segundos, arredada de um excelente resultado. Villeneuve aproveita e aproveita bem. Vence a prova e beneficia do facto de Schumacher não ter pontuado. Alesi é o 2º e Frentzem o 3º.
A Williams e Villeneuve correm no GP do Japão por terem contestado o castigo que o canadiano deveria cumprir neste GP. Villeneuve efectua a pole-position e lidera as primeiras voltas. O irlandês Eddie Irvine (Ferrari), que partiu da 4ª posição, consegue passar para segundo lugar. E pouco depois assume a primeira posição ao passar Villenueve. Rapidamente ganha vantagem ao piloto da Williams, que segura o resto do pelotão. Nas paragens nas boxes, Schumacher consegue passar para segundo lugar. Villeneuve é agora 3º. Entretanto Irvine faz o jogo de equipa e deixa Schumacher passar para primeiro. Quando Villeneuve volta às boxes perde muito tempo e vê esfumarem-se as hipóteses de lutar pela vitória. Com a corrida controlada, Schumacher acaba por vencer. Frentzen (Williams) termina na segunda posição e Irvine é o terceiro. Villeneuve é apenas quinto. Mas o recurso da Williams é rejeitado e Villeneuve é despojado do 5º lugar e dos 2 pontos conquistados. Assim e à partida para a última prova do ano, Villeneuve vê-se a um ponto de Schumacher na luta pelo título.
Na qualificação para o GP da Europa, disputado no circuito de Jerez, Villeneuve, Schumacher e Frentzen efectuam exactamente o mesmo tempo. Pela primeira vez na F1, os três primeiros da grelha de partida têm o mesmo tempo. Na partida Villeneuve faz patinar as rodas do Williams, Schumacher aproveita e assume a primeira posição. Frentzen que também tinha ultrapassado Villeneuve na partida deixa passar o canadiano. As posições mantêm-se até às paragens nas boxes. Mas nem nestes momentos houve alterações de posição entre Schumacher e Villeneuve. A luta pelo título intensifica-se após a última paragem nas boxes. A partir desse momento é todo um campeonato que está em causa, todo o trabalho de um ano que se resume às últimas 22 voltas do GP da Europa. Foi assim que Jacques Villeneuve aproveitou uma abertura que Schumacher deixou ao abordar uma curva e coloca o Williams por dentro. Schumacher não se apercebe da manobra do canadiano e quando reage já é tarde. Ainda tenta fechar a “porta” a Villeneuve e o toque é inevitável. Schumacher abandona mas Villeneuve prossegue. O canadiano fica em primeiro lugar seguido pelos dois McLarens. Villeneuve com receio dos danos causados no Williams abranda e permite a aproximação de Hakkinen e Coulthard. Os dois pilotos da McLaren passam Villeneuve e obtêm a dobradinha. Hakkinen vence pela primeira vez na F1 e Coulthard é o segundo classificado. Villeneuve com a terceira posição sagra-se campeão do mundo.
No campeonato de pilotos Villeneuve é o primeiro com 81 pontos (7 vitórias). Frentzen foi o vice-campeão, com 42 pontos (1 vitória), porque devido à manobra no GP da Europa Michael Schumacher foi desclassificado do campeonato, mantendo para as estatísticas os resultados conquistados.
Nos construtores, a Williams sagrou-se campeã com 123 pontos (8 vitórias) e a Ferrari ficou em segundo lugar com 102 pontos (5 vitórias).

Os pilotos do Williams FW19 em 1996 foram: Jacques Villeneuve #3 e Heins-Harald Frentzen #4.
Vitórias: 8 (J. Villeneuve: 7; H.-H. Frentzen: 1)
Pole-position: 10 (J. Villeneuve: 9; H.-H. Frentzen: 1)
Melhor volta : 9 (J. Villeneuve: 3; H.-H. Frentzen: 6)

8 comentários:

Fleetmaster disse...

Linda miniatura. A Willians sempre fez bonitos carros. E muitos deles campeões.

GRande Abraços

André

Mateus disse...

Em 1995, o carro campeão não foi a Benetton???

Bela miniatura!!! A Williams com o patrocínio da Rothmans sempre foi linda, especialmente a FW16!!!

José António disse...

Mateus, tem razão... Foi um erro meu. Em 1995 a Benetton foi campeã, a Williams venceu o campeonato em 1994.
Obrigado pela visita e pelo alerta.
Vou corrigir o texto.

JB disse...

Bela miniatura.
A decoração alternativa era mesmo com este ponto de interrogação?
JB

José António disse...

JB, essa é uma boa pergunta mas não sei dizer. Vou ter de consultar algumas revistas e livros para confirmar.
Abraço

Anónimo disse...

Canadiano???
www.motorizado.wordpress.com

RM Style disse...

Bela miniatura. O que publiquei hoje é , sem dúvida , do seu agrado

Um abraço
RM

José António disse...

Ylan Marcel, de repente a sua questão deixou-me na dúvida e fiquei a pensar que teria de corrir todos os textos sobre os quais falo de Gilles e Jacques Villeneuve...
Mas após uma pequena pesquisa na net desfiz a dúvida: "O gentílico do país é canadense (no Brasil) ou canadiano(a) (em Portugal)." in wikipédia.

Abraço e obrigado pela visita
José