30 maio 2008

Peugeot 306 Maxi - G. Panizzi - H. Panizzi (Rali Corte Inglês de 1998)

Esta miniatura é da marca Vitesse.
Os irmãos franceses Panizzi venceram por duas vezes consecutivas o Campeonato Francês de Ralis. Gilles Panizzi era o piloto e o seu irmão Hervé era o co-piloto. O Peugeot 306 Maxi foi o carro que utilizaram para conquistar esses dois títulos. A miniatura que hoje apresento é o Peugeot 306 Maxi dos irmãos Panizzi na versão do Rali do Corte Inglês (rali integrante do Campeonato Europeu de 1998), cuja prova venceram. Esta miniatura da Vitesse está muito bem detalhada, quer no exterior como no interior, e os seus decalques ainda se encontram em boas condições, apesar dos anos que já têm (tenho esta miniatura à uns 10 anos).
O Peugeot 306 Maxi apenas dispunha de tracção dianteira, com uma caixa sequencial de 7 velocidades. Pesava 960 kg e tinha uma potência de 280 cv às 8700 rpm. O motor, de posição dianteira, era um 4 cilindros de 1998 cc.Gilles Panizzi nasceu a 19 de Setembro de 1965 em França. Estreou-se no mundial de ralis em 1990 no Rali de Monte Carlo com um Lancia Delta Integrale. Venceu 7 ralis; a sua primeira vitória aconteceu no Rali da Córsega de 2000 com um Peugeot 206 WRC. Como disse anteriormente, Panizzi sagrou-se campeão francês em duas ocasiões (1996 e 1997) com o Peugeot 306 Maxi. A particularidade do Peugeot 306 Maxi era o facto de ser um Kit Car. E o que eram os Kit Car?
Os Kit Car foram carros de uma categoria secundária dos ralis que há 9 anos atrás chegaram a fazer sombra aos WRC. Começo por explicar, um pouco resumidamente, que os Kit Car eram carros de ralis que apenas dispunham de duas rodas motrizes, as dianteiras, tinham uma cilindrada máxima de 2 litros, não podiam ter turbocompressor e tinham de respeitar um peso mínimo de 960 quilos. Os motores podiam ser preparados sem limitações, bem como muitos dos outros componentes. Assim bastava às marcas ter um modelo de tracção dianteira com um motor de 2 litros do qual fabricassem 2500 unidades para que pudesse ser desenvolvido como Kit Car.
Temos que recuar até 1993 para encontrar a origem dos Kit Car. A responsabilidade foi da Renault, que descontente por não conseguir vencer nos campeonatos nacionais, nomeadamente o de França, resolveu pedir à FIA a criação de uma nova categoria nos ralis baseada nos modelos de grande série e que permitisse às marcas que não dispunham de modelos de tracção às quatro rodas motrizes, e sem os grandes custos envolvidos nos carros do Grupo A, competir com algumas hipóteses nos campeonatos nacionais. Obviamente o primeiro modelo de um Kit Car foi o da Renault, o Clio Maxi. No Rali de Monte Carlo de 1995 o francês Jean Ragnotti terminou no sétimo lugar com um Clio Maxi. Depois da Renault, outras marcas surgiram com os seus modelos Kit Car: Peugeot, Seat, Skoda, Ford, Volkswagen e Nissan. E assim nos anos seguintes os Kit Car passaram a participar nos ralis do campeonato mundial mas sem colocarem em dúvida o domínio dos carros do Grupo A. Posteriormente os Kit Car serviram de inspiração para a FIA criar os carros do WRC que substituíram os do Grupo A em 1997. E nesse mesmo ano os Kit Car causaram os primeiros sustos aos modelos WRC dominantes. Gilles Panizzi num Peugeot 306 Maxi chegou a liderar o Rali da Catalunha de 1997 à frente dos WRC. Acabou por ficar no 3º lugar mas ficava o aviso que estes pequenos carros podiam criar algumas dificuldades às marcas dominantes. No Rali da Córsega, Gilles Panizzi volta a surpreender e repete o terceiro lugar da Catalunha. Ora ficou provado que um carro mais leve (960 kg) apenas de tracção dianteira, de motor aspirado e com uma preparação livre podia fazer frente aos WRC (mais pesados 1230 kg, com motor turbo e de quatro rodas motrizes) nos ralis de asfalto. A concretização destes pressupostos estaria para vir nos anos seguintes, conforme vou explicar no próximo post.

28 maio 2008

Porsche 911 GT1 - A. McNish - L. Aiello - S. Ortelli (24 Horas de Le Mans de 1998)

Esta miniatura pertence à colecção 100 Anos de Desporto Automóvel.
Em 1998 a Porsche conquistou a sua última vitória nas 24 Horas de Le Mans. Mas a Porsche continua a ser a marca com o maior número de vitórias nesta mítica prova: 15 vitórias. Esse record foi estabelecido pelo Porsche 911 GT1, pilotado por Allan McNish, Laurent Aiello e Stéphane Ortelli.
O início dessa vitória começou em 1995, quando o McLaren-BMW venceu a edição desse de Le Mans. A Porsche começou então a preparar um modelo novo capaz de bater o McLaren, deixando de parte o 911 GT2.
O novo Porsche 911 GT1 esteve em preparação no Estoril em Março de 1996 e logo deu provas de que poderia rivalizar com o McLaren.
Em Junho de 1996 dois Porsche’s 911 GT1 participaram nas 24 Horas de Le Mans tendo terminado na segunda e terceiras posições, atrás do Porsche WSC vencedor. Ao longo do ano, o 911 GT1 provou ser o carro mais rápido do Campeonato BPR.
Com a alteração dos regulamentos, para 1997, que limitavam os motores turbo e proibiam a utilização do ABS, o Porsche 911 GT1 perdeu alguma competitividade e os seus resultados foram fracos (sem vitórias). Foram feitas algumas modificações no 911 GT1 para Le Mans mas não conseguiram evitar as desistências dos 911 GT1 que participaram.
Um ano depois, em 1998, depois de mais algumas alterações introduzidas no Porsche 911 GT1 (chassis em fibra de carbono), o sucesso foi alcançado nas 24 Horas de Le Mans. O Porsche 911 GT1 de McNish, Aiello e Ortelli aguentou o esforço exigido enquanto os seus adversários iam ficando pelo caminho e cortaram a linha da meta no primeiro lugar.
Assim aqui fica a representação em miniatura à escala 1:43 do vencedor das 24 Horas de Le Mans de 1998.


Allan McNish nasceu na Escócia a 29 de Dezembro de 1969. A sua carreira começou nos karts, passou pela Formula 3 (vice campeão em 1989) e Formula 3000. O objectivo era chegar à Formula 1 mas enquanto isso não acontecia participava nas provas de Grande Turismo (GT). Em 1997 participa pela primeira vez em Le Mans. No ano seguinte vence a mítica prova com Ortelli e Aiello. Em 1999 corre pela Toyota mas não termina em Le Mans. Em 2000 McNish volta a fazer equipa com Aiello e Ortelli em Le Mans e terminam na segunda posição com um Audi. Destes três pilotos, McNish foi o único que conseguiu chegar à Formula 1. Após alguns anos como piloto de testes da McLaren e da Benetton, o escocês finalmente conseguiu a sua estreia em 2002 com a Toyota. Apenas fez um ano Formula 1 e sem conseguir pontuar. McNish voltou a participar nas 24 Horas de Le Mans nos anos seguintes mas o melhor resultado foi o terceiro lugar conseguido nas edições de 2005 e 2006 com a Audi.

Laurent Aiello nasceu na França a 23 de Maio de 1969. Tal como McNish, começou nos karts, tendo evoluído depois para a Formula 3000. Aiello já participou em vários campeonatos de Turismo tendo conquistado vários títulos; conquistou os títulos em 1994 (França), 1997 (Alemanha), 1999 (BTCC) e em 2002 (DTM). Aiello participa pela primeira vez em Le Mans no ano de 1998 e a sua estreia é logo coroada com a vitória. Nos três anos seguintes corre pela Audi (4º em 1999, 2º em 2000 e 2º em 2001).
Stéphane Ortelli nasceu na França a 30 de Março de 1970. Para não variar, a sua carreira também iniciou nos karts e evoluiu para as fórmulas 3 e 3000. As provas de turismo também fazem parte do currículo de Ortelli. Em 1995 estreia-se nas 24 Horas de Le Mans com uma desitência (Porsche). Nos anos seguintes alterna classificações com desistências: 17º em 1996 (Porsche), desistência em 1997 (Porsche), vitória em 1998, desitência em 1999 (Audi), 2º em 2000 (Audi) e desitência em 2001 (Audi). Ortelli participou nas edições de 2002, 2005, 2006 e 2007 das 24 Horas de Le Mans mas nestes quatro anos o melhor resultado foi o quarto lugar conseguido em 2005 com a Audi.

26 maio 2008

Opel Calibra V6 - Volker Strycek (ITC 1996)


Esta miniatura é da marca Minichamps.
Continuando o tema dos carros de turismo do último post, hoje apresento a miniatura do Opel Calibra V6 que Volker Strycek utilizou no ITC (International Touring-Car Championship) de 1996. É de salientar que o campeão do ITC de 1996 (Manuel Reuter) guiava também um Opel Calibra V6 da equipa Joest Racing Opel Calibra. A miniatura está muito bem detalhada, aliás como se pode ver pelas fotografias.Foi em 1984 que teve início na Alemanha o DTM (Deutsche Tourenwagen Meisterchaft); sendo este campeonato disputado nas pistas germânicas. As equipas participantes eram privadas e o campeonato era regulamentado pelas regras do Grupo A da FIA. O piloto alemão Volker Strycek foi o primeiro campeão do DTM em 1984. Com o passar dos anos, os regulamentos do DTM foram sofrendo alterações que permitiam maiores modificações nos carros, aproveitando as tecnologias banidas da Formula 1. As marcas envolveram-se mais a sério criando as suas próprias equipas oficiais. O DTM cresceu e ganhou popularidade. Até que em 1993 os regulamentos do Grupo A foram mesmo abandonados e optou-se por um regulamento mais liberalizado. Em 1995, já com a aprovação da FIA, foram incluídas corridas disputadas fora da Alemanha, internacionalizando-se o DTM. Assim foi criado o ITC (International Touring-Car Championship) a par do DTM; neste ano ainda houve dois campeonatos: o DTM e o ITC. Como o DTM vinha obtendo grande popularidade a FIA acabou por ficar com o controlo do campeonato e em 1996 já só houve um campeonato, o ITC. Como é óbvio, a FIA estava de “olho” nos lucros que o DTM vinha gerando. Mas como em tudo, a ganância acabou por destruir o DTM. Os elevados custos gerados pela internacionalização, que obrigava a deslocações pelo mundo fora, pelo investimento no desenvolvimento em novas tecnologias, o aumento do custo dos bilhetes e dos direitos televisivos, e a desigual divisão das receitas (a FIA ficava com a maior fatia do “bolo” em detrimento das equipas) fez com que o DTM fechasse as “portas” no final de 1996. O DTM regressaria às pistas em 2000 com a designação de Deutsche Tourenwagen Masters, com regras diferentes e sem o estatuto de internacional. Fonte Wikipedia. Volker Strycek nasceu a 13 de Outubro de 1957 na Alemanha. A sua carreira desportiva está centrada nos turismos, nomeadamente no DTM. Julgo que o maior sucesso de Strycek foi sagrar-se campeão do DTM em 1984 pela BMW. Nunca mais conseguiu repetir a conquista desse título. A sua ligação à marca bávara manteve-se até 1988. A partir de 1989 passa a correr pela Opel. Nos anos de 1994 e 1995 não encontrei de registos de Strycek no DTM. Em 1996, ainda na Opel, participa em dois campeonatos: no German Supertouring Championship com um Vectra V6, e no FIA International Touring-Car Championship (ITC) com um Opel Calibra V6. Fonte Driver Database.

22 maio 2008

Ford Escort RS Cosworth - Claudia Hurtgen (DTT de 1994)

Esta miniatura é da marca Minichamps.
De cada vez que se fala no Ford Escort RS Cosworth quase que imediatamente se faz a associação deste carro aos ralis. Contudo este foi um carro que também correu nas pistas em alguns campeonatos europeus de turismo. É verdade que essa associação do Ford Escort RS Cosworth aos ralis vem das suas inúmeras vitórias nessas provas, que muito possivelmente foram em maior número do que as vitórias alcançadas em pista.
Como já devem ter desconfiado a miniatura que hoje apresento é o Ford Escort RS Cosworth em versão de pista, e que não difere muito da versão dos ralis. A particularidade deste Ford não é só pelo facto de ser uma versão de pista mas também pelo facto de ser pilotado por uma mulher, Claudia Hurtgen (alemã). Esta versão pertence à equipa Team Wolf Racing que participou no campeonato DTT (Deutsche Tourenwagen Trophae) de 1994. Os meus conhecimentos sobre este campeonato são praticamente nulos e a pesquisa efectuada não desfez algumas dúvidas, sendo que a principal dúvida é a seguinte: não sei se o DTT é uma categoria do DTM (Deutsche Tourenwagen Meisterchaft) ou um campeonato completamente diferente.
Sobre a Claudia Hurtgen foi possível, com a ajuda da Wikipédia, apurar que nasceu a 10 de Setembro de 1971 na Alemanha, onde é considerada uma das melhores pilotos femininas. A sua carreira iniciou nos karts tendo passado pela Formula 3. Em 1993 sofreu um acidente no Monaco (F3) que ditou o fim da sua carreira nos monolugares. Segundo a Wikipédia o seu regresso ao desporto automóvel aconteceu em 1995, tendo vencido o Campeonato de Turismo da Áustria. Ora aqui surge uma nova dúvida, como pode ser esta miniatura do DTT de 1994 utilizada pela Claudia Hurtgen se na Wikipédia diz que o seu regresso aconteceu em 1995?
Depois de 1995, a sua carreira continuou na American Le Mans Series, onde venceu algumas provas. Claudia Hurtgen também participou nas 24 Horas de Le Mans e de Daytona. Venceu o GP do Monaco Histórico em 2000. Em 2003 e 2004 sagrou-se campeã do DTC (Deutsche Tourenwagen Challenge). Em 2005 tornou-se na primeira mulher a vencer o Campeonato de Endurance VLN (Veranstaltergemeinschaft Langstreckenpokal Nürburgring)
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13 maio 2008

McLaren MP4-2B - Alain Prost (1985)


Esta miniatura é da marca Solido.
No post anterior apresentei uma das minhas duas últimas aquisições. Hoje falo sobre a outra: o McLaren MP4-2B de 1985, tal como a anterior, também do piloto francês Alain Prost. Estas duas miniaturas são as minhas primeiras da marca Solido e na verdade são bastante detalhadas e como uma qualidade acima da média.
Apesar de já ter na minha colecção um McLaren MP4-2B de 1985 (Niki Lauda) ainda faltava o McLaren campeão de Alain Prost. Fica assim justificada a compra.
Como tenho uma sequência dos carros da McLaren dessa época (1984/85/86 e 87) que já foram abordados aqui no Quatro Rodinhas, não vou repetir o que foi escrito sobre este modelo, como tal remeto os leitores para a consulta desses posts:
- McLaren MP4-2 de Niki Lauda (1984)
- McLaren MP4-2B de Niki Lauda (1985)
- McLaren MP4-2C de Alain Prost (1986)
- McLaren MP4-2C de Keke Rosberg (1986)
- McLaren MP4-3 de Alain Prost (1987)
Faz este ano 23 anos que Alain Prost se sagrou campeão pela primeira vez na Formula 1. Foi o primeiro piloto francês a consegui-lo. E actualmente ainda é o único piloto francês campeão da Formula 1. Alain Prost, piloto que tinha passado pelas categorias de formação de pilotos da Renault, atingia o objectivo que perseguia quase desde que tinha chegado à Formula 1 em 1980, ano em que se estreou com a McLaren. Nos três anos seguintes correu pela Renault e esteve sempre no lote dos candidatos ao título. Em 1983 perdeu o campeonato por um ponto e sai da Renault para regressar à McLaren. Em 1984 perde o título por meio ponto para o seu colega de equipa Niki Lauda. Finalmente em 1985 surge a consagração ao conquistar de forma inequívoca o seu primeiro título de campeão na Formula 1.
O campeonato de 1985 teve todos os ingredientes necessários e exigidos à maior categoria do desporto automóvel: foi competitivo, interessante de seguir prova a prova, diversificado porque foram oito os pilotos venceram GP’s, pilotos que se afirmaram (como Aytron Senna e Nigel Mansell), pilotos que acabaram as suas carreiras, equipas novas que entraram na Formula 1 e equipas que abandonaram a categoria. A Ferrari e Michele Alboreto foram os principais opositores à McLaren e a Prost. Alboreto manteve-se na luta pelo título até ao meio da época mas depois foi afectado por vários problemas mecânicos que lhe retiram quaisquer hipóteses de se manter na luta com o francês da McLaren. Por outro lado as performances da McLaren melhoraram bastante e Alain Prost acabou por se sagrar campeão no GP da Europa, a três provas do fim do campeonato. Mas nem assim o interesse esmoreceu. A prova disso foi o último GP disputado na Austrália, que foi pleno de emoção e interesse da primeira à última volta.
No final do campeonato de 1985 Alain Prost e a McLaren sagraram-se campeões; Niki Lauda acabou a carreira; a Renault deixou de ter equipa na Formula 1 e passou apenas a fornecer motores (Lotus e Ligier); a Alfa-Romeo também deixou a Formula 1, sem conseguir um único ponto e passou, tal como a Renault, a fornecedor de motores; Ayrton Senna confirmou todo o seu potencial de campeão; a Williams recuperou a forma de outros tempos, e perfilou-se como uma das principais forças do ano seguinte, ao vencer os três últimos GP’s de 1985; a Zakspeed, a Minardi e a Lola-Beatrice foram as equipas estreantes; e a Toleman foi adquirida pela Benetton. Foi à 23 anos…

Os pilotos do McLaren MP4/2B em 1985 foram: Niki Lauda, Alain Prost e Jonh Watson.
Vitórias: 6 (N. Lauda: 1; A. Prost: 5)
Pole-position: 2 (A. Prost: 2)
Melhor volta : 6 (N. Lauda: 1; A. Prost: 5)

07 maio 2008

McLaren M29 - Alain Prost (1980)


Esta miniatura é da marca Solido.
Em 1980 a McLaren atravessava já um longo período sem vitórias; a última vitória tinha acontecido em 1977, no GP do Japão com James Hunt ao volante de um McLaren M26. Os sucessores do M26 não foram bem sucedidos. As vitórias eram já uma coisa do passado e os pódios também escasseavam. O M28 substituiu o M26 em 1979 mas depressa se chegou à conclusão que também não seria ainda com este modelo que a McLaren voltaria à boa forma de anos anteriores. A confirmar isto está o facto de o M28 ter sido utilizado apenas em 9 GP’s na temporada de 1979 e de a estreia do M29 ainda ter acontecido nesse ano.
E é sobre o McLaren M29 que hoje vou escrever. A miniatura que apresento é o McLaren M29 de Alian Prost (1980). Esta foi a temporada de estreia do piloto francês.
O designer Gordon Coppuck foi o responsável pelo McLaren M29, aliás como vinha sendo desde 1973 (com o M23). Como disse anteriormente, o McLaren M29 estreou no ano de 1979, no GP da Grã-Bretanha. O resultado não foi mau, John Watson terminou num promissor quarto lugar. Contudo não conseguiu melhor nas restantes corridas.
A McLaren continuou a apostar no M29 para 1980, enquanto preparava o McLaren M30 que surgiu nos últimos 4 GP’s desse ano. Mas o M30 deve ter sido um mau carro porque apenas foi utilizado nessas 4 corridas de 1980. Em 1981 foi utilizada uma evolução do M29 enquanto não surgia o primeiro carro da McLaren Internacional (fusão da McLaren com o Marlboro Project Four de Ron Dennis). Em 1980 a McLaren substituiu o piloto francês Patrick Tambay pelo jovem promissor Alain Prost, que se estreava na Formula 1. Alain Prost e John Watson formaram a dupla de pilotos da McLaren para essa temporada. A estreia de Alain Prost na Formula 1 aconteceu no GP da Argentina de 1980 ao volante de M29 e logo com um sexto lugar. Prost pontuava na primeira vez que guiava na Formula 1. E repetiu a façanha na corrida seguinte, desta vez com um quinto lugar. O resto da temporada já não foi tão empolgante como o seu início mas mesmo assim ainda conseguiu mais dois sextos lugares (um deles com o M30). No final da temporada Prost deixa a McLaren e assina pela Renault. A McLaren termina o campeonato na 8ª posição com 11 pontos; Watson foi o 13º classificado (6 pontos) e Prost o 15º com 5 pontos. No entanto o futuro da McLaren ficou decidido no segundo semestre de 1980; muito resumidamente, o que aconteceu foi a fusão entre a McLaren (gerida por Teddy Meyer) e a Marlboro Project Four (de Ron Denis e John Barnard) para formar a McLaren Internacional. A recuperação da McLaren tinha iniciado…

Como já tinha abordado o campeonato de 1980 remeto os leitores para os dois posts que falam sobre esse tema:- Renault RE20 - René Arnoux (1980)
- Williams FW07B – Alan Jones (1980)

Os pilotos do McLaren M29 em 1980 foram: John Watson e Alain Prost.
Vitórias: 0
Pole-position: 0
Melhor volta : 0

03 maio 2008

Ford Escort WRC - C. Sainz - L. Moya (Rali da Acrópole de 1997)


Esta miniatura é da marca Vitesse.
O novo regulamento dos ralis que entrou em vigor em 1997 fez com que as marcas tivessem que adaptar os seus modelos às novas regras. Houve algumas marcas que optaram por fazer evoluir os seus anteriores modelos do Grupo A adaptados aos novos regulamentos, como foi o caso da Mitsubishi e em certa medida também da Ford. A Subaru construiu um novo modelo; a Toyota também preparava um novo modelo, o Corolla WRC, que apenas estrearia a meio da temporada. No caso da Ford, optou-se também por construir um novo modelo mas não era mais do que um Escort do Grupo A evoluído, assim nascia o Ford Escort WRC.
O modelo anterior da Ford, o Escort RS Cosworth, estava já numa fase em que o seu desenvolvimento tinha atingido o seu pico. Como tal os novos regulamentos vieram permitir à Ford resolver alguns dos problemas que o Escort RS Cosworth apresentava, nomeadamente no que tocava ao eixo traseiro e aos problemas de comportamento que daí vinham. Assim um novo eixo traseiro foi montado no Escort, de acordo com os novos regulamentos que permitiam tal alteração. O novo Ford Escort WRC, para além do novo eixo traseiro, recebeu um novo spoiler traseiro. Aliás era este spoiler traseiro que tornava mais fácil a distinção entre um Escort RS Cosworth e um Escort WRC. Para além destes dois aspectos o novo Escort era muito similar ao Escort de Grupo A.
Uma das grandes dificuldades que a Ford enfrentou nessa época, diga-se por culpa própria, foi a falta de tempo que teve para preparar o campeonato de 1997. Isto porque se tomou a decisão que todo o programa do WRC estaria entregue a Malcom Wilson mas esta decisão foi tomada apenas em Novembro de 1996. O que significou que Malcom Wilson tinha apenas dois meses para preparar a equipa para o primeiro rali da época seguinte, o Rali de Monte Carlo (disputado em Janeiro de 1997). Assim em apenas dois meses foi contratado o staff para uma equipa de ralis; preparou-se essa equipa; tratou-se de toda a logística necessária; e ainda foi necessário preparar e desenvolver o novo Escort WRC. No inicio do ano, Malcom Wilson tinha conseguido este “pequeno” milagre e tinha dois novos Escort’s WRC prontos para o Rali de Monte Carlo. (fonte:
http://www.rallye-info.com/carspecs.asp?car=168).
O piloto principal da Ford foi o espanhol Carlos Sainz; o alemão Armin Schwarz e o finlandês Juha Kankunnen participaram em algumas provas pela Ford. No final do campeonato, a Ford terminava em segundo lugar tendo vencido dois ralis por Sainz (terceiro lugar no campeonato).
A miniatura de hoje é alusiva ao Ford Escort WRC com o qual Carlos Sainz (espanhol) venceu o Rali da Acrópole de 1997.
Continuação do Campeonato do Mundo de Ralis de 1997
No Rali da Acrópole, a Ford mostrou que estava a subir de forma; Carlos Sainz (Ford) efectuou uma boa prova e obteve a vitória. Juha Kankunnen (Ford) confirmou a melhoria da Ford ao ficar na segunda posição. Com a vitória Sainz mantinha-se na luta pelo título, beneficiando da desistência de Colin McRae (Subaru) e do terceiro lugar de Tommi Makinen (Mitsubishi).
A Subaru venceu o rali seguinte, na Nova Zelândia. O piloto vitorioso foi o sueco Kenneth Eriksson. O espanhol da Ford atropelou uma ovelha e perdeu a liderança do rali tendo ficado em segundo lugar. Mas Sainz ganhou mais alguns pontos sobre os adversários mais directos visto que estes não terminaram. Kankkunen ficou em terceiro lugar.
No Rali dos Mil Lagos estreou o novo Toyota Corolla WRC com o piloto finlandês Marcus Gronholm, tendo mesmo liderado no início do rali antes de se atrasar com problemas no Corolla. Entretanto assistiu-se a um grande duelo entre Sainz, Makinen e Kankkunen. Sainz acabaria por abandonar deixando a decisão sobre a vitória para os dois finlandeses, Kankkunen e Makinen. O campeão do mundo, Makinen, acabou por levar a melhor sobre Kankkunen, que ficou a sete segundos da vitória.
No Rali da Indonésia Carlos Sainz, depois do abandono no rali anterior, volta a recuperar pontos a Colin e Makinen, que não terminam. Sainz vence o rali e Kankunen é segundo novamente e apenas a seis segundos do colega de equipa. A Ford vence pela segunda vez nesse ano.
O Rali de San Remo foi dominado pelos pilotos da Subaru; McRae e Liatti lutaram entre si pela vitória. No final Liatti teve que ceder a vitória ao colega de equipa, McRae, para que este ainda tivesse hipóteses de lutar pelo título. Makinen ficou em terceiro lugar e Sainz foi o quarto.
No Rali da Austrália Carlos Sainz abandonou e deixou de ter hipóteses de lutar pelo título. Colin McRae voltou a vencer mas Tommi Makkinen desta vez ficou em segundo lugar. Desde modo, à partida para o último rali do ano, apenas McRae e Makinen lutavam pelo título. O finlandês da Mitsubishi estava em vantagem porque lhe bastava um ponto para se sagrar campeão.
Colin McRae dominou o RAC e levou o seu Subaru à vitória, foi a sua terceira vitória consecutiva e a quinta nesse ano. Tommi Makinen, que corria com febre, teve alguma dificuldade mas acabou por conseguiu terminar na sexta posição e conseguir o ponto necessário para renovar o título.
Makinen sagrou-se campeão pela segunda vez consecutiva, com 63 pontos (4 vitórias), mais um que McRae, que venceu 5 ralis. A Subaru venceu o campeonato de marcas com 114 pontos (8 vitórias). A Ford ficou em segundo lugar com 91 pontos (2 vitórias).