Neste post vou apresentar duas miniaturas, dois Lotus 72C de 1970. O Lotus 72C número 6 (Team Lotus) pertence a Jochen Rindt; esta miniatura faz parte da colecção Grand Prix Mitos da Formula 1. O outro Lotus 72C (número 9) pertence à equipa de Rob Walker guiado por Graham Hill no GP do Canadá em 1970; esta miniatura é da marca Quartzo.
O Lotus 72 representava a forma em cunha já desenvolvida nos anteriores monolugares de Colin Chapman. O Lotus 72 era um carro simples, ligeiro e ao mesmo tempo revolucionário para o seu tempo. A prova disso foi o facto de se ter mantido em competição até 1975. O Lotus 72 foi sofrendo várias alterações quer ao nível das suspensões quer ao nível aerodinâmico dando origem a várias designações ao longo de 1970: 72A, 72B e 72C. Nos anos seguintes ainda existiram mais duas designações: 72D e 72E. O aileron triplano traseiro garantia o apoio máximo sem oferecer uma grande resistência ao ar; a forma em cunha do Lotus 72C garantia-lhe também a menor resistência aerodinâmica e melhor apoio para estabilizar o monolugar. O futuro deste Lotus 72 seria glorioso...
No campeonato de 1970 a equipa Lotus ainda utiliza o “velho” 49B (1969) no primeiro GP do ano na Africa do Sul. O vencedor foi o australiano Jack Brabham (Brabham), foi a sua última vitória na Formula 1 com 43 anos. O Lotus 72A estreia-se no GP da Espanha guiado por Jochen Rindt (austríaco) mas desiste. Nos treinos tinha tido outro acidente que aumentou a sua desconfiança e gerou alguma fricção com C. Chapman. Jackie Stewart (escocês) vence a prova em Espanha com um March 701. J. Stewart tinha abandonado a Matra (com a qual se tinha sagrado campeão em 1969) e corria agora pela equipa Tyrrell (Ken Tyrrell tinha criado a sua própria equipa de Formula 1 e utilizava os March 701 enquanto não tinha pronto o seu monolugar). No GP do Mónaco, J. Rindt agastado com a falta de fiabilidade do 72, corre com o Lotus 49C e vence, na última curva. J. Brabham era o primeiro classificado mas devido à pressão exercida por J. Rindt, comete um erro na última curva que este aproveita para o ultrapassar. A McLaren não participa na prova porque Bruce McLaren (neozelandês) faleceu quando testava para o CanAm. No GP da Bélgica vence o mexicano Pedro Rodriguez (BRM). J. Rindt volta a utilizar o Lotus 49C mas desiste. Jochen Rindt vence os quatro GP seguintes (Holanda, França, Grã-Bretanha e Alemanha) com o Lotus 72C, conseguindo ainda as pole-position na Holanda e na Grã-Bretanha. Na Holanda, J. Rindt não festeja a vitória devido à morte do seu amigo Piers Courage (inglês) num acidente com um carro da equipa de Frank Williams (inglês). Em Brands Hatch, Grã-Bretanha, deu-se a estreia do brasileiro Emerson Fittipaldi. O final da corrida foi a repetição do final do Mónaco, J. Brabham seguia na frente na última volta mas voltou a perder a corrida para J. Rindt, não por um erro seu mas porque faltou a gasolina devido a um erro do seu chefe dos mecânicos... Ron Dennis. A primeira vitória da Ferrari na época acontece no GP da Áustria pela mão de Jacky Ickx (belga), enquanto que J. Rindt abandona. Mesmo assim a sua vantagem pontual era bastante confortável e o título estava próximo. No GP da Itália dá-se nova tragédia na Formula 1. Nos treinos de sábado, antes da prova, a Lotus decidiu retirar os aerofólios dianteiros e traseiros do Lotus 72C numa tentativa de atingir velocidades máximas nas rectas de Monza. O segundo piloto da Lotus, John Miles (inglês), recusa ir para pista consciente do perigo dessa configuração do carro. Na entrada da Parabólica, J. Rindt trava, o Lotus 72C guina e descontrola-se, indo chocar de frente contra os rails. J. Rindt sofreu múltiplos ferimentos. A operação de resgate foi desastrosa: não havia helicóptero para o transportar para o hospital, foi levado para o hospital de Milão em vez do hospital de Monza que era mais perto. Jochen Rindt faleceu na ambulância, embora oficialmente seja mencionado que faleceu na mesa de observações do hospital. J. Rindt sofreu ruptura da traqueia, perfuração do tórax, pernas e braços partidos. A investigação durou sete anos, chegando à conclusão que a quebra do veio do travão foi a causa do acidente. A Lotus retirou de imediato os seus carros assim como a equipa de Rob Walker que também utilizava os Lotus. A equipa Lotus não participou no GP do Canadá. Rob Walker viria a recordar na sua biografia que tinha mandado testar os veios do travão e o relatória revelava “os veios de travão poderiam quebrar a qualquer momento na meia dúzia de voltas seguinte... Antes do GP do Canadá, montamos veios mais fortes no nosso carro... e resolvemos o problema.”
O inglês, Graham Hill, que pilotava para a equipa de Rob Walker, utiliza pela primeira vez nesse ano o Lotus 72C nos três últimos GP: Canadá, EUA e México. Os resultados não são positivos, 1 não classificação e 2 desistências. A carreira de Graham Hill, duas vezes campeão do mundo (1962 e 1968) estava já em declínio. Graham Hill ainda se manteve na Formula 1 até 1975, ano em que morre num acidente de aviação.
O GP de Itália foi vencido pelo suíço Clay Regazzoni (Ferrari). Após a morte de J. Rindt e do GP de Itália, Jack Brabham ainda era o segundo mas tinha agora a companhia de Jackie Stewart, ambos com 25 pontos (menos 20 que Rindt).
Jacky Ickx, em Ferrari, venceu o GP do Canadá, aonde a Lotus não participou ainda devido ao acidente fatal de Jochen Rindt. O belga chegava à segunda posição no campeonato mas ainda a 17 pontos do malogrado piloto austríaco. Teria de vencer os dois restantes GP’s para se sagrar campeão.
Jacky Ickx, em Ferrari, venceu o GP do Canadá, aonde a Lotus não participou ainda devido ao acidente fatal de Jochen Rindt. O belga chegava à segunda posição no campeonato mas ainda a 17 pontos do malogrado piloto austríaco. Teria de vencer os dois restantes GP’s para se sagrar campeão.
No GP dos EUA houve dois vencedores: Emerson Fittipaldi no Lotus 72C na prova e Jochen Rindt, que sagrava campeão mundial a título póstumo. No final do Campeonato, Rindt foi o primeiro com 45 pontos contra os 40 pontos do segundo classificado, Jackie Ickx, que tinha vencido o útlimo GP do ano no México. A Lotus vence o campeonato de construtores com 59 pontos (6 vitórias) e a Ferrari é segunda classificada com 52 pontos (4 vitórias).
Os pilotos do Lotus 72C em 1970 foram: Jochen Rindt, John Miles, Emerson Fittipaldi, Reine Wisell e Graham Hill.
Vitórias: 5 (J. Rindt: 4; E. Fittipali: 1)
Pole-position: 3 (J. Rindt: 3)
Melhor volta : 0
Os pilotos do Lotus 72C em 1970 foram: Jochen Rindt, John Miles, Emerson Fittipaldi, Reine Wisell e Graham Hill.
Vitórias: 5 (J. Rindt: 4; E. Fittipali: 1)
Pole-position: 3 (J. Rindt: 3)
Melhor volta : 0
Editado a 19 de Setembro de 2009
A pedido de um leitor (igoraf), aqui fica a fotografia lateral do Lotus de Graham Hill. Por favor diga-me se está satisfatória.
1 comentário:
Prezado José António,
Sou papel modelista e fiquei surpreso com a "versão azul" da Lotus 72C, pilotada por Graham Hill. Gostaria de redesenhar essa Lotus com base no modelo de Spinler/Revista ABC (ver o modelo em http://www.papirove-modely.cz/galerie/index.php?showimage=27782). No entanto, não encontro fotos nítidas da lateral desse carro, para poder desenhar os logos dos patrocinadores, principalmente o Autolite e o que está abaixo da inscrição "BROOKE BOND... ROB WALKER". Assim, pergunto-lhe se seria possível publicar uma foto da lateral do carro, ou mesmo indicar onde conseguir uma. Agradeço pela atenção.
Enviar um comentário