Esta miniatura é da marca Quartzo. Um leitor do blog, que eu agradeço, alertou-me para um pormenor da miniatura que poderá não estar correcto com a realidade: os escapes do lado esquerdo da miniatura. Em 1952 o Ferrari 500 não terá utilizado estes escapes, que só foram utilizados no Ferrari 500 mas do ano de 1953. Assim deduzo que poderá haver um erro na concepção da minitura ao nível dos escapes e que o modelo apresentado é realmente de Rudi Fischer no GP da Suíça de 1952 ou então o carro não é de R. Fisher e sim de Jacques Swaters no GP da Bélgica em 1953, que também tinha o número 43, embora não tenha participado na corrida.
Apesar do modelo aqui apresentado não pertencer a nenhum dos grandes pilotos da época, este Ferrari 500 F2 foi dominante nos campeonatos de 1952 e 1953. O Ferrari 500 F2 ganhou todos os grandes prémios com excepção do GP de Itália de 1953 (e as duas edições das 500 milhas de Indianápolis) permitindo a Ascari estabelecer o record, ainda vigente, de 9 vitórias consecutivas. Essa foi a única prova que Juan Manuel Fangio vence, em Maserati, nesses dois anos. Em 1952 não participa em nenhum grande prémio devido a um grave acidente sofrido em Monza. Foi também em 1952 que se tornou obrigatório o uso do capacete na Formula 1.
Esses dois campeonatos foram bastante monótonos por várias razões. Entre essas razões estão: o abandono da Alfa Romeo (final de 1951), o adiamento do regresso da Mercedes para 1954 e a fraca competitividade das outras marcas em face da bem preparada Ferrari. A organização antes de o início do campeonato decidiu que seria a F2 a ocupar o lugar da F1 durante os anos de 1952 e 1953 até começar a nova Formula 1 de dois litros e meio prevista para 1954 (o que levou o adiamento da entrada da Mercedes para o ano de 1954, assim como motivou o abandono da Alfa Romeo). A principal alteração era ao nível dos motores: 2.000cc (atmosféricos) e 500cc (sobrealimentados) para os anos de 1952 e 1953 em vez dos 4.500cc (atmosféricos) e 1.500cc (sobrealimentados).
Estas alterações nos regulamentos fizeram com que mais garagistas aparecessem no campeonato porque os carros eram mais acessíveis.
Nesse ano de 1952 os pilotos do Ferrari 500 F2 foram: Alberto Ascari, Piero Taruffi, Giuseppe Farina, Luigi Villoresi, André Simon (apenas 1 prova), Luís Rosier, Charles de Tornaco, Roy Salvatori e Rudi Fischer (cliente da Ferrari).
Rudi Fischer, suíço, na sua carreira participou apenas em 7 grandes prémios, 5 dos quais em 1952 com o Ferrari 500 F2, comprado à Ferrari. A melhor classificação que conseguiu foi um 2º lugar no GP da Suíça de 1952 (versão da miniatura que é apresentada??), terminando em 4º lugar no campeonato. O campeão desse ano foi Alberto Ascari com o Ferrari 500 F2. De salientar que a Ferrari nesse ano consegue colocar quatro pilotos nos primeiros quatro lugares do campeonato.
Vitórias: 7 (A. Ascari: 6; G. Farina:1)
Pole-position: 7 (A. Ascari: 5; G. Farina:2)
Melhor volta : 7 (A. Ascari: 5; G. Farina:1; P. Taruffi: 1)
4 comentários:
CARO J. ANTÔNIO
PARABÉNS PELA PÁGINA. POUCOS SE INTERESSAM PELOS PRIMÓRDIOS DA F1.
CORRIJA AÍ, POR FAVOR.
ESSE FERRARI 500 JAMAIS COMPETIU EM 52. É UM TIPO QUE COMPETIU APENAS EM 53. O MODELO 52 9MUITO RARO NO COLECIONISMO) NÃO TINHA CANOS DE ESCAPE. O N.o 42 QUE AÍ ESTÁ FOI DE JACK SWATERS E NÃO SE CLASSIFICOU PARA NENHUMA PROVA DE 53. COMO O MODELO QUE VC APRESENTA REALMENTE É UM 1953, JAMAIS PODERIA SER DE RUDY FISCHER, QUE ABANDONOU A CARREIRA EM 52. DOIS ERROS PORTANTO.
ABRAÇOS
CARLOS DeSILVA - SÃO PAULO - BRASIL
Bom Dia.
Muito obrigado pela sua visita e pelo elogio.
As suas questões levaram-me a novamente a pesquisar sobre este modelo. Realmente tenho um erro no meu texto que é o seguinte: quando digo "...apenas em 7 grandes prémios, 5 dos quais em 1953 com o Ferrari 500 F2" queria dizer "5 dos quais em 1952 com o Ferrari 500 F2", o erro estava no ano (corrijo agora o meu texto).
Em relação aos outros erros que refere, pesquisando várias fontes sobre esta época, compreendo o que diz em relação aos tubos de escape do Ferrari 500, realmente a única diferença que encontro no Ferrari 500 de 1952 para o 500 de 53 são os tubos de escape que são colocados apenas no lado esquerdo do carro. As poucas fotos de 1952 que encontrei que mostram o lado esquerdo do carro não têm estes escapes (embora nessa época de prova para prova pudesse haver algumas alterações nos carros, mas como tenho outra miniatura da Quartzo – que falarei mais à frente – que também tem um erro em relação à realidade, pode ser que este modelo também tenha este erro).
É verdade que Jacques Swaters utiliza este modelo da Ferrari e com o número 42 no GP da Bélgica mas no ano de 1953. Esta miniatura refere-se ao GP da Suíça de 1952, que poderá então ter um erro de concepção, e que foi realmente utilizado por Rudi Fischer com o número 42.
Obrigado pela sua visita e pelo seu contributo. Espero que volte.
Abraço
José António
Caro J. Antônio
Agradeço sua gentil e elucidativa resposta! Na verdade fui até um tanto grosseiro em dizer que errou. Foi apenas um leve equívoco, e induzido pelo fabricante. Seu texto histórico está perfeito. A Brumm vive cometendo gafes homéricas. Tanto que, apesar de ter o único modelo de uma Ferrari 52 disponível no mercado (#044), o produziu com 3 crassas imperfeições: o n.o é 15 (e não 5), o ano é 52 (e não 53 !!) e as rodas são de Alfa Romeo...
Ao bem da verdade, o bendito modelo é seguramente o '53 do Jacques Swaters, que apenas participou dos treinos do GP belga. O longo escape foi introduzido pela Ferrari tão-somente em 53, pois o curto de 52 atirava monóxido oleoso ao rosto dos guapos pilotos pelos quatro coletores de saída.
Espero que continue sua bela obra, e que concentre seus futuros estudos (como eu) para a época pré-50, pois aí reside a mágica corajosa da F1 e há bem menos literatura a respeito.
Fique de olho nos mods. Brummm, pois induzem a erros, OK?
Grande abraço,
Charles DeSilva - São Paulo
Mais uma vez agradeço o seu contributo, com ele posso estar mais correcto e completar mais a informação. Não precisa de pedir desculpa. Apesar de só ter corrigido o meu erro (1953 em vez de 1952) vou incluir também no texto uma chamada de atenção sobre o facto de existir um erro na miniatura: ou o carro é de Rudi Fisher (Suíça 1952) e tem um erro a nível dos escapes ou o modelo é mesmo de Jacques Swaters (Bélgica 1953 e não de R. Fisher como é apresentado pela Quartzo.
Tenho alguns modelos da Brumm e não tenho estado com muita atenção sobre possíveis erros. Já vi que você é um estudioso e tem atenção aos pormenores. Agora também vou prestar mais atenção aos pormenores das miniaturas.
Em relação às épocas da Formula 1, confesso que as minhas preferidas são as duas decadas: 70 e 80. No geral é o meu desporto de eleição. No que diz respeito à época pré-anos 50, tenho algumas (poucas) miniaturas (que futuramente colocarei também no blog).
Abraço e apareça sempre
José Ferreira
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