08 maio 2011

Simca 1100 S - B. Fiorentino - M. Gelin (Rali de Monte Carlo de 1972)

Esta miniatura pertence à colecção Rally Collection (fasc. nº 35).
Em 1972 o Rali de Monte Carlo já ia na 41ª edição e a avaliar pela lista de inscritos parecia que nenhuma marca de automóveis queria faltar a este grande acontecimento. A lista de participantes da época deixa actualmente qualquer organizador de um rali do mundial “verde” de inveja: nesse longínquo ano de 1972 o Monte Carlo registou 264 participantes. A prova iria decorrer em Janeiro, entre 21 a 28 desse mês. Nesses tempos, o rali era composto por duas partes distintas: havia um percurso de concentração ao longo de 3 dias e 3 noites, onde os concorrentes partiam de vários pontos da Europa até à concentração no Mónaco; a segunda parte do rali era constituída de 398 km de provas cronometradas; ao todo a edição de 1972 do Monte Carlo constava de 5900 km.
O vencedor desse ano foi o piloto italiano Sandro Munari ao volante de Lancia Fulvia 1.6 Coupé HF. A oposição do piloto italiano vinha do Porsche de Larrouse e da frota dos Alpine-Renault. Munari venceu e Larrouse foi o segundo classificado.
A Simca (Société Industrielle de Mécanique et Carrosserie Automobille) foi criada em 1935 com o objectivo de facilitar a produção dos Fiat na França. Em 1958 a Chrysler entrou no capital da Simca, tornando-se maioritária em 1970. Posteriormente com as dificuldades financeiras da Chrysler, a Simca é adquirida pela Peugeot, passando-se a designar por Talbot em 1980. Sete anos mais tarde a história da Simca terminou quando saiu o último Talbot. In fascículo nº 35 da Colecção Rally Collection.
A miniatura de hoje é o Simca 1100 S de Bernard Fiorentino (francês) no Rali de Monte Carlo de 1972. Como é fácil de compreender, Fiorentino não lutava pela vitória na classificação geral mas propunha-se vencer na sua categoria e terminar a melhor posição possível o Rali de Monte Carlo.
O Simca 1100 S dispunha de um motor de 4 cilindros em linha, com 1294 cc que debitava 65 cv de potência às 6500 rpm. A tracção era à frente e utilizava uma caixa de 4 velocidades. Apesar das modestas prestações, o Simca 1100 S (“S” de Spécial) tinha um temperamento nervoso, com um bom comportamento em estradas sinuosas. O motor era suave e tinha boas recuperações; a suspensão era confortável e o sistema de travagem transmitia confiança a quem andasse depressa.
Bernard Fiorentino, que já era piloto da Simca desde 1967, apresentou-se no Rali de Monte Carlo de 1972 ao volante de um Simca 1100 S. Na primeira parte da prova Fiorentino sofreu uma penalização de 1m30s por ter trocado de travões traseiros. Isso significava que Fiorentino partia para as provas cronometradas com um minuto e meio de atraso, logo esperava-se uma prova difícil. Com um carro de modestas prestações, Fiorentino sentia algumas dificuldades nas subidas mas com o seu talento conseguia compensar e recuperar tempo perdido nas descidas. Houve outro factor que entrou em cena que viria a beneficiar Fiorentino e o Simca: a neve. Mais uma vez, com o seu talento aliado à boa motricidade do carro, Fiorentino soube escapar ileso das especiais cheias de lama e gelo, que foram fazendo uma razia nos seus adversários. Na última noite do Monte Carlo, Fiorentino conseguiu levar o pequeno Simca ao fim de uma prova tão difícil como o Monte Carlo: dos 264 participantes iniciais apenas 24 conseguiram chegar ao fim. Bernard Fiorentino terminou no 16º lugar da geral, foi o 3º do Grupo1 e venceu a Classe 1300. Nada mal.
No ano seguinte, Bernard Fiorentino voltou ao Monte Carlo com outro Simca, história que já vos contei aqui no 4Rodinhas.

2 comentários:

PGAV disse...

Olá José!

Esse miniatura leva-me à minha infância! Andei muitas vezes num Simca desses mas versão estrada!!!

Era bem conformtável! Fazia muito barulho aquele motor!

Abraço

Mauro Rossi disse...

Hermoso este Simca, tampoco vamos a poder contar con el, en la edición Argentina.