09 dezembro 2007

McLaren MP4-4 - Alain Prost (1988)

Esta miniatura é da marca Minichamps.
O fabuloso McLaren MP4-4 permitiu que a equipa de Ron Dennis dominasse uma temporada de Formula 1 (1988) como nunca antes nenhuma equipa o tinha conseguido… e nem nos anos seguintes, até aos dias de hoje, tal domínio voltou a ser igualado ou superado.
O McLaren MP4-4 tinha um chassis em monobloco de fibra de carbono e kevlar, o motor era o Honda Turbo que debitava cerca de 700 cv (2,5 bar) às 13.800 rpm.
O domínio exercido nesse ano pelo MP4-4 foi avassalador, para isso muito contribui também o facto da equipa McLaren ter contratado o piloto brasileiro Ayrton Senna (ex-Lotus) para ser colega do francês bi-campeão Alain Prost, tornando-se numa das mais poderosas duplas de pilotos que a Formula 1 já teve.
A Honda fornecia motores a duas equipas, a Lotus e a McLaren, mas o desempenho das duas equipas bastante diferente. A determinada altura do campeonato, a Lotus manifestou aos japoneses da Honda a sua desconfiança em relação aos motores. Ao que a Honda respondeu que não havia favorecimento à McLaren em detrimento da Lotus e como tal dava à Lotus a oportunidade de ser a primeira a escolher os motores. Mas nem mesmo assim os Lotus conseguiram voltar aos níveis demonstrados nos anos anteriores.
Mas para falar sobre o McLaren MP4-4 resolvi postar o texto que vinha na Turbo nº85 de Setembro de 1988, nas pág. 74 e 75.

“O inacessível McLaren MP4-4”

“«Para ser bem sucedido na Formula 1 é necessária a conjugação de cinco factores: chassis, motor, pilotos, pneus e uma boa organização. Se algum destes elementos falhar é impossível chegar a uma posição de relevo». Quem o afirma é Gordon Murray, responsável pelo «staff» técnico da McLaren desde 1987 depois de ter permanecido durante dezassete anos ao serviço da Brabham. Embora o chassis MP4-4 tenha a assinatura de Steve Nichols todas as directrizes do projecto foram estabelecidos por Murray. O projectista sul-africano atribui todo o sucesso do projecto à organização da equipa britânica, comandada superiormente por Ron Dennis, a qual permitiu desenvolver toda a capacidade criativa dos dezassete homens que integram os diversos sectores do departamento técnico da equipa sediada em Woking. «Na McLaren para cada projecto temos um responsável, coordenando eu todo o conjunto. É preciso não esquecer os outros engenheiros, de quem nunca se ouve falar, e sem os quais este carro não teria nascido». Mas qual é o segredo do MP4-4, um carro que não têm permitido quaisquer veleidades aos seus adversários desde a prova inaugural do campeoanto? Para Murray, o primeiro chassis totalmente novo construído pela McLaren desde 1983 apresenta um «cockpit» de soluções clássicas (à excepção da posição de condução e da caixa de velocidades) mas com ideias inovadoras. Fundamental para o domínio exercido são ainda o baixo posicionamento do motor e a caixa de velocidades utilizada (de origem Weissmann) o que permitiu obter um centro de gravidade mais baixo. Da experiência colhida com a concepção do Brabham BT55, o carro da discórdia e que precipitou a sua saída da equipa de Ecclestone, Murray sabia que o baixo posicionamento do piloto tinha consideráveis vantagens em termos aerodinâmicos, aliás amplamente comprovados no McLaren MP4-4 o que desde logo viabilizava o seu anterior projecto… A juntar a todos estes componentes há ainda que ter em conta a prestação de dois pilotos de excepção e a utilização do motor sobrealimentado Honda RA 168-E nas suas várias versões dispondo de uma ampla curva de potência utilizável.Uma questão poderá desde já levantada: também a Lotus dispõe de um motor idêntico e de um piloto que dá pelo nome de Piquet. «Também nós não conseguimos perceber esta diferença de comportamentos dos dois carros. Não há dúvida que a aerodinâmica do McLaren é diferente mas a distribuição de pesos é semelhante. É difícil de explicar…» garante Murray acerca de um carro que, poderia dominar durante mais dois ou três anos o panorama da Formula 1, mas que passará à história no final desta temporada face à regulamentação vigente nesta disciplina a partir de 1989.”
Para se melhor compreender o avassalador domínio da McLaren, deixo-vos alguns números que o MP4-4 alcançou em 1988:
- Vitórias: 15 (Senna 8 e Prost 7) em 16 GP’s (93,75%);
- Pole-positions: 15 (Senna 13 e Prost 2) em 16 GP’s (93,75%);
- Os seus pilotos ocuparam por 12 vezes a primeira linha da grelha de partida (75%);
- Melhores voltas: 10 (Prost 8 e Senna 2) em 16 GP’s (62,5%);
- Das 32 partidas que o MP4-4 fez, terminou 28 vezes e apenas abandonou 4 vezes (87,5%);
- A McLaren conseguiu 199 pontos dos 240 possíveis (82,92%); todos os pontos das restantes equipas (201) superavam os da McLaren por apenas 2 pontos.
- Conseguiu 10 dobradinhas em 16 possíveis (62,5%);
- O McLaren MP4-4 liderou 97,28% (1003 voltas) das voltas do somatório de todos os GP’s (1031 voltas).
Esta miniatura que hoje apresento é relativa ao McLaren MP4-4 de Alain Prost, vice-campeão de 1988.

1988 – O Campeonato (continuação)
O GP da Alemanha foi disputado à chuva e os dois pilotos da McLaren voltaram a dominar o fim-de-semana. Ayrton Senna venceu a corrida com Prost na segunda posição. O austríaco Gerhard Berger, da Ferrari, foi o terceiro.
Na Hungria, Senna e Prost travam um belo duelo mas é o brasileiro que sai vitorioso. Prost ficam com o segundo lugar. Thierry Boutsen (Benetton) ficou em terceiro lugar.
No GP da Bélgica, Senna obtém a sua 7ª vitória da época e pela primeira vez chega ao primeiro lugar do campeonato, apesar de Prost ter o mesmo número de pontos (66) mas apenas 4 vitórias. Na corrida Prost também ficou em segundo lugar. O piloto da “casa”, Boutsen conseguiu uma excelente terceira posição final.
Em Italia houve uma surpresa e aconteceu aquilo que não se esperava… a McLaren não venceu a corrida. No entanto os McLaren voltaram a exercer o seu normal domínio sobre os adversários. Mas o imprevisto aconteceu, Prost já tinha abandonado quando perto do final da corrida, Senna que parecia caminhar para uma nova vitória comete um erro ao ultrapassar um piloto atrasado e os dois colidem provocando o abandono do brasileiro da McLaren. Quem a aproveitou foi a Ferrari que conseguiu a única vitória e dobradinha da época. Foi o delírio para os milhares de “tifosi” que vibraram com a vitória “caseira” da Ferrari. Berger foi o primeiro seguido de Michelle Alboreto (italiano). O americano Eddie Cheever conseguiu um afortunado terceiro lugar para a Arrows.
O GP seguinte era disputado em Portugal e foi no nosso país que eventualmente terá acontecido o primeiro desentendimento entre Alain Prost e Ayrton Senna. Prost venceu a corrida de forma categórica mas quando ultrapassou Senna, na segunda volta, o brasileiro ao defender-se “apertou” Prost contra o muro das “boxes”. Senna foi apenas 6º devido a problemas de consumo. O italiano Ivan Capelli (March) efectuou uma excelente corrida e foi a grande surpresa do fim-de-semana ao ficar no segundo lugar. Thierry Boutsen coleccionou mais um terceiro lugar para a Benetton.
No GP de Espanha, Prost voltou a vencer e Senna voltou a ter problemas com o consumo de combustível e foi apenas quarto. Nigel Mansell (inglês) conseguiu levar o Williams até à segunda posição e Alessandro Nannini (italiano) foi o terceiro num Benetton. Prost já a descontar pontos, apenas amealhou 3 dos 9 pontos da vitória. Por outro lado, Senna estava a uma vitória de se sagrar campeão do mundo pela primeira vez, e isto apesar de Prost ter 84 pontos e Senna 79 pontos.
O GP do Japão foi o momento de consagração para Senna. Com a vitória Ayrton Senna conseguia o seu primeiro título na Formula 1. A performance de Senna foi fantástica. No início atrasou-se ao falhar o arranque mas efectuou uma recuperação soberba até ao primeiro lugar. Prost ficou em segundo lugar mas teve que descontar todos os pontos devido à regra das 11 melhores classificações. Boutsen ficou em terceiro lugar.
O GP da Austrália, que se disputou já com a questão dos títulos decidida, a McLaren foi novamente e sem surpresa a dominadora. Prost terminou em primeiro e Senna foi o segundo, obtendo a McLaren a 10ª dobradinha da temporada. O piloto brasileiro Nelson Piquet (Lotus) ficou com o último lugar do pódio, amenizando assim uma fraca temporada do tri campeão mundial. E esta foi a última vez em que um motor turbo participou na Formula 1.
Senna sagrou-se campeão com 90 pontos (8 vitórias) contra os 87 pontos de Prost (7 vitórias). A McLaren venceu o campeonato de construtores com 199 pontos (15 vitórias) e a Ferrari ficou em segundo lugar com 65 pontos (1 vitória).

Os pilotos do McLaren MP4-4 em 1988 foram: Alain Prost e Ayrton Senna.
Vitórias: 15 (A. Senna: 8; A. Prost: 7)
Pole-position: 15 (A. Senna: 13; A. Prost: 2)
Melhor volta : 10 (A. Senna: 2; A. Prost: 8)

3 comentários:

PGAV disse...

Caro José, nunca chego a tempo de lhe desejar bom fim de semana, mas sim, boa semana de trabalho. Juro que não faço de prepósito LOL!

Caro José, espero que se encontre de boa saúde. José venho anunciar-lhe (quase com uma lágrima no canto do olho LOL) que já tenho no meu blog, publicada a minha última miniatura do ano de 2007. Acho que me despeço em grande deste ano. As outras minhas encomendas, que ainda são algumas, já chagaram umas, outras ainda estão a caminho, mas só as vou buscar já em 2008.

Esta miniatura que assinala a minha última compra de 2007, não será daquelas que mais admira mas, mesmo assim de certo que vai gostar, ainda mais pelo facto de o automóvel (real) ainda mal se vê nas nossas estradas...

Grande Abraço!

Pedro

PGAV disse...

Este Mclaren teve, a meu ver o seu grande momento nas mãos do Senna!

Excelente aquisição José!

Abraço!

Anónimo disse...

Outro carro campeão. Tenho essa ( do Prost 1:18) e duas do Senna (1:43) Todas Minichamps.Abraços