29 outubro 2010

Hyundai Accent WRC - J. Bérès - P. Stary (Rali de Monte Carlo de 2004)



Esta miniatura pertence à colecção Rallye Monte-Carlo - Os Carros Míticos – Fasc. nº 48.
Após o abandono oficial da Hyundai no final de 2003, os automóveis da equipa foram vendidos ou alugados a pilotos privados. A marca coreana nunca conseguiu grandes resultados aos longos dos anos em que esteve em actividade. Assim e juntando alguns problemas económicos aos fracos resultados desportivos, não é de estranhar que a Hyundai tenha retirado a equipa oficial do WRC. Sem nunca ter vencido, a Hyundai regista como melhor resultado um quinto lugar no Rali da Austrália de 2000.
Em 2004 o piloto eslovaco Jozef Bérès utilizou um Hyundai Accent WRC no Rali de Monte Carlo de 2004. A miniatura hoje apresentada representa esse mesmo Hyundai de Bérès no rali monegasco onde conseguiu um bom resultado final. Jozef Bérès terminou o rali na 9ª posição, sendo o segundo melhor entre os pilotos privados. Depois do Monte Carlo, Bérès ainda participou com o Hyundai Accent WRC no Rali da Suécia e no Rali da Acrópole, onde registou dois abandonos.
O Hyundai Accent WRC dispunha de um motor de 4 cilindros em linha colocado transversalmente na dianteira. A sua cilindrada era de 1998 cc com uma potência de 300 cv debitada às 5300 rpm. A transmissão era integral com uma caixa sequencial de seis velocidades.
Os fracos resultados da Hyundai não terão sido causados pela falta de talento dos seus pilotos, uma vez que por lá passaram alguns pilotos de renome internacional, a saber: Kenneth Eriksson (sueco), Alister McRae (britânico, irmão de Colin McRae), Freddy Loix (belga), Armin Schwartz (alemão) e o ex-campeão mundial Juha Kankkunen (finlandês). A incapacidade de tornar o carro mais fiável e dotado de um motor mais potente acabou por ser mais influente na obtenção de resultados positivos.

19 outubro 2010

Mitsubishi Lancer Evo VI - T. Makinen - R. Mannisenmaki (Rali de Monte Carlo de 2000)



Esta miniatura pertence à colecção Rallye Monte-Carlo - Os Carros Míticos – Fasc. nº 25.
O ano de 2000 representou para Tommi Makinen (finlandês) o fim de um período glorioso de 4 anos em venceu o Campeonato do Mundo de Ralis, sagrando-se tetra campeão (de 1996 a 1999). Contudo Tommi Makinen conseguiu outro feito na sua carreira, ao vencer o Rali de Monte Carlo por quatro vezes consecutivas: de 1999 a 2002.
No campeonato de 2000 Tommi Makinen não conseguiu revalidar o título e só venceu um rali, precisamente o primeiro da época no Monte Carlo. A miniatura que vos apresento representa o Mitsubishi Lancer Evo VI de Tommi Makinen nessa vitória no Rali de Monte Carlo de 2000.
O Mitsubishi Lancer Evo VI mantinha a mesma política da equipa, que se mantinha fiel à utilização de um veículo com as características do Grupo A. O regulamento técnico já permitia os World Rally Car (WRC) desde 1997 mas a Mitsubishi tinha-se mantido com o Lancer do Grupo A que com sucessivas evoluções vinha vencendo títulos desde 1996. Mas finalmente, em 2000, os adversários com os veículos WRC conseguiram destronar a Mitsubishi e Tommi Makinen. O Mitsubishi Lancer Evo VI vinha equipado com um motor de 4 cilindros em linha, colocado transversalmente na traseira, com uma cilindrada de 1997 cc. A potência atingia os 300 cv às 6000 rpm. A transmissão era integral com três diferenciais com uma caixa Xtrac de seis velocidades.
Com poucas alterações em relação ao ano anterior, a Mitsubishi iniciou a temporada de 2000 com uma vitória no Rali de Monte Carlo. Contudo o gelo e o frio sentido nesta edição da prova monegasca iriam desempenhar um papel fundamental no desenrolar dos acontecimentos. A prova iniciou com Tommi Makinen na liderança do rali, seguido do britânico Richard Burns (Subaru) e do francês Gilles Panizzi (Peugeot). Na noite anterior à segunda etapa aconteceu algo de insólito: devido ao muito frio a equipa da Peugeot sofreu uma enorme desilusão porque os três Peugeot 206 WRC oficiais viram-se obrigados a abandonar a prova uma vez que os motores dos Peugeot recusaram-se a pegar. O Subaru de Richard Burns também foi afectado e com isso Tommi Makinen ficou com a vida facilitada na prova. Assim bastou ao finlandês da Mitsubishi controlar o espanhol Carlos Sainz (Ford) para vencer pela segunda vez consecutiva a prova monegasca. Esta foi a sua única vitória em 2000 e apesar de ainda ter conseguido 1 segundo lugar (Suécia) e 3 terceiros lugares (Argentina, San Remo e RAC) Tommi Makinen não foi além do 5º lugar no campeonato (35 pontos). A Mitsubishi quedou-se pela 4ª posição na classificação por marcas. O finlandês Marcus Gronholm, em Peugeot 206 WRC, sagrou-se campeão e a Peugeot venceu o campeonato de marcas.

16 outubro 2010

Nissan 240 RS - T. Salonen - S. Harjanne (Rali de Monte Carlo de 1984)



Esta miniatura pertence à colecção Rallye Monte-Carlo - Os Carros Míticos – Fasc. nº 45.
O finlandês Timo Salonen foi um dos pilotos oficiais da equipa Nissan que disputou o Rali de Monte Carlo nas edições de 1983 e 1984. Julgo que nesse ano de 1984 Timo Salonen não sonharia que um ano depois iria estar com o título de campeão nas suas mãos…
O Nissan 240 RS fez a sua estreia em competição no Monte Carlo de 1983 e desde o início se tornou claro que nada poderia fazer frente a adversários muito melhor preparados e evoluídos tecnicamente. O Nissan 240 RS utilizava um motor de 4 cilindros em linha de 16 válvulas, disposto na dianteira longitudinalmente, que debitava 265 cv às 8000 rpm. A transmissão era traseira com uma caixa de 5 velocidades. A sua grande qualidade era a robustez; qualidade essa que apenas se tornava vantajosa no Safari com as suas longas e difíceis especiais. De resto, o 240 RS estava em desvantagem: não dispunha de tracção integral e não tinha um motor com turbo. E foi com este carro, com estas características que Timo Salonen andou no Campeonato do Mundo de Ralis em 1983 e 1983, diga-se sem grandes resultados, antes de ingressar na Peugeot para se tornar campeão em 1985, mas isso é outra “estória”.
A miniatura que hoje vos apresento é o Nissan 240 RS de Timo Salonen no Rali de Monte Carlo. Nesse ano o rali monegasco disputou-se com muita neve, o que desde logo complicou a vida, já de si muito difícil, de Timo Salonen e do Nissan 240 RS. Com poucas possibilidades de lutar pelos primeiros lugares e com problema nos pneus Dunlop, que se revelavam pouco eficazes na neve, Timo Salonen apenas conseguiu o décimo lugar. A Audi impôs a sua lei e colocou três Audi Quattro nos três primeiros lugares: o alemão Walter Röhrl venceu, seguido dos seus colegas de equipa, Stig Blomqvist (sueco) e Hannu Mikkola (finlandês). Apesar de derrotado pelo seu colega de equipa em Monte Carlo, Stig Blomqvist viria a sagra-se Campeão do Mundo nesse ano. Timo Salonen terminou o campeonato na 10ª posição com 27 pontos.
Timo Salonen nasceu na Finlândia a 8 de Outubro de 1951. A sua estreia nos ralis aconteceu em 1970. Segundo o site www.rallybase.nl
, Timo Salonen participou no Campeonato do Mundo de Ralis em 1974, 1975 e 1976 apenas no Rali da Finlândia: em 1974 com um Mazda 1300 tendo terminado a prova na 22ª posição; nas edições de 1975 e 1976 obteve, com o Datsun 160J, a 6ª posição final. Nos dois anos seguintes, 1977 e 1978, Salonen entra para a equipa Fiat onde faz apenas 3 ralis do mundial em cada ano; e é com o Fiat 131 Abarth que consegue a sua primeira vitória no Rali do Canadá de 1977, anteriormente já tinha alcançado o segundo lugar no Rali da Finlandia; em 1978 apenas consegue um 2º lugar novamente no Rali da Finlandia e desiste nas outras duas provas. Convém não esquecer que nestes anos apenas existia o Campeonato para as marcas e assim é compreensível que Salonen apenas seja utilizado consoante a conveniência da Fiat, uma vez que esta utilizava os pilotos que melhor se adaptavam às características de cada rali. Após o ano de 1978, Timo Salonen assina pela Datsun/Nissan e é com a equipa nipónica que vai passar os 6 anos seguintes. Durante esse tempo que esteve na Datsun/Nissan Timo Salonen conseguiu, principalmente nos primeiros anos, alguns excelentes resultados: 2 vitórias (no Rali da Nova Zelândia de 1980 com o Datsun 160J e no Rali da Costa do Marfim de 1981 com o Datsun Violet GT), 4 segundos lugares (um desses com o Nissan 240 RS no Rali da Nova Zelândia de 1983) e 1 terceiro lugar. Em 1979 termina o campeonato em 4º lugar com 50 pontos. É a sua melhor classificação nesses 6 anos com a Datsun/Nissan. Em 1980 é 7º (45 pontos); em 1981 é 6º (40 pontos); em 1982 é 11º 20 pontos), em 1983 é 13º (18 pontos) e em 1984 é 10º (27 pontos). Tudo parecia encaminhado para que Timo Salonen não fizesse nada de mais relevante na sua carreira até que a Peugeot lhe propôs um contrato que lhe colocava nas suas mãos “apenas” o melhor carro de ralis que aparecia em cena na época: o Peugeot 205 Turbo 16. E foi assim que Timo Salonen, aliado ao azar de Ari Vatanen, seu colega na Peugeot que seria o principal candidato ao título de 1985, não fosse o grave acidente que sofreu e o afastou dos ralis durante largo tempo, venceu o título de Campeão do Mundo de Ralis de 1985 com 5 vitórias, numa temporada dominada pelos Peugeot 205 Turbo 16. Em 1986 ainda venceu mais 2 ralis mas já não conseguiu revalidar o título, terminado a temporada em 3º lugar. Com o fim dos carros do Grupo B, Timo Salonen voltou novamente para uma equipa nipónica, a Mazda. Durante 4 anos (de 1987 a 1990) guiou o Mazda 323 4WD e o Mazda 323 GTX tendo conseguido vencer um rali (Suécia em 1987) e coleccionou mais dois segundos lugares. Em 1988 ainda conseguiu ficar em 5º lugar no campeonato mas nos outros anos quedou-se por lugares sempre acima da décima posição. Para finalizar a sua carreira, Timo Salonen ainda guiou para a Mitsubishi em 1991 e 1992. Nesses anos o melhor que conseguiu, em 8 ralis, foi um quarto lugar. Julgo que para comemorar o seu título pela Peugeot, Timo Salonen regista uma participação no Rali da Finlândia de 2002 (14º classificado) com o Peugeot 206 WRC. Timo Salonen regista assim no seu currículo 11 vitórias e um título de Campeão do Mundo em 1985.

06 outubro 2010

Renault Clio JWRC - N. Bernardi - D. Giraudet (Rali de Monte Carlo de 2004)



Esta miniatura pertence à colecção Rallye Monte-Carlo - Os Carros Míticos – Fasc. nº 23.
O piloto francês Nicolas Bernardi participou no Rali de Monte Carlo de 2004 num Renault Clio JWRC, sendo a miniatura hoje apresentada a réplica desse carro.
O francês Nicolas Bernardi, tal como o seu compatriota Sébastien Loeb, foi um piloto produto da fórmula de promoção da Peugeot. (ver post sobre o Peugeot 106). Contudo antes de entrar para a Renault, com a qual disputou os campeonatos de França de 2003 e 2004, Bernardi tinha sido em 2002 piloto da Ford (Ford Puma S1600).
Na edição do Rali de Monte Carlo de 2004, Nicolas Bernadi consegui obter o décimo lugar na classificação geral, o que foi um excelente resultado se tivermos em conta as performances do Renault Clio JWRC. Na categoria JWRC, Bernardi e o Clio foram os vencedores ficando à frente do Suzuki Ignis JWRC de Urmo Aava (estónio).
Contudo no Campeonato do Mundo, Nicolas Bernardi e o Clio JWRC haveriam de ficar atrás do Suzuki Ignis e de Per-Gunnar Andersson, que se tornariam nos campeões do mundo na categoria JWRC. Depois desta vitória monegasca na categoria JWRC, Nicolas Bernardi só voltou a vencer na Catalunha, perdendo o campeonato JWRC por 2 pontos. Após 2004, Nicolas Bernardi deixa a Renault e passa para a Peugeot, vindo a sagrar-se campeão francês em 2005.
Já em 2003, o Renault Clio JWRC, com Simon Jean-Joseph ao volante, tinha vencido, na sua categoria, o Rali de Monte Carlo. No final do campeonato do mundo foi outro piloto, Brice Tiribassi, ao volante do Clio JWRC, que se sagrou campeão do mundo na categoria JWRC. Em França, o Clio JWRC também mostrou a sua eficácia ao vencer o campeonato francês de 2003 (que era composto de ralis de terra e asfalto): Simon Jean-Joseph foi o piloto campeão com o Clio. Em 2004, Simon Jean-Joseph também conquistou, com o Clio, o Campeonato Europeu de Ralis.
O Renault Clio JWRC pertence a uma categoria (Junior World Rally Championship) cuja cilindrada permitida é de 1600 cc, de duas rodas motrizes e sem autorização para utilizar uma alimentação com turbo. O motor do Renault Clio JWRC conseguia debitar 220 cv de potência às 8750 rpm. Dispunha de tracção dianteira com uma caixa sequencial de seis velocidades. Na época a concorrência do Renault Clio era composta de vários modelos: Peugeot 206, Citroen C2, Ford Puma, Fiat Punto e Suzuki Ignis.

02 outubro 2010

Lancia Stratos - J.-C. Andruet - "Biche" (Volta à Córsega de 1974)



Esta miniatura pertence à colecção Rally Collection – Fasc. nº 21.
O Lancia Stratos venceu 17 ralis do mundial de ralis ao longo de vários anos em competição. A sua primeira vitória no mundial aconteceu no Rali de Sanremo de 1974 por Sandro Munari (italiano) e a última foi na Volta à Córsega de 1981 por Bernard Darniche (francês). Com o Stratos a Lancia venceu 3 Campeonatos do Mundo de construtores: 1974, 1975 e 1976.
As suas 17 vitórias estão assim distribuídas:
- 3 Vitórias em 1974 (Sanremo e Rideau Lakes por Sandro Munari e Volta à Córsega por Jean-Claude Andruet);
- 4 Vitórias em 1975 (Monte Carlo por Sandro Munari, Suécia e Sanremo por Bjorn Waldegaard e Volta à Córsega por Bernard Darniche);
- 4 Vitórias em 1976 (Monte Carlo, Portugal e Volta à Córsega por Sandro Munari, e Sanremo por Bjorn Waldegaard);
- 1 Vitória em 1977 (Monte Carlo por Sandro Munari);
- 1 Vitória em 1978 (Sanremo por Markku Alén);
- 3 Vitória em 1979 (Monte Carlo e Volta à Córsega por Bernard Darniche, e Sanremo por Tony Fassina);
- 1 Vitória em 1981 (Volta à Córsega por Bernard Darniche).
É assim fácil verificar que o piloto que venceu mais vezes com o Stratos foi Sandro Munari, com 7 vitórias. Houve dois ralis em que o Stratos se notabilizou: venceu 5 vezes na Volta à Córsega e no Sanremo. O Rali de Monte Carlo também ocupa um lugar de destaque no palmarés do Stratos com 4 vitórias, realçando que 3 delas foram consecutivas: 1975 a 1977 por Sandro Munari.
Baseado num protótipo de Nuccio Bertone o Lancia Stratos de linha futuristas explorou o conceito em cunha, ideia que já vinha sendo aplicada na F1 no início da década de setenta pelo Lotus 72. Nesse aspecto do conceito em cunha posso, de alguma maneira, dizer que o Lancia Stratos está para os ralis assim como o Lotus 72 está para a F1. Para exemplificar melhor aqui fica uma fotografia do Lancia Stratos e do Lotus 72:

O Lancia Stratos de Andruet frente a frente com o Lotus 72D de Fittipaldi

O Lancia Stratos de 1974 dispunha de um motor Ferrari V6 65º Dino de 6 cilindros em linha, colocado em posição transversal/central. Inicialmente não estava prevista a utilização deste motor mas sim o motor do Fulvia. A cilindrada era de 2418 cm3 com 16 válvulas que permitia obter uma potência a rondar os 250 cv às 7200 rpm. Segundo o fascículo que acompanha a miniatura, a útlima versão do Stratos “debitava 295 cv com um motor de 24 válvulas”. Refere também que chegou “a existir uma versão de 32 válvulas e 310 cv”.
A miniatura representa o Lancia Stratos de Jean-Claude Andruet (francês) na Volta à Córsega de 1974. Nesta edição da Volta à Córsega, Jean-Claude Andruet mostrou toda a sua mestria no duelo que travou contra os pilotos da Alpine-Renault. A vitória de Andruet na Córsega permitiu à Lancia a conquista do título mundial de construtores. Atrás do Lancia Stratos de Andruet ficaram 4 Alpine-Renault.
Na minha colecção de miniaturas esta é a quarta do Lancia Stratos, aqui estão as outras três com os respectivos links: