Faz hoje sete
anos que iniciei o blog 4Rodinhas, e embora já não tenha a mesma dinâmica
desses tempos, em parte porque a colecção já se encontra aqui exposta, a
vontade de dar continuidade a este projecto continua intacta. O que sucede
actualmente é que agora apenas vou postando as novas aquisições para a minha
colecção de miniaturas à escala 1/43.
No entanto não
quero deixar de assinalar esta ocasião e aproveitar o facto para agradecer a
todos os visitantes que por aqui passam e convidá-los, caso queiram, a fazer
uso da caixa de comentários para dar as suas opiniões.
Bem hajam a
todos!
Esta miniatura pertence
à colecção Ferrari F1 Collection – Fasc.
Nº 12.
A temporada de
1985 foi a última a que Enzo Ferrari assistiu com vida em que a sua equipa
esteve perto de conquistar os títulos em disputa. Enzo Ferrari viria a
falecer em 1988 mas este ano de 1985 foi de facto o ano em que a sua equipa com
um piloto italiano estiveram grande parte do campeonato na liderança contudo na
parte final (ultimo terço) do campeonato as coisas inverteram-se e todos os
esforços foram em vão no sentido de chegar à conquista do(s) título(s).
O monolugar da
Ferrari para o ano de 1985 era completamente novo e Enzo Ferrari depositava
grandes expectativas para essa temporada. Concebido pelo engenheiro britânico
Harvey Postletwaite, o Ferrari 156-85 dispunha de um motor turbo V6 de 1496 cm3
com uma potência máxima de 780 cv às 11500 rpm. Para a qualificação o motor
podia atingir os 1000 cv de potência (facto que era também muito comum nos
motores adversários). O chassis era um monobloco, compósito de kevlar e fibras
de carbono. A caixa era manual e dispunha de 5 velocidades. Na época os F1
estavam limitados a um consumo máximo de 220 litros de combustível por prova.
A miniatura representa o Ferrari 156-85 do piloto italiano Michele Alboreto no campeonato de 1985.
A equipa de
pilotos da Ferrari era a mesma que tinha participado no campeonato de 1984:
Michele Alboreto (italiano) e René Arnoux (francês). Foi com estes dois pilotos
que a Ferrari se apresentou no inicio do campeonato no Brasil. Contudo entre a
prova brasileira e o GP de Portugal o piloto francês foi substituído pelo sueco
Stefan Johansson. As razões do sucedido nunca foram explicadas e até hoje o
mistério do despedimento de Arnoux continua.
No Gp do Brasil os
pilotos da Ferrari obtiveram um resultado positivo: Alboreto fez a
pole-position (a única na temporada) e foi o segundo classificado na corrida,
atrás do francês Alain Prost em McLaren; Arnoux foi o quarto classificado. Após
este resultado Arnoux foi substituído por Johansson.
O GP de Portugal
realizou sob condições atmosféricas adversas, contudo Alboreto conseguiu
novamente o segundo lugar atrás do Lotus de Ayrton Senna (brasileiro) que
vencia pela primeira vez uma prova na F1. Johansson na sua primeira prova pela
Ferrari, sem grande tempo de adptação ao 156-85, ficou-se pela oitava posição.
No circuito de
Imola, uma prova que causava alguns problemas ao nível do consumo de
combustível, os Ferrari estiveram entre o “céu e o inferno”, Alboreto desistiu
(mas efectuou a volta mais rápida) no entanto Johansson esteve muito perto de
vencer a prova mas ficaria pelo sexto lugar. A quatro voltas do fim Senna, que
liderava a prova desde o inicio, fica sem combustível e entrega a liderança a
Johansson que ao fim de mais uma volta fica também sem combustível. Prost herda
a liderança e vence a prova praticamente já sem combustível também. Mas nas
horas seguintes é desclassificado e Elio de Angelis (italiano) num Lotus é
declarado o vencedor do GP de Imola com Thierry Boutsen (belga) em segundo lugar num Arrows..
No GP do Monaco
Alboreto soma o seu terceiro segundo lugar em 4 provas; Prost é o vencedor;
Johansson desiste num acidente logo na primeira volta. Alboreto volta a fazer a
volta mais rápida da prova.
O GP do Canadá
“deu” à Ferrari a sua primeira e única dobradinha da temporada: Alboreto vence
a corrida com Johansson em segundo lugar. No GP dos EUA, Keke Rosberg
(finlandês) vence a prova num Williams, Stefan Johansson fica em segundo e
Alboreto é terceiro. Com seis provas realizadas, Alboreto é o primeiro
classificado do campeonato com 31 pontos seguido de De Angelis com 24 pontos e
Prost com 22 pontos.
O GP da França
não foi favorável a Alboreto que teve que desistir com o motor partido mas o
seu colega de equipa conseguiu um quarto lugar. Nelson Piquet (brasileiro)
venceu a prova francesa com o Brabham e Prost foi o terceiro classificado atrás
de Rosberg.
No GP da
Grã-Bretanha Alain Prost vence a corrida com Michele Alboreto em segundo lugar.
Na prova seguinte, disputada na Alemanha, estes dois pilotos inverteram as
posições: Alboreto obtêm uma bela vitória com Prost em segundo lugar. Nestas
duas provas Johansson não conseguiu pontuar. Alboreto liderava o campeonato com
46 pontos mais 5 que Prost.
No GP da Áustria
Prost acabaria por alcançar Alboreto no campeonato ao vencer a prova tendo o
italiano da Ferrari terminado a prova em terceiro lugar. Johansson foi o quarto
classificado. Nesta fase do campeonato a McLaren demonstrava uma clara e
significativa subida de forma que ficaria mais uma vez demonstrada no GP da
Holanda. Por outro lado a Ferrari dava sinais de alguma estagnação causando
preocupação para o resto do campeonato. A corrida holandesa “deu” a última
vitória da carreira de Niki Lauda (austriaco) num McLaren tendo Prost, seu
colega de equipa, terminado em segundo lugar. Alboreto ficou em quarto lugar.
Foram os seus últimos pontos conquistados em 1985.
Alain Prost
venceu o GP de Italia; Alboreto não pontuou e Johansson, que não pontuou na
Holanda, arrecadou dois pontos pelo quinto lugar. Na Bélgica, Prost fica em 3º
lugar e a vitória foi de Ayrton Senna. Mais uma vez nenhum Ferrari pontua. No
GP da Europa, disputado no circuito de Brands Hatch, Alain Prost finalmente
conquista o título de campeão ao terminar na quarta posição. O britânico Nigel
Mansell num Williams vence a prova, a sua primeira da carreira. A Ferrari volta
a não pontuar. Com dois GP’s para terminar a época, há a registar duas vitórias
para a Williams: na África do Sul para Mansell e em Adelaide (estreia da
Austrália na F1) para Rosberg. Johansson é o único piloto da Ferrari a pontuar:
quarto na África do Sul e quinto na Austrália.
O campeonato
termina com Alain Prost campeão (73 pontos e 5 vitórias) e Michele Alborteto em
segundo lugar com 53 pontos (2 vitórias). Stefan Johansson fica em 7º lugar com
26 pontos e Arnoux em 18º lugar com 3 pontos. A McLaren sagra-se campeã com 90
pontos (6 vitórias) e a Ferrari termina em segundo lugar com 82 pontos (2
vitórias).
Michele Alboreto
nasceu a 23 de Dezembro de 1956 em Itália. Depois de ter passado pelas formulas
de formação e da conquista do título de Formula 3, a sua estreia na Formula 1
aconteceu no Gp de Imola de 1981 pela equipa Tyrrell. A equipa de Ken Tyrrell
já não era a mesma que no final dos anos 60 e início dos anos 70 lutava pelos
títulos mas Ken Tyrrell continuava a saber escolher os jovens pilotos com
potencial para serem campeões na F1, como era o caso de Michele Alboreto.
Nesta primeira
temporada de F1 nada de relevante se passou para Alboreto a não ser a sua
aprendizagem na categoria máxima do desporto automóvel. Em 1982 os resultados
começaram a aparecer até que na última prova da época Alboreto chega à vitória,
a sua primeira na F1, no GP de Las Vegas. No ano seguinte, em 1983, Alboreto
continua com a Tyrrell e vence mais uma prova. Os bons resultados chamam a
atenção a Enzo Ferrari que o contrata para 1984. Assim Alboreto chega à Ferrari
com a esperança de ser o próximo campeão do mundo italiano na F1. O último
tinha sido Alberto Ascari em 1953. Em 1984, num ano dominado pela McLaren,
Alboreto vence apenas uma prova com a Ferrari. O ano de 1985 trazia melhores e
maiores esperanças. De facto foi a melhor oportunidade que Alboreto teve para
se sagrar campeão no entanto a parte final do campeonato foi bastante adversa
para o italiano que viu as suas hipóteses a esfumarem-se num ápice. Termina a
época como vice-campeão com duas vitórias, não voltaria a vencer na F1. A
partir daqui a sua carreira na F1 entra em declínio. De 1986 a 1988, ainda na
Ferrari consegue alguns pódios mas fica sempre atrás dos seus colegas de
equipa. Em 1989 regressa à Tyrrell onde ainda obtêm um terceiro lugar no México
mas problemas com patrocínios levam-no para a Lola, sem grandes resultados. Nos
3 anos seguintes (1990 a 1992) Alboreto corre pela Footwork, tendo conquistado
pouco mais de meia dúzia de pontos nesses anos. Em 1993 faz 9 Gp’s pela Lola
mais uma vez sem grandes resultados. Em 1994 efectua a sua última temporada na
F1 pela Minardi, tendo como melhor resultado o sexto lugar alcançado no Mónaco;
um belo resultado na mítica prova e com um fraco carro. Ao todo Michele
Alboreto participou em 194 GP’s, tendo vencido apenas 5 provas, 2
pole-positions e 5 melhores voltas. Obteve 23 pódios e conquistou 186,5 pontos.
Resumidamente,
depois da Formula 1 Michele Alboreto redirecciona a sua carreia para o DTM
(1995), Indy Racing League (IRL) em 1996, ainda participou no IMSA (1997). Em
1997 vence as 24 Horas de Le Mans, com Tom Kristensen e Stefan Johansson (seu
ex-colega da F1 na Ferrari) com um TWR Porsche. Depois na Audi ainda tentou
vencer novamente as 24 Horas de Le Mans em 1999 e 2000. Em 2001 ainda vence as
12 Horas de Sebring com a Audi. Mas depois nuns testes em Lausitzring
(Alemanha) quando conduzia o Audi R8, um rebentamento de um pneu causou o
acidente que o vitimaria. Foi a 25 de Abril de 2001, Michele Alboreto tinha 44
anos.
Os pilotos do
Ferrari 156-85 em 1985 foram: #27 Michele Alboreto (italiano), #28 René Arnoux
(francês) e #28 Stefan Johansson (sueco).
Vitórias: 2 (M. Alboreto: 2)
Pole-position: 1 (M. Alboreto: 1)
Melhor volta: 2 (M. Alboreto: 2)
2 comentários:
¡Felicidades José Antonio!
Mantener 7 años un blog es un gran logro, no importa la continuidad que hoy puedas darle; siempre estaremos atentos a las novedades.
A todos nos pasará un día de haber mostrado todas nuestras miniaturas, y a partir de ese día empezaremos a mostrar sólo lo nuevo que vamos incorporando. Pero lo importante es continuar amigo.
Pasando a la bella Ferrari, recuerdo a Michelle de su paso con el March 803 por la F3 en 1980, y su ingreso en 1981 con Tyrrell en la F1. Luego, sus años en Arrows/Footwork.
Gran piloto.
Abrazos!
Obrigado, Juanh!
É isso mesmo, no entanto já estive tentado a refazer um novo artigo de uma ou outra miniatura que já aqui coloquei.
Sobre o Alboreto: este piloto faz parte da Formula 1 dos anos 80, logo para mim uma das melhores época da F1, senão a melhor. Adoro os carros desta época.
Mais uma vez obrigado.
Abraço
José
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