23 julho 2011

Toyota Celica GT - Four - J. Kankkunen - N. Grist (Rali de Monte Carlo de 1995)

Esta miniatura pertence à colecção Rallye Monte-Carlo – Os Carros Míticos (Fasc. nº 64).
Durante a primeira metade da década de 90 o Toyota Celica tornou-se no maior rival do Lancia Delta tendo mesmo conseguido destronar o carro italiano no domínio dos ralis. Contudo em 1995 o Celica viria a sofrer uma significativa humilhação que levou ao fim da sua carreira desportiva. Após ter vencido o título de marcas em 1993 e 1994 e o de pilotos em 1992 (Carlos Sainz, o espanhol venceu o Monte Carlo de 1991 com o Celica e venceu na Catalunha em 1992),1993 (Juha Kankkunen) e 1994 (Didier Auriol, o francês venceu o Monte Carlo de 1993 com o Celica), o Toyota Celica surgia em 1995 como favorito ao título. Para esse campeonato a Fia introduziu uma alteração técnica: impôs um estrangulador de admissão de 34 mm, quando anteriormente era de 38 mm. Esta alteração penalizou o Celica. A Subaru assumiu o domínio nos ralis e enquanto o campeonato decorria chegava-se à conclusão que o Celica não se mostrava tão competitivo como os seus adversários.
O escândalo aconteceu no Rali da Catalunha quando os comissários numa inspecção ao Toyota Celica detectaram um sistema no estrangulador de admissão que deixava entrar mais ar para o motor do que o permitido pelo regulamento. A Fia decidiu castigar severamente a Toyota desclassificando-a do campeonato e proibindo a equipa de participar no campeonato de 1996. Foi o fim da carreira desportiva do Toyota Celica no campeonato do mundo de ralis. No entanto este modelo ainda participou no Campeonato da Europa de 1996 sagrando-se campeão com Armin Scharwz (alemão). Entretanto a Toyota começou a preparar o Toyota Corolla WRC para o regresso ao Campeonato do Mundo de Ralis.
A miniatura representa o Toyota Celica GT-Four de Juha Kankkunen (finlandês) no Rali de Monte Carlo de 1995. Kankkunen terminou o Monte Carlo num honroso 3º lugar, prova que foi vencida pelo espanhol Carlos Sainz num Subaru Impreza. O segundo lugar de Kankkunen em Portugal (no ano anterior Juha Kankkunen tinha vencido em Portugal), a vitória de Didier Auriol (francês), colega de Kankkunen, na Volta à Córsega e o 2º lugar na Nova Zelândia foram os melhores resultados do Toyota Celica nesse ano.
O Toyota Celica GT-Four estreou-se no Rali de San Remo de 1994. O motor era um 4 cilindros em linha, colocado na posição dianteira transversalmente. A cilindrada era de 1998 e debitava 300 cv às 5600 rpm. A transmissão era integral com diferencial mecânico à frente, electrohidráulico ao centro e hidráulico/mecânico atrás.
Juha Kankkunen, nascido a 2 de Abril de 1959 na Finlândia, foi um dos grandes pilotos de ralis. Kankkunen foi campeão em quatro ocasiões: em 1986 pela Peugeot, em 1987 e 1991 pela Lancia e em 1993 pela Toyota. A sua estreia aconteceu em 1978 e terminou a carreira em 2002, durante esses anos somou 23 vitórias em ralis do mundial. Ao longo da sua carreira guiou para várias equipas: Toyota, Peugeot, Lancia, Ford, Subaru e Hyunday.

05 julho 2011

Hotchkiss 686 GS - J. Trévoux - M. Lesurque (Rali de Monte Carlo de 1949)

 Esta miniatura pertence à colecção Rallye Monte-Carlo – Os Carros Míticos (Fasc. nº 65).
Muito antes das actuais marcas que dominam ou dominaram nos últimos 30 anos o rali de Monte Carlo, a Hotchkiss obteve grandes sucessos neste mítico rali: entre 1932 e 1939 venceu 4 ralis do Monte Carlo e depois venceu mais duas vezes em 1949 e 1950.
A Hotchkiss foi fundada em 1867 pelo engenheiro americano Benjamin Hotchkiss com o objectivo de fabricar armamento. A fábrica estava situada nos arredores de Paris e fabricava explosivos e canhões para o exército francês. Mesmo depois da morte do seu fundador em 1885 a Hotchkiss continuou em franco desenvolvimento, até que em 1903 decidiu lançar-se no fabrico de automóveis, camiões e veículos militares e, mais especialmente, de blindados ligeiros. In fascículo nº 65 da colecção Rallye Monte-Carlo – Os Carros Míticos.
Com a aquisição de uma empresa de estampagem de aço, a Hotchkiss começou a produzir as suas próprias carroçarias, e assim começou a produzir automóveis de grande qualidade a preços médios ou elevados. A posição no mercado não era concorrer com os carros de luxo nem com os mais populares e acessíveis; o nicho de mercado que interessava era o intermédio. 
O Hotchkiss 686 GS (Grand Sport) surge sensivelmente em 1936, numa altura em que modelos anteriores da marca já tinham vencido o Monte Carlo por três vezes. O Hotchkiss 686 GS dispunha de um motor de 3485 cc de dois carburadores que debitava cerca de 130 cv às 4500 rpm. A tracção era traseira e atingia os 160 km/h como velocidade de ponta. Antes do inicio da Segunda Guerra Mundial, em 1939, a Hotchkiss obteve a sua quarta vitoria no Monte Carlo. Durante a guerra a produção deste modelo ficou suspensa e a fábrica foi utilizada na produção e reparação de veículos militares. Entretanto a Peugeot passou a controlar a Hotchkiss a partir de 1942 e a produção do 686 GS só é retomada em 1946, depois de terminada a guerra.
Algumas alterações foram introduzidas como uma suspensão dianteira independente por molas e braços sobrepostos, um sistema de travões hidráulicos e uma caixa electromagnética Cotal de 4 velocidades. No resto, a sua carroçaria manteve-se idêntica à da antes da guerra.
A miniatura apresentada é o Hotchkiss 686 GS de Jean Trévoux (francês) na vitória do Rali de Monte Carlo de 1949, naquela que foi a primeira edição da prova após a Segunda Guerra Mundial. No ano seguinte a vitória foi novamente para um Hotchkiss 686 GS mas guiado por Marcel Becquart (francês). Esta seria a terceira vitória consecutiva do Hotchkiss 686 GS e a sexta e última vitória da marca. Jean Trévoux venceu por 4 vezes o Rali de Monte Carlo: em 1934 como co-piloto, depois como piloto venceu em 1939, 1949 e 1951 (esta última vitória foi ao volante de um Delahaye, as anteriores foram sempre num Hotchkiss). Resumindo, a Hotchkiss fundiu-se em 1954 com a Delahaye e a produção de automóveis terminou em 1955. Contudo ainda se produziu um jipe militar e alguns veículos industriais até ao início da década de sessenta.
Fonte: fascículo nº 65 da colecção Rallye Monte-Carlo – Os Carros Míticos.

Nota: como a época invoca as fotos a preto e branco o post está desse modo documentado com fotos a preto e branco mas aqui ficam também as fotos a cores da miniatura.