15 maio 2021

McLaren M23 - Emerson Fittipaldi (1974)

Esta miniatura pertence à colecção da Altaya “Lendas Brasileiras do Automobilismo” (Fasc. Nº 9).
O McLaren M23 foi desenhado por Gordon Coppuck que se inspirou na forma em cunha iniciada pelos Lotus 72 em 1970, tendo introduzido melhorias em relação à aerodinâmica e refrigeração. O Mclaren M23 foi evoluindo ao longo dos anos em que esteve em competição. O projecto era tão bom que o carro esteve em actividade desde 1973 até 1978. O motor era o Ford Cosworth DFV V8 com 2993 cc de 450 cv de potência. O Mclaren M23 fez a sua estreia em 1973 no GP da Africa do Sul com Denny Hulme (neo-zelandês) a obter a pole-position e a terminar a corrida em 5º lugar. A última corrida do M23 foi em 1978 no GP de Itália com o brasileiro Nelson Piquet ao volante, que terminou na 9ª posição. O Mclaren M23 venceu 16 GP’s (6 por James Hunt, 5 por Emerson Fittipaldi, 2 por Denny Hulme, 2 por Peter Revson e 1 por Jochen Mass); a McLaren venceu com o M23 dois títulos de pilotos (1974 e 1976) e um título de construtores (1974).
A miniatura apresentada representa o McLaren M23 de Emerson Fittipaldi no GP de Espanha de 1974. Fittipaldi viria a sagrar-se campeão em 1974 com 3 vitórias (GP’s do Brasil, Bélgica e Canadá) obtendo 55 pontos.
O campeonato de 1974 começou com uma vitória do piloto neozelandês Denny Hulme em McLaren. A Ferrari, que finalmente dava sinais de querer sair do período negro que atravessou nos dois anos anteriores, consegue o segundo e terceiro lugar através da nova dupla de pilotos, Niki Lauda (austríaco) e Clay Regazzoni (suíço). No GP do Brasil, a McLaren volta a vencer, desta feita é Emerson Fittipaldi (brasileiro) que vence o GP do seu país. O piloto argentino, Carlos Reutmann, vence o GP da Africa do Sul com o Brabham. Niki Lauda (Ferrari) vence o seu primeiro GP na Formula 1 no GP da Espanha, seguido pelo seu colega Regazzoni. A Ferrari já não vencia desde o GP da Alemanha de 1972. Emerson Fittipaldi (McLaren) regressa às vitórias no GP da Bélgica. O rapidíssimo sueco Ronnie Peterson dá à Lotus a sua primeira vitória do ano no GP do Mónaco. Jody Scheckter (sul-africano) vence o seu primeiro GP da carreira na Suécia com um Tyrrell. No GP da Holanda, Lauda (Ferrari) consegue a sua segunda vitória do ano e da carreira. Nos GP da França e da Grã-Bretanha, vitórias para R. Peterson (Lotus) e J. Scheckter (Tyrrell), respectivamente. Emerson Fittipaldi (McLaren) fica em segundo lugar na Grã-Bretanha. No GP da Alemanha, Clay Regazzoni (Ferrari) obtêm aquela que foi a sua única vitória neste ano. Estavam então decorridos onze GP’s, faltavam quatro para o final do campeonato. A classificação era a seguinte: 1º Regazzoni com 44 pontos, 2º Scheckter com 41 pontos, 3º Lauda com 38 pontos e 4º Fittipaldi com 37 pontos. Nos construtores: 1º Ferrari com 57 pontos, 2º McLaren com 49 pontos e 3º Tyrrell com 44 pontos.
No GP da Áustria, Carlos Reutmann (Brabham) vence e dos quatro primeiros classificados do campeonato apenas Regazzoni pontua, termina a prova em quinto lugar. Na Itália, R. Peterson (Lotus) consegue a sua terceira vitória do ano e Fittipaldi (McLaren) é segundo classificado. No GP do Canadá Fittipaldi dá um passo decisivo em direcção ao título, que ao vencer a prova canadiana iguala Regazzoni no campeonato. À partida para a última prova do ano, o GP dos EUA, ainda havia três pilotos com aspirações ao título: Fittipaldi (52 pontos), Regazzoni (52 pontos) e Scheckter (45 pontos). O vencedor da prova foi Reutmann (Brabham) e o título foi conquistado por Emerson Fittipaldi que termina em quarto lugar. Nem Regazzoni nem Scheckter conseguem pontuar. Fittipaldi é campeão com 55 pontos (3 vitórias), o segundo foi Regazzoni com 52 pontos (1 vitória) e o terceiro foi Scheckter com 45 pontos (2 vitórias). A McLaren que nunca tinha conseguido vencer nenhum dos títulos (pilotos e construtores) vence também o de construtores com 73 pontos (4 vitórias) e a Ferrari fica em segundo lugar com 65 pontos (3 vitórias).

Emerson Fittipaldi nasceu a 12 de Dezembro de 1946 no Brasil. Emerson Fittipaldi que viria a ser o primeiro campeão brasileiro na Formula, saiu do Brasil para correr na Europa em 1969, tendo participado na Formula Ford, Formula 3 e Formula 2 onde conseguiu obter vitórias que chamaram a atenção e pouco tempo depois estreava-se na Formula 1 pela mão de Colin Chapman. A sua estreia aconteceu no GP da Inglaterra de 1970 num Lotus 49C, onde obteve um oitavo lugar. Ainda nesse ano viu-se promovido a primeiro piloto da Lotus por causa da morte do seu colega de equipa Jochen Rindt (austríaco), que viria a sagrar-se campeão póstumo. A sua primeira vitória aconteceu ainda nesse ano no GP dos EUA com o Lotus 72C. A carreira de Fittipaldi na F1 durou 11 
temporadas (de 1970 a 1980), tendo alcançado 14 vitórias, 6 pole-positions e 6 melhores voltas. Correu pela Lotus de 1970 a 1973, tendo sido campeão em 1972 e vice-campeão em 1973; depois mudou para a McLaren, onde venceu o campeonato de 1974 e foi novamente vice-campeão em 1975. Durante muitos anos Emerson Fittipaldi deteve o record do campeão e bi-campeão mais novo da F1. No final de 1975 decide deixar a McLaren e assinou pela Copersucar (equipa brasileira do seu irmão Wilson Fittipaldi). Esta decisão de mudar para a Copersucar terá afetado o resto da carreira de Emerson Fittipaldi na F1 (apesar de ter tido uma oferta, prontamente por ele recusada, da Ferrari em 1976 depois do acidente do austríaco Niki Lauda). Durante o resto da sua carreira, de 1976 a 1980, Fittipaldi corre pela Copersucar (em 1980 a equipa mudou de nome para Fittipaldi) sem que tenha tido grandes resultados; durante esses 5 anos o melhor que conseguiu foram dois pódios: um 2º lugar no GP do Brasil em 1978 (por sinal o melhor ano dele na Copersucar) e um 3º lugar no GP dos EUA de 1980. A partir de 1981 deixa de pilotar e dedica-se apenas a gerir a sua equipa Fittipaldi na F1, tendo a aventura terminado em 1982. Emerson Fittipaldi participou em 144 GP’s (de 1970 a 1973 pela Lotus, com 9 vitórias e um título de Campeão do Mundo; de 1974 a 1975 pela McLaren, com 5 vitórias e um título de Campeão do Mundo; e de 1976 a 1980 pela Copesrsucar/Fittipaldi). Depois da F1, Fittipaldi volta às pistas em 1984 para correr na CART, onde viria a sagrar-se campeão em 1989, tendo vencido as 500 Milhas de Indianapolis nesse ano e em 1993. A sua carreira por terras americanas durou até 1996 até que um acidente lhe ditou o fim das corridas quando estava já com quase 50 anos.
Os pilotos do McLaren M23 em 1974 foram: #5 Emerson Fittipaldi, #6 Denny Hulme, #33 Mike Hailwood, #23 Dave Charlton, #33 David Hobbs e #33 Jochen Mass.
Vitórias: 4 (E. Fittipaldi: 3; D. Hulme: 1)
Pole-Postion: 2 (E. Fittipaldi: 2)
Melhores voltas: 1 (D. Hulme: 1)
NOTA: o vídeo tem um erro meu; menciono que o Emerson Fittipaldi venceu o GP de Espanha de 1974 com o McLaren M23 quando na realidade ficou em 3º lugar. Desde já agradeço ao Gattamelata que me chamou à atenção do erro.

4 comentários:

Juanh disse...

Hermoso M23 de Emerson!
Estos M23 junto al Lotus 72 fueron de los coches más longevos en la historia de la F1.
Abrazo!

José António disse...

Olá, Juanh! Sim é verdade, esses foram dois dos monolugares com maior longevidade na F1 e dos mais vitoriosos. Abraço.

gattamelata disse...

Los años 70 nos dejaron maravillas en la F1. El McLaren M23 es inolvidable y la temporada 74 tuvo muchas alternativas. Si el Ferrari de Regazzoni no hubiera roto el motor cuando estaba solo en cabeza en Monza, no hubiera sido el brasileño campeón del mundo.
John Barnard, el autor de la famosa serie de McLaren MP4 y de los primeros chasis de fibra de carbono, siempre reclamó ser el autor al 50% del M23, normalmente adjudicado sólo a Coppuck.
Me encanta la foto del McLaren en el viraje de Portago en el Jarama, con los coches del aparcamiento detrás. Entre ellos estaba un Renault 8 blanco, matrícula M-797818, que nos llevó al circuito. Sí, yo tenía quince años y era mi primer GP en directo. Empezó con lluvia, hasta que el asfalto se secó con algo más de veinte vueltas disputadas. Ronnie Peterson, que había encabezado la prueba desde el principio, salió de boxes con neumáticos lisos y una llave pegada a una de las ruedas traseras (no existían todavía las pistolas neumáticas) y fue el final de su carrera. Lauda llevó el Ferrari a la primera victoria y el auto que presentas acabó tercero. Más anécdotas: Merzario perdió el alerón trasero en la curva de la rampa de Pegaso, pegando un buen susto a los comisarios del puesto de control que vieron al Iso muy, muy cerca, mientras una de las ruedas bajaba la cuesta a buena velocidad...
Se me olvidaba. La curva de Portago ya no existe, pues el trazado cambió en una remodelación del Circuito. Una pena. Era la curva más difícil, donde se demostraba la valía del piloto y la bondad del chasis.
Tienes un error al comenzar el vídeo. Dices vencedor del GP España 74, pero Fittipaldi fue tercero, tal como indicas antes en la entrada, ya fue la primera victoria de Lauda en la F1.
Diez años después, Lauda se proclamó campeón del mundo de F1 por tercera vez, quedando segundo en la última prueba en Estoril. Fue mi primera visita al Autódromo, donde tres madrileños que estábamos en la pelouse, en la larga curva a derechas después del fin de recta, compartimos con cuatro portugueses la alegría por el triunfo del austríaco. Alegría y una buena botella de Porto Ferreira Tawny, en un fin de semana para la historia. Fue en octubre de 1984. Volvimos en abril del 85, al siguiente GP de Portugal y tuvimos la fortuna de presenciar la primera victoria de Senna en la F1, el día de la gran tormenta. Ayrton Senna da Silva, el mejor piloto que vi correr.
¡Força Portugal!
Saludos.

José António disse...

Olá Gattamelata, obrigado pela visita e comentário.
Aaaahhh, os anos setenta da F1 foram muito bons, perigosos mas fabulosos. É uma das minhas época preferidas da F1 assim comos os anos oitenta.

Não sabia que Barnard tinha participado na concepção do M23. Estou sempre a aprender coisas novas sobre a F1. O nosso hobbie tem destas coisas... aprendemos sempre.

Deve ter sido uma experiência brutal, assistir um GP aos quinze anos e nos anos setenta. Eu apenas assisti a dois GP de Portugal (1989 e 1990), tinha 19 e 20 anos. Foi fantástico, nunca mais esqueci esses dias.

O erro no meu video!!! Imperdoável!!! Obrigado por me chamares a atenção... como foi possível cometer tão grande erro... é que sou fã do Niki Lauda e sei perfeitamente que a sua primeira vitória na F1 foi no GP de Espanha de 1974... imperdoável! eheheh!

Assistir à conquista do campeonato por parte do Niki Lauda em 1984 deve ter sido uma brutal experiencia também. quem me dera ter assistido a esse GP no Estoril.
Assitir uns meses depois à primeira vitória de Ayrton Senna, apesar da chuva, deve ter sido uma experiencia inolvidável também. FANTÁSTICO assistir à consagração de Lauda em 1984 e à vitória de Senna em 1985.

Grande abraço
José