Mostrar mensagens com a etiqueta Timo Salonen. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Timo Salonen. Mostrar todas as mensagens

16 outubro 2010

Nissan 240 RS - T. Salonen - S. Harjanne (Rali de Monte Carlo de 1984)



Esta miniatura pertence à colecção Rallye Monte-Carlo - Os Carros Míticos – Fasc. nº 45.
O finlandês Timo Salonen foi um dos pilotos oficiais da equipa Nissan que disputou o Rali de Monte Carlo nas edições de 1983 e 1984. Julgo que nesse ano de 1984 Timo Salonen não sonharia que um ano depois iria estar com o título de campeão nas suas mãos…
O Nissan 240 RS fez a sua estreia em competição no Monte Carlo de 1983 e desde o início se tornou claro que nada poderia fazer frente a adversários muito melhor preparados e evoluídos tecnicamente. O Nissan 240 RS utilizava um motor de 4 cilindros em linha de 16 válvulas, disposto na dianteira longitudinalmente, que debitava 265 cv às 8000 rpm. A transmissão era traseira com uma caixa de 5 velocidades. A sua grande qualidade era a robustez; qualidade essa que apenas se tornava vantajosa no Safari com as suas longas e difíceis especiais. De resto, o 240 RS estava em desvantagem: não dispunha de tracção integral e não tinha um motor com turbo. E foi com este carro, com estas características que Timo Salonen andou no Campeonato do Mundo de Ralis em 1983 e 1983, diga-se sem grandes resultados, antes de ingressar na Peugeot para se tornar campeão em 1985, mas isso é outra “estória”.
A miniatura que hoje vos apresento é o Nissan 240 RS de Timo Salonen no Rali de Monte Carlo. Nesse ano o rali monegasco disputou-se com muita neve, o que desde logo complicou a vida, já de si muito difícil, de Timo Salonen e do Nissan 240 RS. Com poucas possibilidades de lutar pelos primeiros lugares e com problema nos pneus Dunlop, que se revelavam pouco eficazes na neve, Timo Salonen apenas conseguiu o décimo lugar. A Audi impôs a sua lei e colocou três Audi Quattro nos três primeiros lugares: o alemão Walter Röhrl venceu, seguido dos seus colegas de equipa, Stig Blomqvist (sueco) e Hannu Mikkola (finlandês). Apesar de derrotado pelo seu colega de equipa em Monte Carlo, Stig Blomqvist viria a sagra-se Campeão do Mundo nesse ano. Timo Salonen terminou o campeonato na 10ª posição com 27 pontos.
Timo Salonen nasceu na Finlândia a 8 de Outubro de 1951. A sua estreia nos ralis aconteceu em 1970. Segundo o site www.rallybase.nl
, Timo Salonen participou no Campeonato do Mundo de Ralis em 1974, 1975 e 1976 apenas no Rali da Finlândia: em 1974 com um Mazda 1300 tendo terminado a prova na 22ª posição; nas edições de 1975 e 1976 obteve, com o Datsun 160J, a 6ª posição final. Nos dois anos seguintes, 1977 e 1978, Salonen entra para a equipa Fiat onde faz apenas 3 ralis do mundial em cada ano; e é com o Fiat 131 Abarth que consegue a sua primeira vitória no Rali do Canadá de 1977, anteriormente já tinha alcançado o segundo lugar no Rali da Finlandia; em 1978 apenas consegue um 2º lugar novamente no Rali da Finlandia e desiste nas outras duas provas. Convém não esquecer que nestes anos apenas existia o Campeonato para as marcas e assim é compreensível que Salonen apenas seja utilizado consoante a conveniência da Fiat, uma vez que esta utilizava os pilotos que melhor se adaptavam às características de cada rali. Após o ano de 1978, Timo Salonen assina pela Datsun/Nissan e é com a equipa nipónica que vai passar os 6 anos seguintes. Durante esse tempo que esteve na Datsun/Nissan Timo Salonen conseguiu, principalmente nos primeiros anos, alguns excelentes resultados: 2 vitórias (no Rali da Nova Zelândia de 1980 com o Datsun 160J e no Rali da Costa do Marfim de 1981 com o Datsun Violet GT), 4 segundos lugares (um desses com o Nissan 240 RS no Rali da Nova Zelândia de 1983) e 1 terceiro lugar. Em 1979 termina o campeonato em 4º lugar com 50 pontos. É a sua melhor classificação nesses 6 anos com a Datsun/Nissan. Em 1980 é 7º (45 pontos); em 1981 é 6º (40 pontos); em 1982 é 11º 20 pontos), em 1983 é 13º (18 pontos) e em 1984 é 10º (27 pontos). Tudo parecia encaminhado para que Timo Salonen não fizesse nada de mais relevante na sua carreira até que a Peugeot lhe propôs um contrato que lhe colocava nas suas mãos “apenas” o melhor carro de ralis que aparecia em cena na época: o Peugeot 205 Turbo 16. E foi assim que Timo Salonen, aliado ao azar de Ari Vatanen, seu colega na Peugeot que seria o principal candidato ao título de 1985, não fosse o grave acidente que sofreu e o afastou dos ralis durante largo tempo, venceu o título de Campeão do Mundo de Ralis de 1985 com 5 vitórias, numa temporada dominada pelos Peugeot 205 Turbo 16. Em 1986 ainda venceu mais 2 ralis mas já não conseguiu revalidar o título, terminado a temporada em 3º lugar. Com o fim dos carros do Grupo B, Timo Salonen voltou novamente para uma equipa nipónica, a Mazda. Durante 4 anos (de 1987 a 1990) guiou o Mazda 323 4WD e o Mazda 323 GTX tendo conseguido vencer um rali (Suécia em 1987) e coleccionou mais dois segundos lugares. Em 1988 ainda conseguiu ficar em 5º lugar no campeonato mas nos outros anos quedou-se por lugares sempre acima da décima posição. Para finalizar a sua carreira, Timo Salonen ainda guiou para a Mitsubishi em 1991 e 1992. Nesses anos o melhor que conseguiu, em 8 ralis, foi um quarto lugar. Julgo que para comemorar o seu título pela Peugeot, Timo Salonen regista uma participação no Rali da Finlândia de 2002 (14º classificado) com o Peugeot 206 WRC. Timo Salonen regista assim no seu currículo 11 vitórias e um título de Campeão do Mundo em 1985.

11 junho 2007

Peugeot 205 Turbo 16 E2 - T. Salonen - S. Harjanne (Rali dos 1000 Lagos de 1986)

Esta miniatura pertence à colecção RallyCar Collection.
Hoje apresento a miniatura do Peugeot 205 Turbo 16 E2, a evolução do Peugeot 205 Turbo 16 de 1984. Esta miniatura tem um erro, o nome do piloto que vem na miniatura é o Ari Vantanen quando devia ser Timo Salonen. Esta miniatura representa o Peugeot 205 Turbo 16 E2 com o qual Timo Salonen venceu o Rali dos 1000 Lagos em 1986.
O Peugeot 205 Turbo 16 revolucionou os ralis e “roubou” o lugar de destaque da Audi durante os últimos 3 anos do Grupo B. Foi um carro que desde a sua estreia, na Volta à Córsega de 1984, até ao fim do campeonato de 1986 se manteve bastante competitivo. Ao longo da sua carreira desportiva (3 anos) ganhou 16 ralis (e não 13 como referi no post sobre o Peugeot 205 Turbo 16 de 1984), dois títulos de marcas e dois títulos de pilotos.
Nota-se que as diferenças mais visíveis entre esta evolução e o anterior Peugeot 205 Turbo 16 eram a nível aerodinâmico. O Peugeot 205 Turbo 16 E2 vinha equipado com um grande aileron traseiro e na frente tinha duas “alhetas” colocadas no pára-choques dianteiro. Para mais detalhes aconselho a leitura do post sobre o Peugeot 205 Turbo 16.
(continuação)
No Rali da Costa do Marfim, onde as equipas principais estiveram ausentes, a Toyota dominou à vontade e ficou com os quatro primeiros lugares. Bjorn Waldegaard (sueco) foi o primeiro, Lars Erik Thorp (sueco) o segundo, Erwin Webber o terceiro e Robin Ulyate (queniano) o quarto.
À partida para o Rali dos 1000 Lagos a Peugeot estava a um passo de renovar o título de campeã mundial de marcas. Stig Blomqvist (sueco) voltou a guiar para a Peugeot e juntou-se a Juha Kankkunen e Timo Salonen, os dois finlandeses da equipa francesa. O rali começou e desde o seu início travou-se uma luta intensa entre Salonen (Peugeot) e Markku Alén (finlandês). Alén e o Lancia Delta S4 dominaram o rali, embora sem que a distancia para os dois finlandeses da Peugeot fosse a suficiente para deixar Alén numa posição confortável. Alén, pressionado pelos pilotos da Peugeot, teve que andar sempre nos limites. Na última etapa cometeu um erro e capotou perdendo muito tempo. Salonen aproveitou para voltar a vencer e a Peugeot renovou o título de campeã de marcas. Kankkunen com o segundo lugar ficou muito perto do título. Alén terminou na terceira posição.
No Rali de San Remo a luta pelo título de pilotos era entre Kankkunen (Peugeot) e Alén (Lancia) que tinha uma desvantagem de 22 pontos em relação ao primeiro. Os pilotos da Peugeot dominaram na primeira e segunda etapa. Alén ainda recuperou o atraso na segunda etapa e aproximou-se de Kankkunen que era o líder. Na terceira etapa, os comissários técnicos desclassificaram os Peugeot devido a umas longrinas que os carros tinham na parte inferior do chassis e que tinham servido para suportar um dispositivo de efeito solo. Esse dispositivo que tinha sido utilizado nas primeiras provas do campeonato foi proibido pela FIA. A Peugeot retirou o dispositivo mas não os seus suportes. Os Peugeot que correram e venceram os três ralis antes de San Remo tinham esses suportes e os comissários não os consideram ilegais. A polémica foi grande. A Peugeot apelou contra esta decisão e acusou de se estar a favorecer a Lancia. A FIA só depois de terminado o campeonato é que iria emitir uma decisão sobre o apelo da Peugeot.
A vitória no San Remo foi para Alén. Massimo Biasion (italiano), que ficou em terceiro, deixou os dois colegas de equipa, Alén vencer para ainda ter hipóteses de vencer o campeonato de pilotos e Dário Cerrato (italiano), que foi o segundo, para tentar vencer o campeonato italiano. E assim Alén reduziu para 2 pontos a diferença que tinha para Kankkunen.
(continua)