10 outubro 2007

McLaren MP4/2C - Keke Rosberg (1986)



Esta miniatura é da marca Minichamps.
O McLaren MP4-2C de 1986 não mais do que a terceira evolução do MP4-2 de 1984. A McLaren dominava a Formula 1 desde 1984 e nos anos seguintes vinha aprimorando o seu monolugar. A cada ano que passava, novas e pequenas alterações eram efectuadas no McLaren, como se pode verificar nos seguintes posts: MP4-2 (1984) e MP4-2B (1985). O motor continuava a ser o TAG-Porsche mas tal como o chassis, também era alvo de alguns melhoramentos, quer ao nível da potência como ao nível do consumo.
Destes 3 anos (1984 a 1986), este seria o mais difícil para a McLaren quer devido ao eficientíssimo Williams-Honda FW11 quer porque o MP4-2C estaria já no seu pico de desenvolvimento logo com pouca margem de progressão. O título de construtores seria perdido para a Williams mas o de pilotos foi novamente para Alain Prost (francês).
A dupla de pilotos da McLaren para 1986 sofreu uma baixa, o aústriaco tri-campeão do Mundo, Niki Lauda retirou-se da Formula 1 no final de 1985 e para o substituir foi contratado o finlandês ex-campeão do Mundo (1982), Keke Rosberg, que vinha da Williams.

Esta miniatura que hoje apresento é especial e apenas foi utilizada com esta decoração num único GP em 1986. O piloto é o Keke Rosberg, que utilizou o McLaren com a decoração amarela da Marlboro Lights em vez do tradicional vermelho, no GP de Portugal. Alain Prost correu com a decoração normal da Marlboro.
Mais recentemente, houve uma equipa que pretendia correr com os seus dois carros com decorações distinta uma da outra mas não foi autorizada a fazê-lo. Mas em 1984, julgo que a Tyrrell, que seria desclassificada a meio da temporada devido a motivos técnicos, correu com os seus dois carros com decoração diferente para Stefan Bellof (alemão) e para Martin Brundle (inglês).
1986 – O Campeonato (continuação)
À décima prova do ano, o brasileiro Nelson Piquet (Williams) volta a vencer, após a sua vitória na primeira corrida do campeonato. A McLaren, principalmente Keke Rosberg, ainda deu luta ao brasileiro. Quando parecia certo que o segundo e terceiro lugar seriam para os pilotos da McLaren, Rosberg e Prost, a falta de combustível acabou por ditar um desfecho diferente. Os beneficiados foram Ayrton Senna (Lotus) e Nigel Mansell (Williams), que ficaram com o segundo e terceiro lugar, respectivamente.
A Hungria recebeu, pela primeira vez, a Formula 1. Foram mais de 200.000 espectadores que estiveram presentes para testemunhar esse facto. Um recorde.
A discussão pela vitória esteve entregue a Senna e a Piquet. Ambos lideram em duas ocasiões distintas mas foi o brasileiro da Williams que acabou por levar de vencido o brasileiro da Lotus. Piquet vencia pela terceira vez neste ano e beneficiou do abandono de Prost. Nigel Mansell terminou na terceira posição.
O GP da Áustria, tradicionalmente favorável à McLaren, foi para mim um dos momentos chave para a decisão deste campeonato. Neste ano, foram quatro os pilotos (Prost, Mansell, Piquet e Senna) que discutiram quase até à última corrida o título de Campeão do Mundo mas este foi o único GP em que apenas um deles conseguiu terminar a corrida. Em todas as outras corridas do ano, houve sempre pelo menos dois destes quatro pilotos a terminar nos pontos. A Williams, pela única vez neste campeonato, não pontua e vê os seus dois pilotos abandonarem com problemas mecânicos. Aurton Senna (Lotus) também muito cedo abandonou com problemas no motor. O grande beneficiado foi Alain Prost (McLaren) que venceu recuperando assim alguma desvantagem pontual no campeonato. Outra surpresa foi a excelente prestação da Benetton que colocou nas duas primeiras posições da grelha de partida os seus dois carros. Nas voltas iniciais, Gerhard Berger (austríaco) e Teo Fabi (italiano), que fez a pole-position, foram os dois primeiros. Berger liderou a primeira metade da corrida até que um problema no seu Benetton o fez perder muito tempo nas boxes. Acabou na sétima posição. Prost venceu e a Ferrari obteve um excelente resultado ao terminar com os dois pilotos no pódio: Alboreto (italiano) em segundo e Johansson (sueco) em terceiro.
O GP de Itália foi, por assim dizer, o regresso à normalidade. A Williams vencia pela oitava vez em 13 provas e obtinha a sua segunda dobradinha do ano. A equipa de Frank Williams ficava assim muito perto de conquistar o título de construtores. A Benetton vinha a a mostrar uma subida de forma. Teo Fabi voltou a fazer a pole-position e Berger ainda liderou algumas voltas. Piquet venceu e Mansell foi o segundo. Stefan Johansson (Ferrari) voltou a ficar em terceiro lugar.
À partida para o GP de Portugal ainda havia 4 pilotos (Mansell, Piquet, Prost e Senna) com aspirações ao título de pilotos. Mas no final da corrida, o quarto lugar conseguido por Senna afastou-o da luta pelo campeonato. Mansell dominou a corrida toda e saiu de Portugal com 10 pontos de vantagem sobre Piquet. Alain Prost, perto do final, ultrapassou o Piquet, que era o terceiro. Na última, Senna perde o segundo lugar devido à falta de combustível. Prost fica em segundo e Piquet em terceiro.
O campeonato de pilotos era liderado por Mansell com 70 pontos, Piquet era segundo com 60 pontos e Prost terceiro com 59 pontos. Convém lembrar que nesta época apenas contavam os 11 melhores resultados. Mansell e Prost já tinham atingido esse número logo, a partir desta prova, tinham que descontar algum resultado caso pontuassem nas duas provas que faltavam. Enquanto que Piquet, com apenas 9 pontuações, não iria deitar nenhum resultado fora.
A Williams saiu de Portugal com o título de construtores.
(continua)

Os pilotos do McLaren MP4-2C em 1986 foram: Alain Prost e Keke Rosberg.
Vitórias: 4 (A. Prost: 4)
Pole-position: 2 (A. Prost: 1; K. Rosberg: 1)
Melhor volta : 2 (A. Prost: 2)

8 comentários:

Anónimo disse...

Lindo este carro da MCLaren de 1986. BEla narração do campeonato. Me fez recordar algumas corridas, pois esta temporada foi uma das que acompanhei bem de perto.

Anónimo disse...

COm relação a equipe que queria inscrever doi carros com pinturas difernetes foi a BAR no seu ano de estréia.

Abraços do Amigo


Fleetmaster

Anónimo disse...

A corrida da Hungria foi sensacional. O Piquet fez uma bela ultrapassagem em Senna. Eu não gostei muito , pois torcia (e ainda sou muito fã) pelo Senna.
Torcia mais pelas vitórias do Piquet do que do Senna.

José António disse...

Fleetmaster, ainda não terminei de narrar o campeonato de 1986. Faltam duas corridas e duas miniaturas...
A ultrapassagem do Piquet foi sensacional. Outros tempos...

Bem lembrado, a Bar chegou a ter os dois carros decorados de maneira diferente mas foi proibida. A solução foi utilizar as duas decorações em cada metade de cada carro. Para mim foi uma solução, no mínimo, esquisita.

Obrigado pela visita

PGAV disse...

CAro José,

Espero que esteja tudo bem consigo!

Tenho andado um pouco afastado do meu blog, mas muito em breve terei mais uma novidade...

Já agora, José, soube que vai sair da minichamps um belo BMW F1 de 1983 se não estou em erro! Vai adorar! Uma brutalidade de miniatura!

Continua com excelentes modelos.

Abraço

Anónimo disse...

Não tenho a certeza, mas parece-me que o Keke Rosberg só correu com a decoração amarela durante os treinos, por decisão da equipa, passou para o tradicional vermelho durante a corrida. Agradeço a quem puder esclarecer isto com a certeza necessária.
Fleetmaster, tem razão, essa(s) ultrapassagem(s)na Hungria ainda hoje está na minha memória como o melhor momento de F1 que vi em directo!
Abraço

José António disse...

Caro Anónimo, obrigado pela sua visita e comentário.

Em relação à questão que levanta, estou em crer que Rosberg terá mesmo utilizado esta decoração durante a corrida... isto é se a memória não me falha. eheheh!

Cumprimentos

Anónimo disse...

Ok, tem razão, depois de uma procura mais aprofundada na net, verifiquei que estava enganado. O carro só apareceu com o amarelo no domingo (warm-up e corrida) tendo sido mantido com os portões da box fechados até à saída para a pista.
De recordar que o piloto Piercarlo Ghinzani, sem saber da alteração, pensou que tinha um problema na retina, e pouco depois, quando Prost o passou pensou que já estava tudo bem :-)
Abraço e continue com este bom "serviço público"