01 fevereiro 2007

Lotus 78 - Mário Andretti (1977)


Esta miniatura é da marca Quartzo.
A Lotus, como muitas das vezes, deu início a uma das maiores revoluções tecnológicas na Formula 1 com o Lotus 78, o efeito-solo, que culminaria nos títulos conquistados em 1978. Se assim não tivesse acontecido provavelmente a Ferrari teria dominado a Formula 1 desde 1975 a 1979. A equipa de Colin Chapman, constituída por Peter Wright, Tony Rudd, Ralph Bellamy e Charlie Prior criaram o Lotus 78 sob os conceitos desta revolução que foi a inovação do efeito-solo nos Formula 1.

Até a esta altura, os carros da Formula 1 conseguiam o apoio aerodinâmico através das asas dianteiras e traseiras. A equipa Lotus criou então um meio de utilizar o chassis para gerar o apoio aerodinâmico, utilizando os pontões laterais. Os pontões laterais do Lotus 78 tinham perfis de asas invertidos na sua face interior. O fluxo de ar por baixo do carro era acelerado entre eles, produzindo assim uma baixa pressão que literalmente puxava o carro para baixo contra pista. Basicamente aproveitou-se o que foi descrito pelo físico Bernoulli como o “princípio das mudanças de velocidade e pressão de um fluído em movimento: acelerando a velocidade e a pressão diminui com o fluído. O ar é um fluído e se um fluxo de ar é introduzido num túnel (venturi) aberto – como um funil invertido é acelerado e a sua pressão baixa, criando um efeito de sucção”.
O Lotus 78 contudo era um carro que tinha alguns problemas aerodinâmicos, com uma traseira pouco limpa e um centro de pressão demasiado à frente o que dava maior aderência aos pneus dianteiros que aos traseiros. Mas todos esses problemas seriam resolvidos com o carro de 1978, o Lotus 79, que aprimorava ainda mais o conceito utilizado no Lotus 78 de 1977. Mesmo assim o Lotus 78 indicou qual a direcção a seguir e tornou-se na referência nos anos seguintes sendo posteriormente ultrapassado por outras equipas que utilizaram o mesmo conceito de uma maneira ainda mais eficiente. De uma maneira mais resumida poderia dizer-se, agora, que era mais importante o fluxo de ar que passava por debaixo do carro do que o que passava por cima.
O Lotus 78 foi, na minha opinião, um dos mais belos Formula 1 da história da modalidade. A sua decoração dourada da JPS (John Player Special) sob a pintura preta do Lotus era fenomenal. A nível desportivo, foi um carro ganhador, não fossem alguns problemas que teve na temporada de 1977 e Mário Andretti (norte americano de origem italiana) poderia ter sido campeão nesse ano ou pelo menos teria dificultado ainda mais a vida de Niki Lauda, mesmo assim foi o piloto que venceu mais corridas (4) nesse ano.

(continuação)
No GP dos EUA, em Long Beach, Mário Andretti (Lotus) ganha a prova americana, naquela que seria a primeira vitória de um carro da Formula 1 de efeito-solo. O austríaco Niki Lauda (Ferrari) ficou em segundo lugar e Jody Scheckter, o sul-africano da Wolf, foi terceiro. No GP seguinte, na Espanha, o pódio tinha os mesmos carros nos mesmos lugares, apenas houve a troca nos pilotos da Ferrari. Mário Andretti e a Lotus voltam a vencer não dando quaisquer hipóteses aos adversários, fez a pole-position e liderou desde o início até ao fim, só faltou fazer a melhor volta da corrida. Desta vez foi Carlos Reutmann, da Ferrari, que ficou em segundo lugar, Niki Lauda (Ferrari) não pontuou. E Jody Scheckter (Wolf) repetiu o terceiro lugar do GP anterior.

Estavam decorridas 5 provas do campeonato e a classificação era a seguinte: Scheckter era primeiro com 23 pontos, Andretti com 20 pontos, Lauda e Reutemann, ambos com 19 pontos, eram segundo e terceiros, respectivamente. A Ferrari estava em primeiro lugar com 34 pontos seguida da Wolf com 23 pontos e da Lotus com 22 pontos.
(continua)

Os pilotos do Lotus 78 em 1977 foram: Mário Andretti e Gunnar Nilsson.
Vitórias: 5 (M. Andretti: 4; G. Nilsson: 1)
Pole-position: 7 (M. Andretti: 7)
Melhor volta : 5 (M. Andretti: 4; G. Nilsson: 1)

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