Esta miniatura pertence à colecção Rally Collection – Fasc. nº 28.
Confesso que a marca DAF sempre me fez lembrar os camiões e nunca me passou pela ideia que a DAF também estive envolvida nos automóveis (ainda estará?) e nos ralis, neste caso no Monte Carlo.
Para explicar a história da DAF vou transcrever o texto que vem no fascículo que acompanha a miniatura:
“A história da DAF
Criada na Holanda em 1928 pela família Van Doorne, a DAF (Doorne Automobile Fabrikien) começou a fabricar automóveis em 1959. Especializou-se imediatamente no nicho dos pequenos automóveis lançando um modelo equipado com um motor de dois cilindros, de 600 cm3 e 22 cv. Conhecido por «Daffodil» (Margarida), a sua evolução (750 cm3 e 32 cv) teve muito sucesso. Após o semifracasso do 44 desenhado por Michelotti em 1965, a marca recorreu à mecânica Renault e instalou o motor de 1108 cm3 do R8 no 55. Este manteve-se em produção até 1972 e foi substituído pelo 66, já com o nome de «Volvo», pois entretanto a marca sueca adquiriu a Daf que se encontrava em dificuldades financeiras (ao todo, produziram-se 800 000 automóveis). Durante a sua existência, a Daf mostrou-se sempre muito activa em competição e uma versão «S» do Daffodil (850 cm3) destacou-se nalguns ralis. Preparados pelo departamento de competição da marca, os Daf começaram por espalhar o terror nos 600 cm3 e 700 cm3 e depois nos 1100 cm3 com o 55, no qual chegou mesmo a ser montado um 1440 cm3 Gordini. Para o gelo e o rallycross criou-se um protótipo 55 com quatro rodas motrizes e um motor instalado longitudinalmente ao lado do piloto. Um Daf com chassis Brabham também marcou presença na Formula 3 (1000 cm3), ao passo que um Huron com transmissão Variomatic e 280 cv causou sensação nas rampas. Inscritos na Maratona Londres-Sidney, os dois Daf 55 terminaram esta dura prova e deram origem à versão «Marathon» com motor do Renault R8 «S», faixas laterais e um interior específico.”
O DAF 55 dispunha de um motor de 4 cilindros em linha da Renault; a cilindrada era de 1108 cm3 e a potência podia atingir os 50 cv às 5000 rpm. A característica mais importante deste pequeno automóvel era a sua transmissão Variomatic. Para melhor explicar esta particularidade do DAF 55 vou também transcrever o texto do fascículo que acompanha a miniatura:
“A caixa de 100 mudanças
Os DAF eram apreciados pela sua estética particular, preço e facilidade de condução, sobretudo por serem automáticos graças à famosa Variomatic. O engenheiro Hub Van Doorne inovou logo no primeiro modelo com o sistema Variomatic. Esta caixa-transmissão dava a sensação de que o automóvel possuía um nuúero incalculável de mudanças e que o condutor não precisava de as engrenar ou desengrenar. A Variomatic é formada por quatro polies: duas são motrizes e estão ligadas ao motor através de um cardan; as outras duas são receptoras e cada uma está ligada a uma das rodas traseiras. As duas polies traseiras são accionadas por correias de borracha compósita. Nas paragens, as polies detrás são mantidas fechadas por molas de diafragma. Quando o DAF arranca, a embraiagem centrífuga liga o motor às polies motrizes. Estas têm massas que permitem alterar o equilíbrio ou inércia e estes pesos obrigam as polies a fecharem. Como o comprimento das correias é sempre o mesmo, estas obrigam as polies detrás a abrir, aumentando incessantemente a desmultiplicação. Através de um sistema ligado à depressão do motor, as polies da frente ficam no vazio em relação à embraiagem ou aquando das travagens. Este processo também serve para o quick down. Este engenhoso processo seria classificado de «caixa das cem mudanças». Até ao aparecimento do modelo 55, os DAF não tinham diferencial. Era o patinar da correia sobre a polie e do pneu sobre a estrada que serviam de diferencial, o que proporcionava um bom comportamento dos DAF na neve. A Variomatic evoluiu com os modelos e os DAF 55 produzidos a partir de 1972 também foram equipados com um diferencial e um eixo DE Dion.”
A miniatura apresentada é o DAF 55 de Claude Laurent (francês) no Rali de Monte Carlo de 1972. Neste ano o Rali de Monte Carlo ia para a sua 41ª edição e contava com uma impressionante lista de inscritos: 264 participantes! Um desses participantes era o piloto francês Claude Laurent que ia participar num DAF 55. Claude Laurente era já um veterano nestas andanças no Monte Carlo, ia para a sua 12ª participação; tinha iniciado em 1952. A sua ligação à DAF vinha já de alguns anos, tendo dado nas vistas ao participar numa gincana da Cibié em Vierzon com uma forguneta DAF, prova que venceu à frente de alguns automóveis de competição. Esse feito despertou o interesse da marca, que pretendia uma mudança da imagem e viu nos ralis um meio de mudar a imagem da DAF. Assim Claude Laurent tornou-se no primeiro piloto francês pago para correr (in fascículo nº 28). A sua ligação à DAF durou até 1973. Em relação ao Rali do Monte Carlo, Laurent participou nesta mítica prova até 1982! Passados alguns ano Claude Laurent voltou ao Monte Carlo para o rali histórico e ao volante do DAF. No ano de 1972 a participação de Claude Laurent, como é óbvio, não tinha como objectivo vencer o rali mas sim vencer a sua classe (Grupo 2) e se possível melhorar o resultado da marca na prova (ou seja bater o resultado de 1969 que foi alcançado pelo seu co-piloto Jacques Marché ao terminar na 19ª posição; Laurent não participou nessa altura e assim foi o co-piloto quem participou). Como era normal nessa época, os participantes partiam de vários locais espalhados pela Europa até à concentração no Mónaco, aonde depois partiam para o percurso comum. Na primeira fase da prova, Laurent não sentiu grandes dificuldades durante os 3 dias e 3 noites que levou para chegar ao Mónaco. Contudo houve 44 equipas que ficaram pelo caminho. Na fase comum, apesar na grande quantidade de neve que afectou o rali e muitos dos participantes, o DAF de Laurent foi cumprindo com maior ou menor dificuldade todas as provas. À chega, Laurent teve a satisfação de bater o melhor resultado de um DAF, ao terminar no 18º lugar e vencendo também na sua classe. A vitória, essa foi para o piloto italiano Sandro Munari num Lancia Fulvia.
Nota: aproveito o post para agradecer o novo logótipo do 4Rodinhas ao PGAV. Como podem comprovar a melhoria é significativa em relação ao meu anterior e arcaico logótipo. O PGAV é o proprietário do blog Estrada 43 aonde vai colocando as suas miniaturas; a sua colecção também está exposta no site Garagem 43. Desde já aconselho vivamente a visita tanto do blog como do site. Vale a pena.
Muito obrigado, PGAV.
Confesso que a marca DAF sempre me fez lembrar os camiões e nunca me passou pela ideia que a DAF também estive envolvida nos automóveis (ainda estará?) e nos ralis, neste caso no Monte Carlo.
Para explicar a história da DAF vou transcrever o texto que vem no fascículo que acompanha a miniatura:
“A história da DAF
Criada na Holanda em 1928 pela família Van Doorne, a DAF (Doorne Automobile Fabrikien) começou a fabricar automóveis em 1959. Especializou-se imediatamente no nicho dos pequenos automóveis lançando um modelo equipado com um motor de dois cilindros, de 600 cm3 e 22 cv. Conhecido por «Daffodil» (Margarida), a sua evolução (750 cm3 e 32 cv) teve muito sucesso. Após o semifracasso do 44 desenhado por Michelotti em 1965, a marca recorreu à mecânica Renault e instalou o motor de 1108 cm3 do R8 no 55. Este manteve-se em produção até 1972 e foi substituído pelo 66, já com o nome de «Volvo», pois entretanto a marca sueca adquiriu a Daf que se encontrava em dificuldades financeiras (ao todo, produziram-se 800 000 automóveis). Durante a sua existência, a Daf mostrou-se sempre muito activa em competição e uma versão «S» do Daffodil (850 cm3) destacou-se nalguns ralis. Preparados pelo departamento de competição da marca, os Daf começaram por espalhar o terror nos 600 cm3 e 700 cm3 e depois nos 1100 cm3 com o 55, no qual chegou mesmo a ser montado um 1440 cm3 Gordini. Para o gelo e o rallycross criou-se um protótipo 55 com quatro rodas motrizes e um motor instalado longitudinalmente ao lado do piloto. Um Daf com chassis Brabham também marcou presença na Formula 3 (1000 cm3), ao passo que um Huron com transmissão Variomatic e 280 cv causou sensação nas rampas. Inscritos na Maratona Londres-Sidney, os dois Daf 55 terminaram esta dura prova e deram origem à versão «Marathon» com motor do Renault R8 «S», faixas laterais e um interior específico.”
O DAF 55 dispunha de um motor de 4 cilindros em linha da Renault; a cilindrada era de 1108 cm3 e a potência podia atingir os 50 cv às 5000 rpm. A característica mais importante deste pequeno automóvel era a sua transmissão Variomatic. Para melhor explicar esta particularidade do DAF 55 vou também transcrever o texto do fascículo que acompanha a miniatura:
“A caixa de 100 mudanças
Os DAF eram apreciados pela sua estética particular, preço e facilidade de condução, sobretudo por serem automáticos graças à famosa Variomatic. O engenheiro Hub Van Doorne inovou logo no primeiro modelo com o sistema Variomatic. Esta caixa-transmissão dava a sensação de que o automóvel possuía um nuúero incalculável de mudanças e que o condutor não precisava de as engrenar ou desengrenar. A Variomatic é formada por quatro polies: duas são motrizes e estão ligadas ao motor através de um cardan; as outras duas são receptoras e cada uma está ligada a uma das rodas traseiras. As duas polies traseiras são accionadas por correias de borracha compósita. Nas paragens, as polies detrás são mantidas fechadas por molas de diafragma. Quando o DAF arranca, a embraiagem centrífuga liga o motor às polies motrizes. Estas têm massas que permitem alterar o equilíbrio ou inércia e estes pesos obrigam as polies a fecharem. Como o comprimento das correias é sempre o mesmo, estas obrigam as polies detrás a abrir, aumentando incessantemente a desmultiplicação. Através de um sistema ligado à depressão do motor, as polies da frente ficam no vazio em relação à embraiagem ou aquando das travagens. Este processo também serve para o quick down. Este engenhoso processo seria classificado de «caixa das cem mudanças». Até ao aparecimento do modelo 55, os DAF não tinham diferencial. Era o patinar da correia sobre a polie e do pneu sobre a estrada que serviam de diferencial, o que proporcionava um bom comportamento dos DAF na neve. A Variomatic evoluiu com os modelos e os DAF 55 produzidos a partir de 1972 também foram equipados com um diferencial e um eixo DE Dion.”
A miniatura apresentada é o DAF 55 de Claude Laurent (francês) no Rali de Monte Carlo de 1972. Neste ano o Rali de Monte Carlo ia para a sua 41ª edição e contava com uma impressionante lista de inscritos: 264 participantes! Um desses participantes era o piloto francês Claude Laurent que ia participar num DAF 55. Claude Laurente era já um veterano nestas andanças no Monte Carlo, ia para a sua 12ª participação; tinha iniciado em 1952. A sua ligação à DAF vinha já de alguns anos, tendo dado nas vistas ao participar numa gincana da Cibié em Vierzon com uma forguneta DAF, prova que venceu à frente de alguns automóveis de competição. Esse feito despertou o interesse da marca, que pretendia uma mudança da imagem e viu nos ralis um meio de mudar a imagem da DAF. Assim Claude Laurent tornou-se no primeiro piloto francês pago para correr (in fascículo nº 28). A sua ligação à DAF durou até 1973. Em relação ao Rali do Monte Carlo, Laurent participou nesta mítica prova até 1982! Passados alguns ano Claude Laurent voltou ao Monte Carlo para o rali histórico e ao volante do DAF. No ano de 1972 a participação de Claude Laurent, como é óbvio, não tinha como objectivo vencer o rali mas sim vencer a sua classe (Grupo 2) e se possível melhorar o resultado da marca na prova (ou seja bater o resultado de 1969 que foi alcançado pelo seu co-piloto Jacques Marché ao terminar na 19ª posição; Laurent não participou nessa altura e assim foi o co-piloto quem participou). Como era normal nessa época, os participantes partiam de vários locais espalhados pela Europa até à concentração no Mónaco, aonde depois partiam para o percurso comum. Na primeira fase da prova, Laurent não sentiu grandes dificuldades durante os 3 dias e 3 noites que levou para chegar ao Mónaco. Contudo houve 44 equipas que ficaram pelo caminho. Na fase comum, apesar na grande quantidade de neve que afectou o rali e muitos dos participantes, o DAF de Laurent foi cumprindo com maior ou menor dificuldade todas as provas. À chega, Laurent teve a satisfação de bater o melhor resultado de um DAF, ao terminar no 18º lugar e vencendo também na sua classe. A vitória, essa foi para o piloto italiano Sandro Munari num Lancia Fulvia.
Nota: aproveito o post para agradecer o novo logótipo do 4Rodinhas ao PGAV. Como podem comprovar a melhoria é significativa em relação ao meu anterior e arcaico logótipo. O PGAV é o proprietário do blog Estrada 43 aonde vai colocando as suas miniaturas; a sua colecção também está exposta no site Garagem 43. Desde já aconselho vivamente a visita tanto do blog como do site. Vale a pena.
Muito obrigado, PGAV.
11 comentários:
Olá José!
Desde já obrigado pela referência à minha pessos e á publicidade ao meu website e blog!
Estás a vontade sempre que precises desse tipo de coisas ok!
Quanto à miniatura está muito gira. Eu sabia que a DAF tinha produzido uns modelos automóveis mas para rally é que espanta. Ainda por cima sendo esse DAF um carro de corrida, tem um aspecto pouco robusto para tão maus tratos em estrada!!!
José gostei da tua actualização, e o logotipo de facto fica muito bem!! O teu blog está excelente!!
Tens mail meu!
Abraço
José esqueci de dizer, mudei finalmente o endereço do blog devia ter dito mais cedo que assim já tinhas actualizado tudo. Aqui fica:
http://estrada43.blogspot.com
Obrigado
Abraço
Pedro
Um carro bem simpático !
Gostei no novo layout também
PGAV, não tens nada que agradecer, aliás eu é que agradeço.
A actualização do teu novo endereço já está ok!
Abraço
José
Fleetmaster, obrigado pelo elogio.
As alterações foram simples, a mais visível será o novo logo e isso eu agradeço ao meu amigo Pedro(PGAV).
Abraço
Muito simpatico o carrinho!
Parabéns pela historia sobre ele também!
Belo classico!
Grandes colecção que tem. Muitos Parabens.
Jean e Enzo, obrigado pelos comentários e visita. Ainda bem que gostaram.
Abraço
Olá caro José!
Obrigado pelos comentários aos meus bolides !!!! Sou suspeito, mas acho que a minha coleação está muito boa mesmo. Últimamente tem andado meia parada pelos motivos que já te referi. Estas entradas são as que faltavam para actualizar tudo. Já publiquei mais uma e só já faltam 5!!
Quanto aos SLS AMG, o preto e o cinza, recomendo, são absolutamente espectaculares. E os dois deve-te ao meu pai, que me ofereceu o cinza e eu tinha comprado o preto. No caso dos SL 65 AMG Black Series comprei os 2 porque são dificies de encontrar, e vao rarear muito em breve, para além do adorar!!
O gordini tem peso tem... em euros LOLOL! É uma edição limitada a 2000 peças numeradas pela Renaul! Está soberbo! Mas tal como tu eu também gosto dos clios anteriores!
Vai dando noticias!
Abraço!!
Pedro
Para mim também esta marca foi sinônimo de caminhões, então eu fiquei muito surpreso ao vê-lo e, por último mas não menos um carro pequeno e compacto, os detalhes do modelo são magníficos, assim como o quão bem você achar que essas cores! Linda peça!
parabens pela miniatura e a nova imagem.
Um abraço
RM
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