Esta miniatura pertence à colecção Os Nossos Campeões de Ralis.
Hoje volto novamente a falar sobre o Toyota Corolla WRC, depois de o já ter abordado em dois posts anteriores (aqui e aqui). Mas desta vez a miniatura do Toyota Corolla WRC representa uma versão nacional; o piloto é o Pedro Matos Chaves no Rali de Portugal de 1998. Esta foi a sua primeira participação no Rali de Portugal.
O rali português desse ano foi um dos mais disputados de sempre. No final da prova o escocês Colin McRae (Subaru) bateu o espanhol Carlos Sainz (Toyota) por uns meros 2 segundos. Entre os portugueses, o prémio do melhor piloto nacional foi para Rui Madeira num Toyota Celica GT-Four, que ficou na 9ª posição final. Pedro Matos Chaves foi um dos seus adversários, mas o piloto portuense optou por efectuar um rali cauteloso e regular, a pensar mais na classificação do campeonato nacional, acabando por terminar o rali na 13ª posição mas à frente de Adruzilo Lopes que era um dos seus adversários no nacional de ralis.
Pedro Matos Chaves nasceu a 27 de Fevereiro de 1965 no Porto. A carreira de Pedro Matos Chaves teve início nos karts em 1980. Depois evolui para os troféus (Toyota Starlet). Passou pela Formula Ford tendo vencido o campeonato nacional em 1985. Segui depois para a Formula Ford Britânica para dar continuidade à sua carreira. Em 1989 e 1990 corre na Formula 3000 onde participa no campeonato britânico e internacional. No ano de 1990 venceu o campeonato britânico de Formula 3000. Em 1991 consegue dar o salto para a Formula 1. Finalmente, e depois de Nicha Cabral nos anos sessenta, Portugal tinha um piloto na Formula 1. Infelizmente, Pedro Matos Chaves que tinha assinado pela Coloni, equipa de fracos recursos, a Formula 1 assistia a uma grande afluência de equipas o que levou a que algumas tivessem que participar em pré-qualificações. A Coloni era uma dessas equipas. Durante 13 GP’s Pedro Matos Chaves tentou qualificar, sem sucesso, o fraco Coloni para a grelha de partida de um GP. Depois do GP de Portugal, a 13ª e última tentativa de se qualificar para um GP, Pedro Matos Chaves desistiu e deixou a Coloni. Portugal continuou sem ter um representante, depois de Nicha Cabral, à partida de um GP. Em 1992 a sua carreira dá um passo atrás e regressa à Formula 3000 Internacional. Durante os 3 anos seguintes (1993 a 1995) corre na Formula Indy Lights, que mais não é do que uma categoria inferior da Formula Indy. Nesses 3 anos apenas conseguiu vencer uma prova, precisamente no último ano. A melhor classificação aconteceu no primeiro ano onde foi 4º no campeonato. Mas não consegue subir na categoria por isso resolve deixar o campeonato.
Em 1996 corre no Campeonato Espanhol de GT onde se sagra vice-campeão. No ano seguinte passa para o FIA GT na categoria de GT2.
No ano de 1998 passa a correr nos Ralis. Depois de muitos anos a correr em pistas Pedro Matos Chaves resolve apostar nas provas de terra batida com a Toyota. O sucesso chega nos dois anos seguintes (1999 e 2000) quando se sagra campeão nacional de ralis.
Pedro Matos Chaves venceu também o Campeonato GT Espanhol em 2002, ano em que também se estreou nas 24 Horas de Le Mans tendo obtido o 23º lugar (5º na classe GTS) com um Saleen S7-R. No ano seguinte volta a Le Mans para ficar em 22º lugar com o mesmo carro do ano anterior.
Nos anos de 2005 e 2006 ainda participa no nacional de ralis com um Renault Clio S1600, altura em que encerra a sua carreira desportiva como piloto.
Continuação do Campeonato do Mundo de Ralis de 1998
Nesta recta final do campeonato de 1998, o Rali de San Remo teve um vencedor um tanto surpreendente. O piloto Tommi Makinen (finalndês) da Mitsubishi, não sendo um grande especialista em asfalto, deu um passo decisivo para a renovação do título ao vencer um rali cujas características não lhe eram favoráveis. Causou alguma surpresa porque não era tido como um dos favoritos à vitória final no San Remo. Colin McRae apenas foi o terceiro, atrás de Piero Liatti (italiano), ambos em Subaru. Carlos Sainz, outro dos candidatos ao título, ficou-se pela quarta posição.
No Rali da Austrália a vitória de Tommi Makinen foi um misto de sorte, em dois momentos, aliada a alguma incompetência incompreensível da parte da Toyota. Sorte porque Makinen, depois de ter alguns problemas no seu Mitsubshi que foram resolvidos pelos seus mecânicos, beneficiou do abandono de McRae quando este liderava o rali, vitima do turbo. Makinen venceu com 16 segundos de avanço sobre Sainz. Mas Makinen viria a ser penalizado com 1 minuto por ter “queimado a partida”. Um vídeo provava a irregularidade de Makinen. A Mitsubishi reclamou e após uma longa reunião que terminou já de madrugada, a penalização foi retirada. Depois de uma hora à espera do apelo da Toyota, que não aconteceu, a vitória de Makinen foi confirmada. Bastaria à Toyota apresentar o vídeo que provava a irregularidade cometida por Makinen e a vitória ficaria para Sainz. Assim foi Makinen quem saiu da Austrália com a vitória e com o título quase no “bolso”.
O RAC de 1998 ficou para a história dos ralis como um dos mais cruéis e cínicos finais de um campeonato. A vítima seria o infeliz espanhol da Toyota, Carlos Sainz. Makinen chegou ao RAC com dois pontos de vantagem sobre Sainz mas um acidente praticamente no inicio do rali ditou o seu abandono. Deste modo, bastava a Sainz terminar o RAC na quarta posição para se sagrar campeão. E assim foi quase até ao fim do rali britânico. Sainz era quarto classificado até que na última especial e a 500 metros da meta uma biela do motor do seu Toyota gripou. As imagens do Toyota a deitar fumo e do desespero do piloto e co-piloto, aos pontapés ao veículo, correram o mundo inteiro. Tommi Makinen recebeu a notícia da conquista do seu terceiro mundial no aeroporto quando se preparava já para regressar à Finlândia.
O britânico Richard Burns (Mitsubsihi) venceu o RAC e Juha Kankkunen (finlandês) ficou em segundo lugar num Ford.
Makinen venceu o campeonato com 58 pontos (5 vitórias) e Sainz ficou em segundo lugar com 56 pontos (2 vitórias).
A Mitsubishi sagrou-se campeã com 91 pontos (7 vitórias) e a Toyota terminou na segunda posição com 85 pontos (3 vitórias).
Hoje volto novamente a falar sobre o Toyota Corolla WRC, depois de o já ter abordado em dois posts anteriores (aqui e aqui). Mas desta vez a miniatura do Toyota Corolla WRC representa uma versão nacional; o piloto é o Pedro Matos Chaves no Rali de Portugal de 1998. Esta foi a sua primeira participação no Rali de Portugal.
O rali português desse ano foi um dos mais disputados de sempre. No final da prova o escocês Colin McRae (Subaru) bateu o espanhol Carlos Sainz (Toyota) por uns meros 2 segundos. Entre os portugueses, o prémio do melhor piloto nacional foi para Rui Madeira num Toyota Celica GT-Four, que ficou na 9ª posição final. Pedro Matos Chaves foi um dos seus adversários, mas o piloto portuense optou por efectuar um rali cauteloso e regular, a pensar mais na classificação do campeonato nacional, acabando por terminar o rali na 13ª posição mas à frente de Adruzilo Lopes que era um dos seus adversários no nacional de ralis.
Pedro Matos Chaves nasceu a 27 de Fevereiro de 1965 no Porto. A carreira de Pedro Matos Chaves teve início nos karts em 1980. Depois evolui para os troféus (Toyota Starlet). Passou pela Formula Ford tendo vencido o campeonato nacional em 1985. Segui depois para a Formula Ford Britânica para dar continuidade à sua carreira. Em 1989 e 1990 corre na Formula 3000 onde participa no campeonato britânico e internacional. No ano de 1990 venceu o campeonato britânico de Formula 3000. Em 1991 consegue dar o salto para a Formula 1. Finalmente, e depois de Nicha Cabral nos anos sessenta, Portugal tinha um piloto na Formula 1. Infelizmente, Pedro Matos Chaves que tinha assinado pela Coloni, equipa de fracos recursos, a Formula 1 assistia a uma grande afluência de equipas o que levou a que algumas tivessem que participar em pré-qualificações. A Coloni era uma dessas equipas. Durante 13 GP’s Pedro Matos Chaves tentou qualificar, sem sucesso, o fraco Coloni para a grelha de partida de um GP. Depois do GP de Portugal, a 13ª e última tentativa de se qualificar para um GP, Pedro Matos Chaves desistiu e deixou a Coloni. Portugal continuou sem ter um representante, depois de Nicha Cabral, à partida de um GP. Em 1992 a sua carreira dá um passo atrás e regressa à Formula 3000 Internacional. Durante os 3 anos seguintes (1993 a 1995) corre na Formula Indy Lights, que mais não é do que uma categoria inferior da Formula Indy. Nesses 3 anos apenas conseguiu vencer uma prova, precisamente no último ano. A melhor classificação aconteceu no primeiro ano onde foi 4º no campeonato. Mas não consegue subir na categoria por isso resolve deixar o campeonato.
Em 1996 corre no Campeonato Espanhol de GT onde se sagra vice-campeão. No ano seguinte passa para o FIA GT na categoria de GT2.
No ano de 1998 passa a correr nos Ralis. Depois de muitos anos a correr em pistas Pedro Matos Chaves resolve apostar nas provas de terra batida com a Toyota. O sucesso chega nos dois anos seguintes (1999 e 2000) quando se sagra campeão nacional de ralis.
Pedro Matos Chaves venceu também o Campeonato GT Espanhol em 2002, ano em que também se estreou nas 24 Horas de Le Mans tendo obtido o 23º lugar (5º na classe GTS) com um Saleen S7-R. No ano seguinte volta a Le Mans para ficar em 22º lugar com o mesmo carro do ano anterior.
Nos anos de 2005 e 2006 ainda participa no nacional de ralis com um Renault Clio S1600, altura em que encerra a sua carreira desportiva como piloto.
Continuação do Campeonato do Mundo de Ralis de 1998
Nesta recta final do campeonato de 1998, o Rali de San Remo teve um vencedor um tanto surpreendente. O piloto Tommi Makinen (finalndês) da Mitsubishi, não sendo um grande especialista em asfalto, deu um passo decisivo para a renovação do título ao vencer um rali cujas características não lhe eram favoráveis. Causou alguma surpresa porque não era tido como um dos favoritos à vitória final no San Remo. Colin McRae apenas foi o terceiro, atrás de Piero Liatti (italiano), ambos em Subaru. Carlos Sainz, outro dos candidatos ao título, ficou-se pela quarta posição.
No Rali da Austrália a vitória de Tommi Makinen foi um misto de sorte, em dois momentos, aliada a alguma incompetência incompreensível da parte da Toyota. Sorte porque Makinen, depois de ter alguns problemas no seu Mitsubshi que foram resolvidos pelos seus mecânicos, beneficiou do abandono de McRae quando este liderava o rali, vitima do turbo. Makinen venceu com 16 segundos de avanço sobre Sainz. Mas Makinen viria a ser penalizado com 1 minuto por ter “queimado a partida”. Um vídeo provava a irregularidade de Makinen. A Mitsubishi reclamou e após uma longa reunião que terminou já de madrugada, a penalização foi retirada. Depois de uma hora à espera do apelo da Toyota, que não aconteceu, a vitória de Makinen foi confirmada. Bastaria à Toyota apresentar o vídeo que provava a irregularidade cometida por Makinen e a vitória ficaria para Sainz. Assim foi Makinen quem saiu da Austrália com a vitória e com o título quase no “bolso”.
O RAC de 1998 ficou para a história dos ralis como um dos mais cruéis e cínicos finais de um campeonato. A vítima seria o infeliz espanhol da Toyota, Carlos Sainz. Makinen chegou ao RAC com dois pontos de vantagem sobre Sainz mas um acidente praticamente no inicio do rali ditou o seu abandono. Deste modo, bastava a Sainz terminar o RAC na quarta posição para se sagrar campeão. E assim foi quase até ao fim do rali britânico. Sainz era quarto classificado até que na última especial e a 500 metros da meta uma biela do motor do seu Toyota gripou. As imagens do Toyota a deitar fumo e do desespero do piloto e co-piloto, aos pontapés ao veículo, correram o mundo inteiro. Tommi Makinen recebeu a notícia da conquista do seu terceiro mundial no aeroporto quando se preparava já para regressar à Finlândia.
O britânico Richard Burns (Mitsubsihi) venceu o RAC e Juha Kankkunen (finlandês) ficou em segundo lugar num Ford.
Makinen venceu o campeonato com 58 pontos (5 vitórias) e Sainz ficou em segundo lugar com 56 pontos (2 vitórias).
A Mitsubishi sagrou-se campeã com 91 pontos (7 vitórias) e a Toyota terminou na segunda posição com 85 pontos (3 vitórias).
4 comentários:
Olá José Antonio.
Sempre acompanho aqui do Brasil, seu blog.
Gostaria de convida-lo a passar no meu, também de miniaturas:
minisnomundo.blogspot.com
Abraços.
Obrigado pela visita, Tohmé.
Vou passar por lá!
Tem um post como pequena homenagem pra você lá no blog.
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