29 março 2011

À conversa com Fleetmaster

Dando sequência ao tema das conversas com outros coleccionadores de miniaturas, hoje publico a conversa com o Fleetmaster, coleccionador brasileiro que também conheci nestas andaças das miniaturas. O Fleetmaster é de Campinas (São Paulo, Brasil), fanático por Formula 1 e expõe a sua bela colecção no blog Garagem dos Carrinhos. Como sempre, vale a pena visitar o seu blog e explorar a sua coleccção de miniaturas. Finalizando, aqui fica a nossa pequena conversa e a sua opinião sobre o nosso hobbie. Espero que gostem e até à próxima.

4Rodinhas - Olá, Fleetmaster. Quero agradecer desde já a tua disponibilidade para esta pequena conversa. Podes dizer-me há quanto tempo coleccionas miniaturas automóveis? Fleetmaster - Desde 1997. Achei que irei colecionar apenas uma coleção de miniaturas da Ferrari oferecida por um posto de gasolina. Puro engano. Não parei mais!

4Rodinhas - Parto do princípio que todos nós, coleccionadores de miniaturas, gostamos de automóveis mas para além disso houve alguma razão em especial que te levou a coleccionar miniaturas?
Fleetmaster - O gosto por automóveis e principalmente pela F1 contribuiram para a escolha do Hobby.

4Rodinhas - Após este tempo passado desde que iniciaste a tua colecção será que ainda te lembras da tua primeira miniatura? Qual? Envia foto.
Fleetmaster - Foi uma Ferrari F-50 na escala 1:18.

4Rodinhas - A tua colecção é orientada por algum tema em específico? Porquê esse tema? Fleetmaster - Atualmente só procuro por miniaturas da Ferrari ou de F1. Já houve épocas em que colecionei de tudo. Mas percebi que deveria ter dado um foco na coleção desde o início.

4Rodinhas - Como sabes existem várias escalas para as miniaturas, qual a tua escala preferida? E porquê essa escala?
Fleetmaster - Gosto muito dos carros na escala 1:43. A maioria dos meus modelos estão nesta escala. Não existe uma razão clara.

4Rodinhas - Neste momento a tua colecção já terá uma quantidade significativa de miniaturas, sabes dizer quantas são (aproximadamente)? E tens algum método para as classificar?
Fleetmaster - Tenho vários modelos de diversas escalas. Desisti de tentar classificar os modelos 1:64. Mantenho um controle apenas das miniaturas 1:43. Procuro separar por tipos: carros de F1, carros de Rallye, turismo , etc...

4Rodinhas - A partir de uma determinada altura eu comecei a ter alguma dificuldade em guardar as miniaturas, não sei se contigo se passou o mesmo, mas o que gostaria de saber era como guardas a tua colecção?
Fleetmaster - O local para guardar a coleção é sempre algo que gera dificuldades para continuar com a coleção. Procuro guardar a minha coleção nas caixas originais.

4Rodinhas - Julgo que nós, coleccionadores de miniaturas, temos um “inimigo” em comum: o pó, assim e não só neste aspecto, pretendia saber se tens mais algum cuidado especial com a tua colecção?
Fleetmaster - Guardo as miniaturas dentro das suas caixas originais. Porém é uma briga meio injusta. Procuro mantê-las limpas, denro do possível. Não utilizo nenhum produto especial para não estragar a pintura. Somente pano seco.

4Rodinhas - Quando pretendes adquirir uma nova miniatura segues algum critério específico (qualidade, fabricante, preço, etc)?
Fleetmaster - Principalmente marca e/o modelo do carro ou o piloto. Carros usados por Niki Lauda, Ayrton Senna e Fangio, certamente tem espaço na minha coleção.

4Rodinhas - E já agora na sequência da pergunta anterior, aonde adquires as miniaturas para a tua colecção?
Fleetmaster - Lojas, sites especializados ou de outros colecionadores.

4Rodinhas - No Brasil têm alguma dificuldade em encontrar miniaturas? Também existem as colecções por fascículos?
Fleetmaster - Existem coleções deste tipo sim, mas muitas fazem as editoras que fazem este tipo de lançamento não são fiéis ao cronograma. Existe uma certa dificuldade sim, principalmente para importar modelos que não são lançados aqui.

4Rodinhas - Para terminar, existe alguma miniatura na tua colecção que seja especial para ti? Qual e porquê? Envia a foto.
Fleetmaster - Sempre que uma miniatura chega através de uma pessoa especial especial, ela passa a ser especial para a coleção. Nas fotos, seguem dois exemplos:

22 março 2011

Skoda Fabia WRC - J. Kopecký - F. Schovánek (Rali de Monte Carlo de 2007)



Esta miniatura pertence à colecção Rallye Monte-Carlo – Os Carros Míticos (fasc. Nº 53).
O piloto checo Jan Kopecký participou no Rali de Monte Carlo de 2007 com um Skoda Fabia WRC, carro que desde 2005 poucas evoluções sofrera porque a equipa Skoda tinha decidido abandonar oficialmente os ralis no final de 2005. O Skoda Fabia WRC surgiu no mundial de ralis em 2003 e em 2005 houve uma segunda versão, como os resultados foram fracos a marca decidiu-se pelo abandono da competição.
Jan Kopecký que já em 2003 tinha guiado um Skoda Octavia WRC, passando posteriormente para o Fabia WRC que usou nos três anos seguintes (2004 a 2006), criou a sua própria equipa (Czech Rally Team Kopecký) para o ano de 2007 e manteve a sua ligação ao Skoda Fabia WRC.
O Skoda Fabia WRC ‘05 utilizava um motor de 4 cilindros em linha, de 1997 cc, cuja potência atingia os 300 cv às 5500 rpm. Houve algumas alterações mecânicas em relação à versão de 2003, sendo a mais significativa a “deslocação do escape da esquerda para a direita do carro a fim de evitar que se cruzasse com o veio de transmissão. Quanto ao chassis, foi alvo de modificações na parte de trás que deixaram mais espaço para os semieixos. Além disso, a fábrica adoptou a injecção de água no sistema de admissão. A entrega dos 300 cavalos anunciados tornou-se mais suave e a partir de um regime de trabalho do motor mais baixo.” In fascículo nº 53 Rallye Monte-Carlo – Os Carros Míticos. A miniatura representa o Skoda Fabia WRC ’05 de Jan Kopecký no Rali de Monte Carlo de 2007. Á partida para a 75ª edição do Monte Carlo, Kopecký tinha a esperança de melhorar o 11º lugar do ano anterior, resultado da sua primeira participação na mítica prova. E assim foi. O piloto checo iniciou muito bem o rali, contudo um furo fez com que não pudesse alcançar um resultado um pouco melhor. Ainda asssim, Kopecký chegou ao fim do Monte Carlo num bom oitavo lugar, que lhe valeu um ponto no Campeonato do Mundo de Ralis.
Jan Kopecký nasceu na Republica Checa a 28 de Janeiro de 1982. A sua estreia no WRC aconteceu em 2002 ao volante de um Toyota Corolla WRC no Rali da Alemanha, cujo resultado se saldou por uma desistência. Em 2003 participa em 3 ralis (2 com um Skoda Octavia WRC e 1 com um Mitsubishi Lancer Evo 7). Sempre com a Skoda, Jan Kopecký participa apenas em um rali em 2004; em 2005 regista 4 participações sendo 8º no Rali da Catalunha; em 2006 participa em 10 ralis e obtêm a sua melhor classificação no WRC na Catalunha (5º lugar). Ainda com o Skoda Fabia, em 2007 participa em 11 ralis, sendo o seu melhor resultado o 5º lugar obtido no Rali da Alemanha. Este é o seu melhor ano no WRC, terminado o campeonato em 12º lugar com 10 pontos. Em 2008 participa apenas no Rali do México ao volante de um Fiat Abarth Grand Punto S2000. Ainda em 2008, passa a participar no Intercontinental Rally Challange (IRC) com um Peugeot 207 S2000. O ano de 2009 simboliza o seu regresso à Skoda, onde vence dois ralis do IRC e termina o ano na segunda posição. Em 2010, vence mais um rali do IRC e volta a ser segundo no campeonato. A sua ligação à Skoda mantêm-se para 2011, onde obtêm um 8º lugar no Rali de Monte Carlo.

O Campeonato do Mundo de Ralis de 2007 foi disputado ao longo de 16 provas e teve como principais candidatos ao título Sébastien Loeb (francês) e Marcus Grönholm (finlandês), da Citroen e da Ford, respectivamente. Loeb acabaria por vencer o campeonato com 116 pontos (8 vitórias) seguido de Grönholm com 112 pontos (5 vitórias). Entre as marcas apenas a Ford e a Citroen venceram provas, 8 ralis cada uma. Contudo foi a Ford que venceu o campeonato de marcas. A descrição do Campeonato de 2007 encontra-se aqui, aqui e aqui.

14 março 2011

Mitsubishi Lancer WRC 05 - T. Gardemeister - J. Honkanen (Rali de Monte Carlo de 2007)



Esta miniatura pertence à colecção Rallye Monte-Carlo - Os Carros Míticos – Fasc. nº 57.
Em 2007 os tempos de glória da Mitsubishi nos ralis já tinham passado à história, o tempo era agora de retirada: de vencedores de títulos (quem não se lembra dos 4 títulos consecutivos do piloto finlandês Tommi Makinen na Mistusbishi?) até à retirada oficial sem glória em 2005… Há quem considere que a Mitsubishi levou muito tempo em se decidir pelo desenvolvimento de um carro de WRC, optando pela continuidade dos veículos do Grupo A. Essa decisão foi tomada em 1997, quando apareceu o regulamento para os WRC, mas a Mitsubishi só em 2001 optou por desenvolver o seu carro de acordo com as definições do WRC. Tarde demais tomou essa decisão que veio a comprometer todo o envolvimento da marca nos ralis. Os desenvolvimentos que foram sendo feitos ao longo dos anos no Mitsubishi Lancer WRC nunca resultaram num carro competitivo e face às crescentes dificuldades financeiras da marca resultaram num gradual e lento abandono do projecto.
A miniatura apresentada é o Mitsubishi Lancer WRC 05 da equipa MMSP (Mitsubishi Motor Sports), que já não contava com o apoio oficial da marca. O piloto é o finlandês Toni Gardemeister no Rali de Monte Carlo de 2007. O Mitsubishi Lancer dispunha de um motor de 4 cilindros em linha, de 1996 cc e com uma potência de 300 cv às 5500 rpm.
Sem apoios oficiais da Mitsubishi, a equipa de Toni Gardemeister, que utilizava um carro que já estava ultrapassado, não poderia aspirar a lutar pela vitória contudo havia a esperança de poder alcançar um resultado positivo. E de facto Toni Gardemeister, que teve pouco tempo para rodar com o Mitsubishi, chegou mesmo a lutar pela 4ª posição durante a prova monegasca. No primeiro dia Toni Gardemeister e o seu colega de equipa, Xavier Pons (espanhol), mantiveram-se nos lugares da frente, 8º e 11º respectivamente. No segundo dia, Gardemeister esteve na luta pelo 4º lugar contudo no último dia teve problemas nos travões do seu Mitsubishi e caiu para a 7ª posição final, atrás do norueguês Petter Solberg num Subaru Impreza WRC. O seu colega de equipa, Xavier Pons, terminou o Rali de Monte Carlo num distante 25º lugar. A vitória foi para Sébastien Loeb (francês) num Citroen C4 WRC que dominou o rali. In fascículo nº 57 da colecção Rallye Monte-Carlo – Os Carros Míticos.

Toni Gardemeister nasceu a 31 de Março de 1975 na Finlandia. A sua carreira nos ralis teve início no seu país tendo dado boas indicações (campeão finlandês no Grupo A em 1997 com um Nissan Sunny GTi) que o levaram até à Seat. A sua estreia no WRC aconteceu no Rali da Finlândia de 1996 ao volante de um Opel Astra GSi 16v. Em 1998 entra na Seat e faz parte da equipa que venceria o campeonato mundial de F2 com o Seat Ibiza GTi 16v. Nos dois anos seguintes mantêm-se na Seat ajudando no desenvolvimento do Córdoba WRC; em 1999 Gardemeister alcança o seu primeiro pódio na carreira (3º lugar no Rali da Nova Zelândia ao volante do Seat Córdoba WRC). No campeonato de 2001 apenas faz quatro ralis, dois com um Peugeot 206 WRC e dois com um Mitsubishi Carisma GT. O passo seguinte da sua carreira é a equipa Skoda, aonde Gardemeister passa três anos (2002 a 2004). Em 2005 corre pela Ford aonde alcança alguns pódios: é 2º no Monte Carlo, Acrópole, e Córsega e é 3º na Suécia. De resto é o seu melhor ano na carreira e termina o campeonato na 4ª posição com 58 pontos. No ano de 2006, mais uma vez, apenas participa em 4 ralis, contudo ainda consegue um pódio (3º lugar no Monte Carlo) com o Peugeot 307 WRC, enquanto as outras três provas são ao volante do Citroen Xsara WRC. Em 2007 corre 5 ralis com o Mistubishi Lancer WRC e um com o Citroen Xsara WRC. Para 2008, Toni Gardemeister regressa a uma equipa oficial, neste caso a Suzuki que se inicia no WRC e lhe coloca nas mãos o Suzuki SX4 WRC. Os resultados não são famosos e a melhor posição que consegue é um 6º lugar no Rali do Japão. No final do ano a aventura da Suzuki termina e Toni Gardemeister sem volante para o WRC participa em algumas provas do IRC em 2009 e 2010 com o Fiat Grande Punto Abarth, Opel Corsa S2000 e Ford Fiesta S2000.

06 março 2011

Renault R26 - Fernando Alonso (2006)



Esta miniatura é da marca Minichamps.
O piloto espanhol Fernando Alonso iniciou o campeonato de 2006 como campeão do mundo de F1 e como o piloto que travou a conquista de títulos de Michael Schumacher (alemão), piloto que tinha vencido os últimos cinco campeonatos (de 2000 a 2004). Além disso, Alonso era agora também o campeão mais jovem da F1, sucedendo ao brasileiro Emerson Fittipaldi, que detinha o recorde desde 1972.
A equipa Renault também tinha conquistado o título de construtores em 2005 e confiava na continuação do sucesso para 2006. Para tal, Bob Bell, designer da equipa, construiu o Renault R26 para a função. Os pilotos continuavam a ser Fernando Alonso e Giancarlo Fisichella (italiano). O Renault R26 utilizava o motor da marca de 2,4 litros V8 com uma caixa de 7 velocidades. Com um chassis de fibra de carbono o conjunto francês utilizava os pneus Michelin e os combustíveis da Elf. A grande qualidade do R26 revelou-se ser a fiabilidade: o Renault R26 apenas não terminou 4 provas em 36 possíveis, contando que uma dessas desistências se ficou a dever a um acidente enquanto que as outras 3 foram de causas mecânicas.
A Renault e Fernando Alonso viriam a vencer os respectivos campeonatos, batendo a Ferrari e Michael Scumacher. Alonso e Schumacher venceram o mesmo número de provas (sete) mas a Ferrari venceu mais uma corrida que a Renault, contudo a marca francesa obteve mais pontos do que a marca italiana.
A miniatura apresentada é o Renault R26 de Fernando Alonso no GP da Grã-Bretanha, cuja prova venceu. Fernado Alonso venceu o seu segundo campeonato e até à data ainda não voltou a ser campeão. O piloto espanhol a 29 de Julho de 1981 em Oviedo. Após ter vencido nas várias categorias de formação até chegar à F1, Fernando Alonso passa a ter a sua carreira gerida por Flávio Briatore em 2000, que o coloca na equipa Minardi como piloto de testes. A sua estreia na F1 acontece no GP da Austrália de 2001 com a equipa Minardi. Apesar da falta de competitividade do Minardi, Fernando Alonso consegue boas prestações que levam Briatore a dar-lhe o lugar de piloto de testes da equipa Renault para 2002. Parece que Alonso dá um passo atrás na carreira ao ficar de fora da F1 em 2002 mas no ano seguinte entra como piloto da Renault. Os resultados não tardam em aparecer: na segunda prova do ano alcança a sua primeira pole-position e primeiro pódio e mais tarde no campeonato torna-se no mais jovem piloto a vencer um GP, na prova húngara. Termina o campeonato na 6ª posição. No ano de 2004 alcança mais alguns pódios e mais uma pole-position mas não consegue vencer nenhuma prova e no final do ano é o 4º classificado. Em 2005 vence 7 GP’s e sagra-se Campeão do Mundo da F1 pela primeira vez. É na altura o mais jovem campeão da F1 e mais importante quebra a impressionante sequência de 5 títulos consecutivos de Schumacher. Para 2006, Alonso mantêm-se na Renault e volta a conquistar o título com 7 vitórias, no entanto no final do ano deixa a Renault para assinar pela McLaren. Na equipa de Ron Dennis, Fernando Alonso encontra um novato, Lewis Hamilton (inglês), que lhe complica a vida no campeonato, luta essa entre os dois que provoca a perda do título em favor do finlandês da Ferrari, Kimi Raikkonen. Alonso é 3º no final de 2007 (4 vitórias) com o mesmo número de pontos de Hamilton e a um ponto de Raikkonen. Desagradado com a sua situação na McLaren, Alonso volta para a Renault aonde passa os dois anos seguintes mas os resultados são medianos: em 2008 ainda vence duas provas (uma delas foi a polémica prova de Singapura) e é 5º no campeonato, em 2009 não vence nenhum GP e termina o ano na 9ª posição. No campeonato de 2010 Fernando Alonso corre pela Ferrari e enfrenta a excelente concorrência dos pilotos da Red Bull mas falha a conquista do tri campeonato terminado na 2ª posição, vencendo 5 GP’s.
2006 – O Campeonato
A Renault, campeã de 2005, manteve a sua dupla de pilotos (Alonso e Fisichella) mas a Ferrari, que manteve Michael Schumacher, contratou o piloto brasileiro Filipe Massa para substituir o também brasileiro Rubens Barrichello. Na McLaren a situação manteve-se na mesma em relação à temporada anterior. A luta pelos títulos ficou a cargo da Renault e da Ferrari enquanto a McLaren voltou a sentir dificuldades em lutar de igual para igual com as duas equipas mais fortes.
O campeonato teve início no GP do Bahrain e Fernando Alonso (Renault) iniciou a temporada tal como tinha terminado a anterior: com uma vitória. Schumacher terminou em segundo lugar. A prova seguinte foi na Malásia e a Renault alcançou a primeira e única dobradinha da época: Fisichela foi o primeiro e Alonso o segundo classificado. Na Austrália a Renault deu continuidade à senda vitoriosa que vinha do ano anterior ao ver o seu campeão a terminar na primeira posição. Kimi Raikkonen, o finlandês da McLaren, que já tinha sido terceiro na primeira prova, ficou desta vez em segundo lugar.
A excelente forma de Michael Schumacher e da Ferrari voltaram a aparecer no GP de San Marino e no GP da Europa. Schumacher e a Ferrari sinais de querer contrariar o domínio de Alonso e da Renault ao vencer as duas provas. No entanto o espanhol da Renault minimiza as perdas ao terminar as duas corridas em segundo lugar.
Depois destes dois triunfos da Ferrari e de Schumacher, Fernando Alonso consegue uma sequência de 4 vitórias consecutivas que lhe dão praticamente a conquista do segundo título, pelo menos assim se pensou. Os GP’s da Espanha, Mónaco, Grã-Bretanha e Canadá, são palco das vitórias de Alonso, enquanto Schumcher fica quase sempre em segundo lugar, falhando no Mónaco onde apenas é 5º classificado. Em 9 GP’s disputados, Alonso conquista 6 vitórias e 3 segundos lugares. Mas a segunda parte do campeonato iria ser mais complicada…
Após esta sequência de 4 vitórias de Alonso e da Renault, a Ferrari e Schumacher responderam com 3 vitórias consecutivas nos GP’s dos EUA, França e Alemanha. Alonso consegue o segundo lugar na França sendo 5º classificado nos outros dois Gp’s.
No GP da Hungria Fernando Alonso não pontua pela primeira vez no ano mas Schumacher apenas consegue 1 ponto, reduzindo assim a sua diferença para 10 pontos. A vitória foi para Jenson Button (inglês), da Honda, que assim venceu pela primeira vez na sua carreira. A prova foi bastante movimentada devido à chuva o que baralhou toda a concorrência.
No GP da Turquia o segundo piloto da Ferrari, o brasileiro Filipe Massa, alcança a sua primeira vitória da carreira. Fernando Alonso termina em segundo lugar e aumenta a vantagem para Schumacher que apenas foi terceiro. Contudo ao terminar o GP seguinte, em Itália, Scumacher saía para a China com apenas 2 pontos de desvantagem em relação a Alonso. Resumindo, Schumacher venceu a prova italiana e Alonso não pontua pela segunda vez no campeonato e vê o alemão da Ferrari reduzir a desvantagem de 12 para apenas 2 pontos. A 3 provas do fim do campeonato a discussão pelo título estava ao rubro… e iria ficar ainda mais depois do GP da China e da vitória de Scumacher. Alonso ao ficar em segundo lugar perdeu o primeiro lugar no campeonato, apesar de ter os mesmo pontos que Schumacher. Mas este tinha já mais vitórias que o espanhol da Renault. Previa-se assim um emocionante final de campeonato contudo no GP do Japão tudo corria pela melhor maneira para Schumacher, que liderava a prova, quando à 36ª volta (a 17 voltas do fim) foi obrigado a desistir devido à quebra do motor do seu Ferrari. Este facto deixou Alonso na liderança da prova japonesa e com uma mão no título de 2006. A vitória do espanhol deixou Schumacher novamente com um atraso de 10 pontos quando apenas faltava uma prova.
Assim e à partida para o GP do Brasil, Schumacher só seria campeão se Alonso não pontuasse e se Schumacher fosse o vencedor da prova brasileira. Scumacher não venceu a prova (foi o 4º), Filipe Massa venceu o seu segundo GP do ano e Alonso foi o segundo classificado garantindo assim a conquista do segundo título. A Renault conseguiu nesta última prova a confirmação do título de marcas.
Fernando Alonso foi o primeiro classificado do campeonato de 2006 com 134 pontos (7 vitórias) seguido de Michael Schumacher com 121 pontos (7 vitórias). A Renault sagrou-se campeã de construtores com 206 pontos (8 vitórias) e a Ferrari ficou no segundo lugar com 201 pontos (9 vitórias).

Os pilotos do Renault R26 em 2006 foram: Fernando Alonso #1 e Giancarlo Fisichella #2.
Vitórias: 8 (F. Alonso: 7; G. Fisichella: 1)
Pole-position: 7 (F. Alonso: 6; G. Fisichella: 1)
Melhor volta : 5 (F. Alonso: 5)

20 fevereiro 2011

Opel Kadett GT/E - J.-L. Clarr - D. Mahuteaux (Rali de Monte Carlo de 1979)




Esta miniatura pertence à colecção Rallye Monte-Carlo - Os Carros Míticos – Fasc. nº 56.
Quando em 1975 entrou em competição nos ralis, o Opel Kadett GT/E teve que enfrentar adversários que foram mais bem sucedidos como o Ford Escort ou Lancia Stratos e mais tarde o Fiat 131 Abarth. Este modelo da Opel foi desenvolvido para os ralis com várias preparações. Assim e consoante as preparações o Opel Kadett dispunha de várias potências: 155 cv (Grupo 1), 205 cv (Grupo 2) e 240 (Grupo 4). Apesar de conseguir melhores performances para o Grupo 4 foi precisamente neste grupo que o Opel Kadett GT/E teve mais problemas de fiabilidade do que o Opel Kadett GT/E do Grupo 1 e 2.
A miniatura que hoje apresento é o Opel Kadett GT/E (Grupo 1) de Jean-Louis Clarr (francês) no Rali de Monte Carlo de 1979. O motor (1996 cc) de 4 cilindros em linha que equipava o Kadett estava colocado posição dianteira longitudinalmente e utilizava uma caixa de 5 velocidades.
Foi no Grupo 1 que efectivamente o Opel Kadett alcançou os melhores resultados, vencendo várias vezes o Ford Escort RS 2000 do mesmo do Grupo 1. Jean-Louis Clarr terminou o Rali de Monte Carlo de 1979 na 12ª posição da geral mas foi o primeiro do Grupo 1. O Rali de Monte Carlo desse ano foi vencido pelo francês Bernard Darniche num Lancia Stratos, seguido do sueco Bjorn Waldegaard num Ford Escort RS 1800. No campeonato francês também coleccionando vitórias também no Grupo 1.
Jean-Louis Clarr nasceu em França a 24 de Dezembro de 1944. Este piloto francês participou em vários ralis do mundial sempre ao volante de modelos da Opel; desde que em 1973 participou no Rali de Sanremo ao volante de um Opel Ascona até 1982, data da sua última participação num rali do mundial na Volta à Córsega, que Clarr esteve sempre aos comandos de um modelo da Opel. De referir que para além dos Opel, Clarr guiou em três ocasiões o Lancia 037 Rally mas nestes casos no Campeonato Europeu de Ralis. Os resultados, a nível internacional, obtidos por Clarr não foram brilhantes no entanto no campeonato francês obteve várias vitórias no Grupo 1.

14 fevereiro 2011

À conversa com PGAV

NOTA:
Hoje vou dar inicio a uma nova rubrica no 4 Rodinhas. Sem querer desvirtuar o espírito com que criei o blog, cujo objectivo é mostrar as miniaturas da minha colecção, a partir de hoje e ao ritmo de uma por mês, vou tentar fazer algumas entrevistas (mais em jeito de conversa isto porque não sou jornalista) com alguns coleccionadores que fui conhecendo ao longo destes 4 anos desde que em Setembro de 2006 dei inicio ao 4 Rodinhas. Neste momento ainda não sei quantas entrevistas irei fazer contudo espero que o resultado final seja do agrado de todos os visitam este humilde blog.
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O meu primeiro entrevistado é o Pedro Vieira (PGAV), que foi um dos primeiros ou mesmo o primeiro coleccionador que conheci através do blog. O PGAV é um coleccionador nacional e é proprietário do blog Estrada 43 e do website Garagem 43. São nestes dois sítios que PGAV expõe a sua maravilhosa colecção de miniaturas automóveis. Vale a pena visitar, de certeza que não vão dar por perdido o vosso tempo. Aqui também ficam algumas fotografias de várias miniaturas da sua colecção. A explicação do porquê dessa escolha está na última pergunta da entrevista. Assim e sem mais demoras, vamos à conversa.

4Rodinhas - Olá, PGAV. Quero agradecer desde já a tua disponibilidade para esta pequena conversa. Para começar diz-me há quanto tempo coleccionas miniaturas automóveis?
PGAV - Eu colecciono miniaturas desde os oito anos. Comecei, a brincar, pelos majorette, matchbox, que hoje já nem sei onde param, e mais tarde, pelos treze anos iniciei-me na escala 1:18 com os modelos da bburago, mas também nada de muito sério. Ainda tenho cerca de dez modelos, os outros acabei por dar trocar e vender. Portanto já colecciono há muito mas, com seriedade, há cerca de 12 anos se bem que parei muito tempo durante os tempos da faculdade, portanto uma interrupção de quatro anos e uns meses.

4Rodinhas - Parto do princípio que todos nós, coleccionadores de miniaturas, gostamos de automóveis mas para além disso houve alguma razão em especial que te levou a coleccionar miniaturas?
PGAV - A única razão pela qual quis levar a sério uma colecção de miniaturas foi unicamente ter uma grande paixão por automóveis. Adoro automóveis, é o meu mundo. É pena ser elitista… Se não fossem os patrocínios, hoje talvez fosse piloto do mazda cup, ou talvez do troféu Seat Leon… Passei nos testes todos mas… Coisas da vida… enfim.

4Rodinhas - Após este tempo passado desde que iniciaste a tua colecção será que ainda te lembras da tua primeira miniatura? Qual? Envia foto.
PGAV - Lembro-me, quando o coleccionismo se tornou mais sério e presente na minha vida. Na escala 1:18, a minha primeira miniatura foi um Mercedes Benz 300 SL Gullwing, Bburago, cinzento prateado. Não tenho fotografia nenhuma dos meus modelos 1:18. À escala 1:43, comecei a achar graça às colecções dos fascículos. Comecei então verdadeiramente a coleccionar à escala 1:43. Penso que o meu primeiro modelo foi comprado em Queluz, numa loja de brinquedos. Era um Ford Sierra Cosworth branco 1:43 penso que Sólido, e foi oferecido pela minha querida avó.

4Rodinhas - A tua colecção é orientada por algum tema em específico? Porquê esse tema?
PGAV - A minha colecção está orientada unicamente para a escala 1:43 e apenas veículos de estrada ou homologados para tal. O porquê do tema resume-se facilmente. Apesar de gostar dos modelos de competição, clássicos e modernos, penso que o verdadeiro fascínio começa quando um automóvel sai do desenho do designer e passa para a produção. O veículo é original. Todas as transformações e preparações para competição, ou o chamado tuning, alteram demasiado a originalidade dos automóveis! É como uma desfiguração de algo que é lindo e que por vezes é uma autêntica obra de arte. Respeito todo o trabalho de engenharia efectuado nos motores (verdadeiras obras primas da mecânica e aerodinâmica) e gosto de ver e sentir os resultados na prática, mas nada chega à originalidade do automóvel tal como sai de fábrica. Para mim existem carros, automóveis e máquinas de competição.

4Rodinhas - Como sabes existem várias escalas para as miniaturas, qual a tua escala preferida? E porquê essa escala?
PGAV - Optei por limitar a minha colecção à escala 1:43. Primeiro, isto é relativo, tudo o que é pequeno tem graça. As miniaturas a esta escala conseguem ter uma qualidade absolutamente espectacular e detalhes muito perfeitos quando não são mesmo perfeitos. É uma escala que se arruma mais facilmente outras maiores. A terceira razão, é importante. A escala 1:43 atinge um nível de diversidade de modelos muito superior a qualquer outra. Existem praticamente todos os modelos de todas as marcas à escala 1:43, coisa que em outras escalas está longe de ser ver.

4Rodinhas - Neste momento a tua colecção já terá uma quantidade significativa de miniaturas, sabes dizer quantas são (aproximadamente)? E tens algum método para as classificar?
PGAV - A minha colecção 1:43, conta neste preciso momento com 330 miniaturas efectivas, pois faltam algumas que estão sob encomenda. O método que uso para as classificar é simples. Tenho construída uma tabela onde acrescento cada modelo novo que adquiro. Nessa tabela constam a marca, o modelo, a escala, a cor, o fabricante e referência.

4Rodinhas - A partir de uma determinada altura comecei a ter alguma dificuldade em guardar as miniaturas, não sei se contigo se passou o mesmo, mas o que gostaria de saber era como guardas a tua colecção?
PGAV - Esse, penso que é o verdadeiro problema de todos os que coleccionam. A princípio as miniaturas são poucas, mas conforme vamos adquirindo começam de facto a causar algum problema de espaço… Onde as guardar?! Já pensei em estantes, mas nunca encontro a que quero. Para além disso, têm de ser fechadas com vidro ou acrílico para dar alguma protecção contra humidades, pó etc. É um problema. No entanto gosto tanto delas que só de pensar, que uma pudesse cair de uma prateleira, fico “doente”. Neste momento tenho a colecção está guardada em dois pequenos báus de madeira, bem isolados. Os modelos estão entre centenas de pequenos saquinhos de sílica gel. Não estão à vista como gostaria mas por outro lado estão bem protegidos.

4Rodinhas - Julgo que nós, coleccionadores de miniaturas, temos um “inimigo” em comum: o pó, assim e não só neste aspecto, pretendia saber se tens mais algum cuidado especial com a tua colecção?
PGAV - A minha colecção neste momento encontra-se bem protegida, pois não está a vista. No entanto se algum dia a expor como gostava, numas prateleiras ou uma vitrina à medida, esse móvel terá de ser fechado quase hermeticamente, afim de entrar o menos pó possível. Ou se houver essa possibilidade, terei de colocar as miniaturas nas suas próprias caixas, o que ocupa ainda mais espaço. Mas o que interessa é ter a colecção. E como ainda não encontrei a solução que gostaria, falando em soluções de móveis, estantes vitrinas etc. tenho a minha colecção para todo o mundo ver num blogue e num website, ambos sem qualquer interesse/objectivo comercial. Servem unicamente para divulgar um hobbie e claro partilhar a própria colecção entre todos os fãs.

4Rodinhas - Quando pretendes adquirir uma nova miniatura segues algum critério específico (qualidade, fabricante, preço, etc)?
PGAV - Quando pretendo adquirir uma nova miniatura, ou é um mítico/histórico ou uma miniatura que gosto muito, ou ainda uma que gosto muito e é rara. São de facto estas que valorizam uma colecção, quer queiramos quer não. Não sigo nenhum critério específico de compra. Claro que tento sempre comprar o melhor que posso, mas também depende dos fabricantes, pois por vezes existem vários fabricantes a produzir a mesma miniatura e aí sim podemos seguir a melhor relação preço/qualidade. Noutros casos, existe apenas um fabricante (exclusividade compreensível) a produzir uma miniatura que queremos muito, e aí só temos uma duas opções, ou compramos e fazemos sacrifício, afim de melhorar cada vez mais a colecção, ou não compramos e ficamos na esperança de que um outro fabricante mais acessível produza a miniatura, o que pode nunca acontecer. É uma situação com que me defronto constantemente. Por outro lado, certos fascículos Altaya, lançam por vezes (falando em carros de estrada) belas miniaturas, muito perfeitas e detalhadas, outras vezes nem tanto, desiludem completamente. No caso dos carros de competição penso que em fascículos de colecção são mesmo muito bons, e estão cada vez melhores. Bons moldes, bons decalques e uma qualidade geral muito boa. Caso pudesse escolher livremente e sem pensar na carteira, claro que os modelos Minichamps, Schuco, Spark, Norev, Looksmart e Autoart seriam os meus escolhidos, sempre. Mas, é bom ter um pouco de tudo desde que saibamos que rumo dar à colecção. Mas sinceramente, e obviamente, tento sempre comprar o melhor que posso, dentro, claro, de valores normais e não astronómicos como se vêm por vezes… para exemplificar, alguns MR Collection, BBr’s e mesmo Looksmart’s que chegam a preços completamente absurdos. Tenho a certeza que encontramos muitos modelos de fabricantes ditos “normais” com muita qualidade e muito mais acessíveis. Depois temos fabricantes que nos dão modelos muito bons por preços acessíveis, como a Universal Hobbies (actualmente, atenção), que oferece bastante qualidade a preço acessível.

4Rodinhas - E já agora na sequência da pergunta anterior, aonde adquires as miniaturas para a tua colecção?
PGAV - Geralmente adquiro as minhas miniaturas em lojas da especialidade, que estão a desaparecer, para dar lugar às lojas on-line… Como sou cliente de algumas, costumo contacta-las e confirmo a encomenda. Quando pretendo alguma miniatura que não consigo encomenda-la nessas mesmas lojas, recorro a alguns websites internacionais, apesar de ficar desiludido por vezes, não com o preço, mas sim com as taxas das transferências bancárias e portes de envio que chegam a um terço do valor da miniatura. Um abuso! Em último caso, e só mesmo em “urgência” recorro ao ebay, mas apenas o fiz duas vezes.

4Rodinhas - Para terminar, existe alguma miniatura na tua colecção que seja especial para ti? Qual e porquê? Envia a foto.
PGAV - A minha miniatura especial é aquela que representa o meu automóvel de sonho. Que neste caso passam a quatro ou cinco, porque o modelo na realidade já vai na sua quarta edição, excluindo actualizações e edições especiais. Desde que o modelo saiu em 1988 (portanto tinha eu nove anos e já sonhava com carro) que sigo de perto o seu desenvolvimento, alterações, actualizações e edições especiais. Em pequeno seguia-o em cadernetas e autocolantes, revistas, pois eram às centenas cá em casa. Agora sigo-o em sonhos, vídeos, em websites, revistas da especialidade e tudo aquilo que possa apanhar do próprio automóvel, até mesmo um jogo de computador simples mas super bem classificado, que está disponível no website da marca. Sou fascinado pelo carro e não o trocaria por mais nenhum se o pudesse ter. Apenas aquele. Trata-se do BMW M3. O meu carro de sonho. Não tenho preferência pelas várias versões, E30, E36, E46, E90 são todas magnânimes, sublimes, para mim, automóveis perfeitos. Tenho um carinho especial pela versão E30 Sport Evolution de 1990. Mas estão todos ao mesmo nível, todos absolutamente soberbos.

10 fevereiro 2011

Jaguar MKVII - R. Adams - F. Biggar (Rali de Monte Carlo de 1956)



Esta miniatura pertence à colecção Rallye Monte-Carlo - Os Carros Míticos – Fasc. nº 55.
Numa época em que o Rali de Monte Carlo era uma prova com características totalmente diferentes das actuais, a Jaguar venceu o Monte Carlo com um carro improvável.
Apresentado em 1950, o Jaguar MKVII era um veículo de grandes dimensões pesando cerca de 1700 kg. O interior, muito confortável dispunha de um equipamento luxuoso para a época que incluía mesmo estofos forrados a pele e painéis de madeira exóticas. In fascículo nº 55 Ralllye Monte Carlo – Os Carros Míticos.
Para as provas desportivas eram feitas algumas alterações que lhe permitiam melhorar as performances. O Jaguar MKVII dispunha de um motor de 6 cilindros em linha, colocado na dianteira longitudinalmente, com uma cilindra era de 3442, debitando 190 cv às 5500 rpm e utilizava uma caixa de 4 velocidades.
Até à edição de 1956 do Monte Carlo, a Jaguar tinha conseguido alguns bons resultados contudo a vitória tinha escapado por diversas vezes: um terceiro lugar em 1951, um quarto lugar em 1952 e um segundo lugar em 1953.
Nesta época o Rali de Monte Carlo era composto por uma primeira parte em que os concorrentes partiam de vários pontos da Europa até chegarem à concentração no Monáco onde iniciavam as provas especiais e comuns a todos os concorrentes. Outra situação frequente nestes tempos era a equipa ser composta por três pilotos, que foi o que se passou neste caso com Ronnie Adams, Frank Biggar e Derek Johnson a partilharem o Jaguar MKVII. Refere o fascículo nº 55, que muitos registos apenas mencionam o nome de Adam e Biggar contudo Johnson desempenhou um papel fundamental no cálculo das velocidades médias impostas em alguns percursos e que permitiram à equipa chegar ao Mónaco sem registarem penalizações. Nos percursos comuns a equipa da Jaguar foi cumprindo com distinção revelando-se a melhor equipa. Assim e com umas condições meteorológicas amenas a beneficiarem os grandes veículos, o Jaguar MKVII de Adams, Biggar e Johnson bateu o Mercedes-Benz 220 do alemão Walter Schock, vencendo a edição de 1956 do Rali de Monte Carlo. Foi a primeira e única vitória que a Jaguar registou no Monte Carlo.

02 fevereiro 2011

DAF 55 - C. Laurent - J. Marché (Rali de Monte Carlo de 1972)



Esta miniatura pertence à colecção Rally Collection – Fasc. nº 28.
Confesso que a marca DAF sempre me fez lembrar os camiões e nunca me passou pela ideia que a DAF também estive envolvida nos automóveis (ainda estará?) e nos ralis, neste caso no Monte Carlo.
Para explicar a história da DAF vou transcrever o texto que vem no fascículo que acompanha a miniatura:
A história da DAF
Criada na Holanda em 1928 pela família Van Doorne, a DAF (Doorne Automobile Fabrikien) começou a fabricar automóveis em 1959. Especializou-se imediatamente no nicho dos pequenos automóveis lançando um modelo equipado com um motor de dois cilindros, de 600 cm3 e 22 cv. Conhecido por «Daffodil» (Margarida), a sua evolução (750 cm3 e 32 cv) teve muito sucesso. Após o semifracasso do 44 desenhado por Michelotti em 1965, a marca recorreu à mecânica Renault e instalou o motor de 1108 cm3 do R8 no 55. Este manteve-se em produção até 1972 e foi substituído pelo 66, já com o nome de «Volvo», pois entretanto a marca sueca adquiriu a Daf que se encontrava em dificuldades financeiras (ao todo, produziram-se 800 000 automóveis). Durante a sua existência, a Daf mostrou-se sempre muito activa em competição e uma versão «S» do Daffodil (850 cm3) destacou-se nalguns ralis. Preparados pelo departamento de competição da marca, os Daf começaram por espalhar o terror nos 600 cm3 e 700 cm3 e depois nos 1100 cm3 com o 55, no qual chegou mesmo a ser montado um 1440 cm3 Gordini. Para o gelo e o rallycross criou-se um protótipo 55 com quatro rodas motrizes e um motor instalado longitudinalmente ao lado do piloto. Um Daf com chassis Brabham também marcou presença na Formula 3 (1000 cm3), ao passo que um Huron com transmissão Variomatic e 280 cv causou sensação nas rampas. Inscritos na Maratona Londres-Sidney, os dois Daf 55 terminaram esta dura prova e deram origem à versão «Marathon» com motor do Renault R8 «S», faixas laterais e um interior específico.

O DAF 55 dispunha de um motor de 4 cilindros em linha da Renault; a cilindrada era de 1108 cm3 e a potência podia atingir os 50 cv às 5000 rpm. A característica mais importante deste pequeno automóvel era a sua transmissão Variomatic. Para melhor explicar esta particularidade do DAF 55 vou também transcrever o texto do fascículo que acompanha a miniatura:
A caixa de 100 mudanças
Os DAF eram apreciados pela sua estética particular, preço e facilidade de condução, sobretudo por serem automáticos graças à famosa Variomatic. O engenheiro Hub Van Doorne inovou logo no primeiro modelo com o sistema Variomatic. Esta caixa-transmissão dava a sensação de que o automóvel possuía um nuúero incalculável de mudanças e que o condutor não precisava de as engrenar ou desengrenar. A Variomatic é formada por quatro polies: duas são motrizes e estão ligadas ao motor através de um cardan; as outras duas são receptoras e cada uma está ligada a uma das rodas traseiras. As duas polies traseiras são accionadas por correias de borracha compósita. Nas paragens, as polies detrás são mantidas fechadas por molas de diafragma. Quando o DAF arranca, a embraiagem centrífuga liga o motor às polies motrizes. Estas têm massas que permitem alterar o equilíbrio ou inércia e estes pesos obrigam as polies a fecharem. Como o comprimento das correias é sempre o mesmo, estas obrigam as polies detrás a abrir, aumentando incessantemente a desmultiplicação. Através de um sistema ligado à depressão do motor, as polies da frente ficam no vazio em relação à embraiagem ou aquando das travagens. Este processo também serve para o quick down. Este engenhoso processo seria classificado de «caixa das cem mudanças». Até ao aparecimento do modelo 55, os DAF não tinham diferencial. Era o patinar da correia sobre a polie e do pneu sobre a estrada que serviam de diferencial, o que proporcionava um bom comportamento dos DAF na neve. A Variomatic evoluiu com os modelos e os DAF 55 produzidos a partir de 1972 também foram equipados com um diferencial e um eixo DE Dion.

A miniatura apresentada é o DAF 55 de Claude Laurent (francês) no Rali de Monte Carlo de 1972. Neste ano o Rali de Monte Carlo ia para a sua 41ª edição e contava com uma impressionante lista de inscritos: 264 participantes! Um desses participantes era o piloto francês Claude Laurent que ia participar num DAF 55. Claude Laurente era já um veterano nestas andanças no Monte Carlo, ia para a sua 12ª participação; tinha iniciado em 1952. A sua ligação à DAF vinha já de alguns anos, tendo dado nas vistas ao participar numa gincana da Cibié em Vierzon com uma forguneta DAF, prova que venceu à frente de alguns automóveis de competição. Esse feito despertou o interesse da marca, que pretendia uma mudança da imagem e viu nos ralis um meio de mudar a imagem da DAF. Assim Claude Laurent tornou-se no primeiro piloto francês pago para correr (in fascículo nº 28). A sua ligação à DAF durou até 1973. Em relação ao Rali do Monte Carlo, Laurent participou nesta mítica prova até 1982! Passados alguns ano Claude Laurent voltou ao Monte Carlo para o rali histórico e ao volante do DAF. No ano de 1972 a participação de Claude Laurent, como é óbvio, não tinha como objectivo vencer o rali mas sim vencer a sua classe (Grupo 2) e se possível melhorar o resultado da marca na prova (ou seja bater o resultado de 1969 que foi alcançado pelo seu co-piloto Jacques Marché ao terminar na 19ª posição; Laurent não participou nessa altura e assim foi o co-piloto quem participou). Como era normal nessa época, os participantes partiam de vários locais espalhados pela Europa até à concentração no Mónaco, aonde depois partiam para o percurso comum. Na primeira fase da prova, Laurent não sentiu grandes dificuldades durante os 3 dias e 3 noites que levou para chegar ao Mónaco. Contudo houve 44 equipas que ficaram pelo caminho. Na fase comum, apesar na grande quantidade de neve que afectou o rali e muitos dos participantes, o DAF de Laurent foi cumprindo com maior ou menor dificuldade todas as provas. À chega, Laurent teve a satisfação de bater o melhor resultado de um DAF, ao terminar no 18º lugar e vencendo também na sua classe. A vitória, essa foi para o piloto italiano Sandro Munari num Lancia Fulvia.

Nota: aproveito o post para agradecer o novo logótipo do 4Rodinhas ao PGAV. Como podem comprovar a melhoria é significativa em relação ao meu anterior e arcaico logótipo. O PGAV é o proprietário do blog Estrada 43 aonde vai colocando as suas miniaturas; a sua colecção também está exposta no site Garagem 43. Desde já aconselho vivamente a visita tanto do blog como do site. Vale a pena.
Muito obrigado, PGAV
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